Um ego doente

Quadro: Naked Man, Back View. Lucian Freud. Metmuseum,

Antes de qualquer coisa - antes de buscar o "amor", antes de desenvolver a raiva gratuita por outra pessoa e antes de querer ser alguma coisa na vida - é preciso desenvolver o ego. Tão fundamental quanto manter relações sociais reais e virtuais, o ego é o propulsor de doenças que degeneram o caráter e que cria relações abusivas e explosivas.
É preciso testar o ego - tanto na medida exata em que suporta ser maltratado quanto na extrema oposição a isso. Um ego que não foi testado de dentro para fora é incapaz de gerar um indivíduo saudável e forte, cujo caráter é provado continuamente. 
As pessoas que não se submetem a provas próprias, ao limite de sua capacidade, não podem ser consideradas pessoas de verdade. São cascas cuja única função neste mundo  é gerar lixo e fezes. E o pior, para desagrado geral dos pensantes, o que mais se tem por aí são cascas. Daí surge, por exemplo, a geração floco de neve, os megalomaníacos, os corruptos e os deficientes sociais que sabem apenas olhar para uma tela de celular ou computador.
Somos cada vez mais doentes porque passamos a ter medo de nosso próprio reflexo. E enquanto formos incapazes de aceitar nosso ego, treiná-lo, moldá-lo e manipulá-lo, seremos nada mais que irritações que ganharam vida e que se recusam a deixar de existir. 
É o medo, mais que qualquer outra entidade, que nos faz ser fracos e pouco inteligentes em relação ao nosso interior.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Reunião de faces

Maníaco do Parque: entre o personagem e o homem

Nada além do que virá