Passaturo: fale-me das lembranças
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Louco é aquele tempo em que a gente vai à Padaria e se apaixona pela atendente, só pelo sorriso cortês e obrigatório de toda atendente. É o instante fundamental em que a desilusão toma conta do corpo e da alma, seja depois de um concurso – literário ou de moda – seja depois de um amor que acaba inexplicavelmente.
Como eu queria de volta aquela inocência de criança
Queria de volta aquele tempo
Aquela “Velha Infância”
A gente cresce e perde
Aquela doçura, aquela ternura.
A pureza do riso sincero
Riso de criança que contagia.
Riso que alegra e traz calmaria.
Riso que traz certeza e uma
pureza...
Que simplesmente se esvai!
O resto são propriedades naturais
da vida, ou do momento exato em que de loucura todos se alimentam.
Como queria de volta aquela
inocência de criança!
Sentir o gosto de um novo doce
Doce gosto de infância
Acreditar que “as nuvens são
feitas de algodão...”
De repente pequeno; não tão de
repente, grande.
Hoje o “algodão” é poluído.
Poluição que vem das desalmadas
almas
Não gosto dos padrões criados,
Que nos roubam toda a magia
Que só
a infância nos trazia...
Pode ser que, pequeno, a mulher do mercado não fosse tão
simpática e não tivesse tido tão amáveis cortesias. Talvez, pequeno, os ciúmes
dos amigos, das amigas, dos futuros relacionamentos e dos passados, fossem mera
birra. Só talvez.
Ah,
como queria de volta aquela inocência de criança!
Apagada pelo tempo
Pela mudança.
Pelo “Desenvolvimento”
Pela falta de “ESPERANÇA”.
Acontece que grande, já mais
próximo do túmulo – só as crianças escampam do medo da morte -, a vida começa a
acontecer.
Versos Poesia Passaturo, de Naillys
Araújo. E prosa de Rafael Rodrigo Marajá. Parceria verso e prosa.
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