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Sete: Apresentar Armas!

Apresentar Armas! E então algumas dezenas de autoridades políticas do executivo nos mais de cinco mil municípios e no Distrito Federal desfilam ante a população e toda aquela pompa fútil de uma data dita festiva. Aberta a festividade da Independência Política brasileira, o desfile cívico, a maioria extremamente brega e de mau gosto, segue seu rumo natural. Meia volta volver! No dia da famigerada independência política do País, o ano é do medo do povo e de seu poder de produzir manifestações simultâneas em diversas capitais. O Governo Federal tem lá seus temores com relação a esse tipo de expressão popular. E, como todo Poder Constituído, está se preparando para rechaçar o tal do “povo”. À parte essas manifestações, o sete de setembro pode ser comemorado com delicadeza e conquistas para o brasileiro: a) a economia tem demonstrado progressos, embora não como o Governo queria, mas com desempenho satisfatório em comparação a outras nações, como os EUA; b) A pobreza e a miséria tê...

O Guardador de Rebanhos (Canto IX e X)

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“Sou um guardador de rebanhos, O rebanho é os meus pensamentos E os meus pensamentos são todos sensações. Penso com os olhos e com os ouvidos E com as mãos e os pés E com o nariz e a boca. Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la E comer um fruto é saber-lhe o sentido. Por isso quando num dia de calor Me sinto triste de gozá-lo tanto, E me deito ao comprido na erva, E fecho os olhos quentes, Sinto todo o meu corpo deitado na realidade, Sei a verdade e sou feliz.” “Olá, guardador de rebanhos, Aí à beira da estrada, Que te diz o vento que passa? Que é vento, e que passa, E que já passou antes, E que passará depois. E a ti o que te diz? Muita cousa mais do que isso. Fala-me de muitas outras cousas. De memórias e de saudades E de cousas que nunca foram. Nunca ouviste passar o vento. O vento só fala do vento. O que lhe ouviste foi mentira. E a mentira está em ti.” (Cantos IX e X, de “O Guardador de Rebanhos”, 1914) Alberto Caeiro  foi o primeiro he...