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Um pobre em desabafo

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Caminhando por essas ruas em que gente da classe média não se digna a andar a pé, sinto o chão com os meus pés calçados em um tênis sem solado inviolado - quando chove sinto a água que entra e encharca a meia e quando o dia é pleno verão sinto o calor que se desprende do asfalto. Ouvindo o drama alheio sobre o preço da gasolina, penso que o meu almoço do mês inteiro poderia ser pago só com a parcela do carro alheio ou com o valor semanal do combustível. É a realidade de cada um que nos oprime em castas sociais em um país de pobres, de famintos e de mal-remunerados trabalhadores.  Tenho então a impressão de estar desperdiçando a minha vida durante as horas de um trabalho que me empobrece como indivíduo e que, simultaneamente, enriquece aqueles de casta superior. Tenho fome que nunca acaba.  Tenho cansaços que nunca cessam. Tenho desejos que existem apenas na utopia do sonho acordado. Tenho o não ter. E tudo isso é só o que tenho.

Não é amor, é status!

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É junho começar e as pessoas começam a buscar suas almas gêmeas! E buscam com tanto afinco e tanta falta de propósito que é quase possível dizer, sem erro, que estão no desespero da Segunda Vinda. Ora, se o indivíduo passa o ano solteiro, curtindo a vida entre uma festa e uma saída com amigos, sem a preocupação de estar ou não relacionado com alguém, qual o motivo de buscar tanto um par em junho? Uma dica: não é o presente e não é o frio de algumas regiões. É o status . Sim, algumas pessoas buscam apenas o modelo social aceito nos dias juninos e que, segundo uma tradição comercial, deve ocorrer a troca de presentes. Para alguns isso é justificável visto que não são capazes de ser socialmente aceitáveis fora dos padrões estabelecidos pelo comércio, apoiado pela Igreja, e que foram obedientemente aceitos pela população. E o que acontece em seguida: a) qualquer pessoa serve; b) já que qualquer pessoa serve a decepção é esperada; c) se a decepção é inevitável, bebe-se para ...