Um cínico diferente

Fotografia: Two Pupils in Greek Dress. Thomas Eakins. 1883. Metmuseum.

Que coragem teve Quincas para se libertar!
Quantos de nós seguimos a cartilha, competentemente sendo o molambo do querer alheio, sem nunca ter a coragem de largar tudo e ir em busca daquilo que realmente quer e gosta?
Sendo perfeitos modelos daquilo que foi pré-determinado por alguém em algum lugar em um tempo muito distante, buscamos a estabilidade no emprego, o carro mais confortável, a casa que mais agrada aos olhos dos outros e a aparência e o comportamento que mais sacia aos sentimentos de uma sociedade cínica. A busca acaba se mostrando inútil. Sempre acaba assim.
Então imagine que elogio ser dito como "diferente" ou "estranho" em uma sociedade que não sabe ser nada além de pré-moldados. Ser diferente entre escravocetas é não sucumbir à triste realidade da indignidade masculina. Ser estranho em uma sociedade hipócrita é a mais deliciosa sensação - o equilíbrio perfeito entre o cinismo e a hipocrisia e as duras verdades.
Que possamos dar berros iguais ao de Quincas e mandar para o raio-que-o-parta toda essa coisa de ser a massa de manobra da imprensa e essas correntes que nos prendem. Que vivamos, nem que seja nos últimos anos de vida - ou a vida inteira - aquilo que somos e queremos ser.

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