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A maldição da vela

Quando as velas do bolo, sempre colorido e bem açucarado, são acesas, rostos esticados em sorrisos estranhos começam a cantar clichês e a desejar "muitos anos de vida". O indivíduo assopra, espalhando saliva por  todo o bolo e os rostos alegram-se a afirmar que o reacendimento automático Dias velas significa "mais anos de vida". E uma fixação em "muitos anos de vida", como se isso fosse algo bom, que representa uma bençãos contínuas de uma divindade responsável pelos "muitos anos de vida". Uma vida longa como as de muitos Severinos descritos por João Cabral de Melo Neto é uma vía crucis que não se abrevia de nenhum modo, submetendo o triste vivente ao castigo de pecados e procrastinações sequer cometidos. Uma vida que não merece ser longa. Por outro lado, uma vida curta, cheia de aprendizado e crescimento, temperada com uma felicidade real, merece ser do tamanho que é. Porque a vida não pode ser esticada para além do humanamente possíve...

Palavras não bastam

João Cabral de Melo Neto tem razão – a vida não se resolve com palavras. É preciso atos, fracassos, vitórias, enganos e desenganos. Quando a gente junta tudo isso é reconhece que errou, caiu, sofreu escoriações e quase morreu é que se começa a entender que viver está além das definições. Não é essa coisa que se encontra definida em livros de autoajuda e também não é apenas na Bíblia que se encontra a fórmula, ainda que imperfeita, desse ato involuntário, mas arbitrariamente escolhido, que é viver. Palavras e pensamentos são essenciais porque antecedem os atos, que depois se transforma em momentos intensos ou loucos e, depois, em história pessoal e particular. As palavras embelezam, traduzem e encantam. E só. Viver exige coragem. É isso que falta para que a gente seja real.

Mentalmorfose

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Correção: o Nome do autor é Elton, e não Edson No ano em que as previsões eram as mais pessimistas: o mundo que, dizem, vai acabar – e já acabou mesmo para alguns assassinados-, que o planeta vai ser degelado e os alimentos vão ser escassos para a nobre família humana, que a economia vai de mal a pior e que os protestos chegam a destituir ditadores e presidentes, outros são depostos sem mesmo reinvindicações. Em um panorama desses, a arte faz a festa centenária e de inovadoras obras. No 2012 corrente, Eu, de Augusto dos Anjos, o célebre Jorge Amado, o Rei do Baião, Gonzagão,  entre outros personagens e obras, completam cem anos. Com uma obra sempre atualizada e prestigiada por todas as gerações que se seguem. E em um contexto tão dual, tão rico de experiências e eventos, não é de estranhar que outras tantas obras surjam sobre a terra para divertir e abraçar os pensamentos voadores de toda a humanidade, começando a fazer da história e da vida um campo alegre e exp...