A bebida bordô

Arte: In a Courtyard, Targier. Philippe Pavy. 1886. "El amor es como el vino. A veces nos reconforta. A veces nos destroza". Stefan Zweig Acostumamos tanto a perverter os fatos que quando deparamo-nos com a triste realidade da não reciprocidade de sentimentos acreditamos, fortemente, que é romântico ser atingido por xingamentos e a toda sorte de agressões pela pessoa amada. A regra é, claríssima, é que se na foto todos parecerem felizes e amados, então tudo vai bem. Uma engano comum e tão corriqueiro que passou a ser aceito como padrão em relacionamentos - amistosos e amorosos. A obrigação de amar tira a graça da coisa. A necessidade de estar com alguém leva-nos ao desespero. O amor, nesses tempos sombrios, tem nos levado à beira da loucura e somente nós, individualmente, pode salvar a si mesmo do monstro devorador da autoestima, do amor próprio e de um futuro - da promessa de um futuro. O amor é vinho nas regiões frias, cachaça na aridez do...