Os passos da Nova Ditadura (2)

Quando se diz que a política influencia o  cotidiano do mais indiferente cidadão pode até parecer exagero para aqueles a quem se interessa apenas pela movimentação financeira diária ou muita pretensão para aqueles que se dizem estudiosos. Quase nunca há o meio termo, visto que este é muito difícil de ser alcançado pelo homem comum.
Mas a política, independente da cultura ou da ignorância do cidadão, alcança a todos, de um jeito ou de outro.
Em 2018 elegeram o Bolsonaro porque 1) defendia a família; 2) Era um não-corrupto; 3) Era um defensor da Segurança Pública; 4) Era um fiel fervoroso.
Eleito, Bolsonaro mostra-se um pseudo defensor da família, um corrupto inveterado que ensinou isso aos filhos, um homem sem palavra e um ser antirreligioso.
Sua política, que já havia feito vítimas fatais durante o processo eleitoral, continua matando com o aval de seus adeptos. Suas intenções de armar cada cidadão (homens, mulheres e crianças) já fez vítimas escolares (como a chacina de Suzano). Sua subserviência aos Estados Unidos da América transforma-o em chacota internacional ao passo que a imagem do Brasil é jogada na lama (e não apenas por essa subserviência). 
Ignorando a realidade do país,  promove uma "reforma" previdencial que pretende atingir e prejudicar somente os mais pobres e a classe trabalhadora; importa tecnologias de países guerrilheiros quando o Brasil possui tecnologia semelhante e eficiente; Faz alianças políticas duvidosas piores que as realizadas pela JBS e pela Odebrecht; Lança as bases da não tão antiga ditadura, obrigando crianças e adolescentes a atos que glorificam o próprio presidente e sua equipe, tal qual fazia os ditadores, e promove a censura em exames nacionais como o ENEM.
Ele faz tudo isso com o apoio e o aplauso de seus eleitores, que o defende e exalta. Seus eleitores estão com o sangue de todos os mortos nas mãos,  estão com as vestes manchadas pela vergonha e são eles mesmos, os eleitores,  os responsáveis por todo desgoverno e pela nova ditadura que se instala no Brasil, pois todo eleitor é responsável direto pelos atos que seus representantes comentem.
Podem reclamar que tal afirmação é injusta, podem recorrer a táticas fascistas para desqualificar a veracidade dessa exposição necessária,  mas não podem escapar da navalha da justiça e do registro da história.
A ditadura bolsonarista, semelhante e tão descarada quanto a da Venezuela, ainda não foi taxada como tal. Ainda não foi caracterizada como a responsável direta por homicídios, censura e corrupção apenas porque ignorantes e ingênuos juram que esse Messias será o Salvador do Brasil. 
Esse Messias, tão fraco e imprudente como qualquer outro vivente, só não disse, ainda, qual dos Brasis salvará: o do poder a qualquer custo ou aquele que estava sendo construído desde a redemocratização.

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