A mesma Palmeira de Llosa

Foto: Alto do cruzeiro, Palmeira dos Índios - AL. G1.

Às quatro horas da manhã desse sábado, no Jardim Brasil, dois assaltantes abordaram o Zé, que estava de posse apenas da sua bicicleta, para humilhar-lhe com "passa tudo aí, é um assalto!". Ante o discurso do Zé de que não estava com nada, nem com o aparelho celular, exceto a bicicleta, e diante do acordar de um morador que abria garagem, os bandidos tiveram que ir embora, com as mãos abanando.
Veja que o horário dos assaltantes mudou. Agora os assaltos ocorrem às quatro horas!
Não é de estranhar que Palmeira dos Índios faça moda quanto a assaltos e assassinatos. Mario Vargas Llosa, Nobel de literatura, no célebre A guerra do fim do mundo, registrou;

"Maria Quadrado estava usando duas saias, tranças amarradas com uma fita, uma blusa azul e sapatos de laço. Mas no caminho deu suas roupas aos mendigos e os sapatos foram roubados em Palmeira dos Índios." (Vargas Llosa, Mario. A guerra do fim do mundo. pág. 53) 

Palmeira dos Índios, além dos registros de Graciliano Ramos, foi para o mundo segundo a história de Canudos e como a cidade onde nem as beatas têm paz para sua peregrinação. E se nem as beatas podem passar sem pagar pedágio, passaria os moradores sem prestar seu tributo? A história mostra que não.
Que cidade mais peculiar essa. E pensar que ante tanta magia literária o povo anda pianinho pedindo esmolas a políticos e aceitando os fatos, sem interferir e sem fazer história, apenas porque o mais cômodo é não fazer nada, ainda que o preço seja alto.
Zé contou a todo mundo, e as testemunhas também, sobre o bom-dia-assalto. E não é estranho que todos tenham rido, como se fosse uma comédia.
Uma comédia...

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