Mas a minha tristeza é sossego

Em fevereiro de 2012 fiz um teste em um site escolar para saber quais dos poemas de Fernando Pessoa mais me descrevia, mais se aproximava da minha personalidade. E, com grande surpresa, foi O Guardado de Rebanhos, e não outros tantos que sabia, que surgiu como resultado. Talvez influenciado pelo bucolismo do IFAL- Palmeira dos Índios, quem sabe pela leitura de outros autores bucólicos, Fernando Pessoa, personificado em Alberto Caeiro(seu heterônimo), me descreveu muito bem. Ainda hoje, pouco mais de três anos depois, é Alberto Caeiro e Fernando Pessoa, dois portugueses em um só corpo, que mais me vem à mente nas mais diversas situações.
Aprendendo  ouvir o melhor da MPB na voz de Maria Bethânia, outra fã de Pessoa, ouvi outros tantos textos com a mesma intensidade com a qual foram escritos. E a MPB jamais foi a mesma aos meus ouvidos.
E assim, com o poder da possibilidade de ser muitos em um só corpo, Pessoa vem colocando alma em paisagens, em cartas; descrevendo amores e situações. E poucos poetas conseguem arrebatar tanto os leitores(e não leitores) de forma tão intensa e profunda.
Em um dia como hoje de 1888, Fernando Pessoa nasceu. E desde então o treze de junho tem sido o dedo que aponta para uma data, para um ser, para uma obra complexa e humana.
Hoje se comemora o aniversário de Pessoa e quantos de nós não aprendemos  a conviver com nossos demônios, nossos fantasmas, nossos amores, nossas ilusões, lendo e ouvindo as linhas poéticas de Pessoa e seus heterônimos?

Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa 
E é o que deve estar na alma 
Quando já pensa que existe 
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso. 
(Trecho de O Guardado de Rebanhos, Alberto Caeiro)

Somente quem vive a solidão pode entender como são os demônios, os fantasmas, as angústias e os ridículos interiores; pode entender como Pessoa fala a quem quer que seja, por si só ou através dos heterônimos, ainda hoje.




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