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Luta*

Sujo-me com o sangue Dos enterrados vivos Na miséria telúrica Das terras passadas Sujo-me com a cor Do sangue derramado Em emboscadas e alvos Das dívidas pagas Sujo-me com pranto Em rubro canto Das viúvas de órfãos Clandestinos e tidos                     Sujo-me com o leite Derramado e queimado Com o tiro disparado No vermelho entardecer. *Poema do livro   Anjo da Guarda , de Rafael Rodrigo Marajá.

Matilhas sociais

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Foto: Arte Assíria. Fonte: uol história Caminhando pelo Juca Sampaio, rente à linha férrea, vendo os regalo aos orixás e eguns de um lado e observando as fracas obras de infraestrutura que ora fingiam desenrolar no outro lado da estrada de ferro, deparei-me com uma matilha de cães abandonados sobre uma gramínea, onde outrora era domínio do trem.  Ao ver-me o cão alfa acompanhou-me, arregalou os dentes até que pude sentir o bafo quente do animal. Parei, virei-me e esperei que ele terminasse o espetáculo para os asseclas do bando. Finda a intimidação, persegui-o até pô-lo longe e segui meu caminho. Os valentões só demonstram força contra quem imaginam desprovido de força. E como aqueles animais é possível encontrar matilhas de cães nos mais diversos ramos da sociedade, exercendo e usufruindo os poderes do Estado como se fossem a fonte originária do poder e da moralidade. As matilhas atacam a democracia, atentam contra os pobres, escarnecem das leis e humilham o povo. ...