A presunção da honestidade
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Foto: Helmet Mask (Temes Mbalmbal). Coleção Rockefeller. Séc. XX. |
Presumimos que a honestidade é inerente à nossa personalidade. Que somos tão dotados de princípios retos que somente o outro é corrupto. E o espelho não reflete nossas pequenas corrupções diárias.
Somos desonestos, e sempre seremos, enquanto formos caracterizados como humanos. A humanidade, desde o seu surgimento, tem refinado a desonestidade e a corrupção de forma que o escândalo sempre faça parte do espetáculo, para testificar o trabalho bem-feito e a fama.
Optar pelo apoio a indivíduos que notadamente pratica atos ilícitos, independente do grau, também configura ato ilícito por omissão e isso é pior que o praticante do ato desonesto e ilícito original. Consentir que a corrupção prossiga, sem tentar barrar-lhe o caminho, é tão vergonhoso quanto estuprar alguém. A corrupção é um estupro moral e ético.
Todos, sem exceções, somos desonestos em algum tipo de grau. O que torna uma pessoa pior que outra é a permissividade com que cada um trata a desonestidade, o ilícito e a corrupção.
A honestidade presumida é a armadilha na qual todos caímos, mas que só uns poucos conseguem se livrar.
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