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Mostrando postagens de fevereiro, 2013

Gravida...de

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Experiência da NASA Imagine só o susto que levei quando soube, depois de anos estudando física, que a gravidade, que tanto se fala, é a da terra! – devem ter imaginado uns quando alguém disse gravidade da terra . E não é que, para aumentar a desilusão, o valor de 10m/s 2 é aproximado demais... quase uma afronta à exatidão matemática. E para piorar a tal situação, um Pós-Doutor em Astrofísica e Intergaláxia ainda acrescentou as gravidades de planetas conhecidos e uma noção daquilo fora da nossa já tão extensa galáxia.  E agora, como fica? Isso depende da pessoa uma vez que a gravidade da terra é capaz de matar as mulheres de desgosto e manter-nos presos a esse imenso corpo eletronegativo que vulgarmente chamamos de terra. São 9,8 m/s 2 – também aproximado – atuando sobre nós e nossas ingenuidades. Metros divididos por segundos intermináveis que duram toda uma vida, curta – há de se dizer – e que, mesmo sabendo disso, esquecemos que a gravidade é nossa amiga e que não ...

Cadelas, Nuvens e Janela

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Mandacaru - Nuvens.  Foto: FlorianoFonseca Tenha uma janela larga. E depois desta, um céu com nuvens e uma luz sempre mutante que faz cada objeto e pessoa mudar de cor. Tenha tempo para olhar esse céu e sentir o peso da gravidade da terra com o olhar fixo nas nuvens. Nessas, imagine coisas. As coisas podem ser muitas. Pensamentos atrevidos e simplórios cujo objetivo é entreter, para o bem – sempre e apesar de tudo – da mente são sempre bem-vindos.  Pensa-se, assim, em animais e em gente. Em gente-animal e em animal-gente. Que a surpresa do tempo, sempre correndo, é capaz de inovar aquilo que não é o novo. Que é melhor ter como confessionária uma cadela, de igual pedigree – ou não -, que entende um elogio subjetivo à uma gente que não entende a ironia dos segredos. Sim, as cadelas e os cães são uma espécie diferente. São ao mesmo tempo iguais e surpreendentemente diferentes, incompatíveis, mas nunca opostos totalmente. Cadelas são totais, nunca parciais. São dos...

Cachaça

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Cajurosca - SERGIPE Presente em praticamente todas as comemorações nordestinas, e brasileiras –  em escala menor, talvez-, e no dia a dia de viciados, a cachaça, e todas as suas variantes, é o exemplo do domínio do homem sobre o homem por meio de um objeto de satisfação quimérica de bem estar contínuo. Apesar de ser altamente ofensiva ao corpo, à alma e a espiritualidade, ela é a representação da força e da fraqueza de um povo, ou de um grupo de indivíduos, que faz-se presente, senão pelo berro d’água – como foi exemplarmente traduzido por Jorge Amado em A morte e a morte de Quincas Berro D’água -, pela capacidade de desafiar os limites das próprias faculdades mentais e da resistência do corpo nos momentos em que é preciso coragem para viver em condições subumanas ou quando inexistem perspectivas de futuro, geralmente geradas por um amor de cabaré, por um relacionamento fracassado, por uma traição ou um passado impronunciável, dentre muitas outras hipóteses – ou ainda ...

Chuva ensolarada

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Colina do Santo Antonio. Aracaju - SE. Foto de  César Oliveira Existe quem prefira o céu aberto, radicalmente dominado pelo sol. E poucos gostam da chuva que ora traz o frio ora traz o calor para junto de quem vê o dia e não apenas as obrigações. No entanto, a maior beleza não está no sol ou na chuva plenos, mas na chuva seguida de sol, frio, tímido, a secar as gotas de água penduradas em telhados e folhas de árvores. Nesse encanto de estado em que nem tudo está claro, nem tudo frio; nem tudo seco, nem tudo molhado, pode-se ver o vento ralo escorrendo entre os galhos das árvores, de folhas largas e perfume inebriante, em uma manhã qualquer. Vento que traz a tranquilidade de um início longo de fim desconhecido. A chuva pode representar, para alguns, a tristeza recolhida cujas lágrimas assemelham-se às gotas caindo do alto das nuvens. O sol, pode igualmente representar a alegria e toda a dinâmica da vida. Porém, se olhar para a chuva seguida do sol terá o sentido real pe...

Vida metropolitana

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Aracaju-SE A vida em uma região metropolitana é completamente desafiadora quando se tem a consciência de quê irá morrer, mas que esse é um evento que poderá muito. E é desafiador pela simples razão de que se tem uma gama extremamente diversificada de programas culturais à disposição, todos os dias, frente às opções de um futuro, cujo término já é conhecido, e que fazem com que a vida seja traduzida em simplórios números e linhas quentes de asfalto. Falta à sede metropolitana a tranquilidade de um bucolismo bem vivido, mesmo que a qualidade de vida seja alta; falta a desimportância do urgente; faltam as paixões de festas sem luxo; faltam lendas campestres mescladas com as urbanas; falta a dificuldade de manter a elegância, mesmo quando não se pode ser charmoso; falta o espírito do movimento espontâneo de pesos, pessoas e situações. Por outro lado, possui os recursos da agitação e da demasiada aglomeração de gente. Não seria exagero mencionar que os amores de uma metrópole ...

Motive-se a perder (viver)

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Motivação é o elemento primordial para a realização de qualquer tipo de atividade, profissional ou pessoal, e que requer estímulos constantes para que o foco não seja perdido entre afazeres sempre urgentes e obrigações de agenda, às vezes de compromisso. E motivar-se ou motivar alguém é uma tarefa tão trabalhosa que raríssimos conseguem. E aqueles que o fazem são verdadeiros gênios do marketing. É preciso motivação para não cair no abismo da monotonia e ver, em cada situação, o lado bom. Por outro lado, não ver o lado bom das coisas não é necessariamente ruim, se a pretensão for apenas ser mais uma Janaína *. Motivação pode ser também entendida como perseverança se aceitar que desistir é fatal, seja lá qual for a circunstância e que, aceitando uma derrota sem batalha, torna-se um fracasso naquilo que se dispôs a realizar. Motivar. Perseverar. Glorificar suas lidas diárias. Colher o fruto do caminho tortuoso do sucesso. A escolha nem sempre está na mão do marketeiro, ou ...

Um desfile de atenção

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Sentado em um bar, em um dos lados de uma encruzilhada, estava a perguntar-me como, em nome da minha imaginação, um ônibus foi parar estacionado em um lugar muito esquisito e improvável quando, no encobrir do sol por uma nuvem cinzenta, começou um desfile quase de horrores, com modelos com expressões faciais que só podiam ser traduzidas como o de alguém que queria-atenção-de-qualquer-maneira. Aliás, há quem procure na atenção alheia aquilo que o seu amor próprio é incapaz de suprir. Nesses casos, quando se busca no outro o narciso que falta em si, é preciso muito mais que um relacionamento tendenciosamente fracassado.  É urgente que a criatura, não tendo mais como sustentar-se frente às dificuldades estéticas do mundo, tornar-se linda e inteligente, pois, assim, de um modo ou outro, terá o ego massageado, ou cultivado, por bajuladores ou por pretendentes cujo único objetivo acaba sobre um móvel de quatro pernas e uma superfície macia. Se, além disso, a criatura for despre...

O causo do Corno e do Puritano

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As festas coletivas, geralmente promovidas pelo poder público, reúne todo tipo de gente ou por que os pobres não têm outra escolha ou por que os pobres e medianos gostam mesmo de se misturar para fazer aquele sarapatel de bode, tão a cara do Brasil. À parte as razões que fazem pessoas de diferentes classes sociais, nesse nosso nordeste grande de nossos santos de devoção, juntarem-se em  aglomerações cheias de particularidades, mesmo no tão aclamado século XXI, de grande agitação de ciência e Tecnologia – perdendo apenas para os passados séculos de Newton, Galileu, Kepler, Descartes e Alan Turing - , são impressionantes os causos que ainda podem acontecer nas ruas de uma cidade histórica do nordeste. Antes, tínhamos causos que envolviam o dianho, ou o diacho, ou o diabo, como preferir, almas penadas e doenças misteriosas. Hoje, nesse século de vampiros brilhantes e donzelas mais-que-afoitas, temos causos que envolvem a pureza e a cornitude do homem, de uns apenas – não ...

Um ex-amor, uma madrugada

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Outra madrugada, caminhando sob o olhar nu de uma índia, entre um açude e um labirinto de casas, fui colocado no desenlace entre um arlequim e uma colombina. Tão feia foi a cena que era preferível que não tivesse visto. Aliás, coisa natural da cidade do amor, é encontrar, sempre após uma festa pública, namorados públicos que se desentendem e vão, senão aos fins de fato, pelo menos à beira de um afogamento no açude municipal, que depois fica estigmatizado como um lugar só de suicídios – pobre açude! A colombina, em posse do discurso decorado e repassado milhares de vezes, quem sabe naquela noite mesmo, tentava colocar sob uma ótica simples e banal o fim de um relacionamento que “já não dava mais certo”, sem razões aparentes ou justificáveis para o arlequim, que não se desprendia do hábito de um relacionamento estagnado na monotonia de um amor à Palmeira. E lá, nos breves momentos que antecedem aquele crucial momento em que um vai embora e o outro fica para trás, em revolta d...

Marley e Eu

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Capa da Obra Amizade não é um fato, uma imposição, uma obrigação de regras a serem executadas como um algoritmo. Amizade, por outro lado, exacerba qualquer norma de conduta e realiza-se em um plano da atuação humana no qual a aparência, os modos, as atitudes, a situação econômica e social não importa nos inúmeros conceitos que amizade pode adquirir para si. Assim, pode-se ter um relacionamento amigável com pessoas, cujas mudanças de humor podem transformar uma relação sadia em uma podridão de intimidades que transformam fatos e observações em cobranças, ou um relacionamento com um ser aparentemente “irracional” como cães e gatos. Nesse último tipo de relacionamento pode-se ter verdadeiramente a essência do que se pode aproximar de um conceito tão real e despretensioso de amizade que, se tentássemos aplicar aos humanos, raramente poderíamos obter um sucesso proveitoso, em toda a sua magnitude. Capa do Filme E é nesse espaço do conceito de amizade e as formas de expres...

Sessão: Reza

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Sessão: Sonhos

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Comando Vermelho: A História do Crime Organizado

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Para conhecer verdadeiramente um mal e combatê-lo é necessário saber quais as circunstâncias que originaram esse mal e as consequências que cada medida profilática pode ter na tentativa de extinção do problema e de suas consequências. Nesse contexto, observamos o crime como uma anarquia ao nosso cotidiano, tão singelo e tão repetitivo. Ainda mais, consideramos o crime e suas manifestações como um verdadeiro câncer social. E nossas observações estão certas. O que está errado é o combate a ele e a postura adotada por cada um dos cidadãos e pelas autoridades públicas, representantes da sociedade que as elegeram, frente os desafios que são impostos pelo crime, hoje organizado. Mas não é de hoje que a criminalidade organizou-se e saiu às ruas travando uma batalha civil por espaço e poder. Se pararmos para analisar fatos, e não emoções, veremos que a mistura de intelectuais com o bandido comum, durante a ditadura (e ainda hoje, se considerarmos que cultos e incultos estão confinad...

O Retorno do Jovem Príncipe

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Obra em Português A violência dos nossos sentimentos leva-nos a abismos estranhamente confusos, assimétricos, cuja delicadeza requer um trata especial e uns conselhos sempre óbvios, mas certos, simples, possíveis, belos. Conselhos se fossem bons, não se daria. Vendia-se. É o que dizem. No entanto, há muito alguém genial escreveu O Pequeno Príncipe e revelou-nos a beleza da simplicidade e da resolução de problemas de maneira pacífica e hábil. Revelou-nos como somos e podemos ser felizes sem necessitar de grandes invenções, de maravilhas construídas pelo homem, de nada além do diminuto, mas importante, fato de que podemos ser aquilo que queremos se entendermos os valores essenciais da vida, da amizade e do amor. Porém, no fim da obra, o autor leva o Pequeno Príncipe de volta a seu planeta e nada mais sabemos dele e de seu planeta, de sua Rosa. Ou melhor, nada sabíamos até que outro escritor, de comparável talento, resolveu, como que para presentear alguns amigos, contar o que...

O Homem que sabia demais

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Capa da Obra Quando ligamos nossos modernos celulares, ou quando reclamamos da velocidade dos processadores de nossos computadores, sequer imaginamos o quão trabalhoso foi para os cientistas e pesquisadores que deram origem as teorias que produziram as maravilhas tecnológicas, chegar a esse ponto evolutivo. E quando se fala no conjunto de indivíduos que ajudaram a melhorar continuamente as máquinas e softwares  comumente esquece-se de mencionar uma personalidade indispensável não apenas para a tecnologia hoje vivenciada, mas para o hoje, futuro do ontem, ou melhor, da segunda guerra mundial. Alan Turing , o homem que sabia demais, é não apenas o gênio da tecnologia, como também é co-vencedor da segunda grande guerra, quando consideramos que, graças a ele, o código da Enigma pode ser quebrado e desvendado em todos os seus detalhes. Tendo o mau hábito de tirar os créditos de quem realmente merece, acabamos ficando na ignorância do saber e de grandes e poderosas ferrame...

Uma batalha vencida a cada instante

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Então você percorre sua vida no abrir de olhos de uma manhã simples e nota que não há mais o que lamentar, nem o que pedir. Apenas aquilo que você vai conquistar, sem esperar pela paciência dos lamuriosos. E mesmo o frio de fim de noite, início da manhã, é capaz de tornar preguiça aquilo que é coragem. Não há mais amores perdidos. Não há mais dificuldades intransponíveis. Não há maus humores. Não há mais nada além do você que vive e vai à luta. E se nada mais resta, além daquilo que o torna ser planejador e manipulador de oportunidades, então a luta diária já começou, e não existe tempo a perder. De outro ponto, no mais ao longe das horas que passam enquanto busca-se os objetivos e metas, é possível notar a inflação que assola o mundo, elevando o preço de uma paçoca ao nível alarmante de R$0,70, em um lugar onde se deveria atentar para as condições financeiras e realistas de cada usuário. E, no fim, o que importa o preço se compararmos com o benefício de saborear um belo doce, ...

Devoradores de Mortos

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Capa da obra Comer carne humana pode ser algo demasiadamente vulgar para nosso não tão nobre paladar. Porém, milhares de anos atrás era não apenas normal para determinadas tribos humanoides, como foi meio de sobrevivência, inclusive para acontecimentos modernos, em que o homem não teve outro recurso senão o de ingerir a carne de nossos similares. E quando os ocidentais tratam da cultura oriental, é nítido que a manipulação midiática mostra o que ela acha interessante, sem evidenciar justamente os detalhes e as histórias que formam e tornam essa cultura realmente fascinante. E é nesse ponto que um dos maiores autores do fim do século passado apoia uma novela reescrita várias vezes, com pedaços recortados pelo tempo, mas que resistiu bravamente. Está-se falando de Michael Crichton e os Devoradores de Mortos! É simplesmente uma leitura capaz de transportar-nos para outro lugar, não da forma comum como geralmente acontece, mas com aquela dúvida se aquilo realmente aconteceu, e...

Sessão: Esotérico

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Iemanjá

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Iemanjá, rainha das águas, protagonista de obras baianas, como em Mar Morto, tem seu dia lembrado sob a forma de saudações, pedidos e agradecimentos. A rainha das águas, que separam continentes, pessoas, estados civis, amores e paixões, é simplesmente a figura mais vista por todos, inclusive por quem não acredita nos orixás, pois sempre que se vê o mar, tenha certeza que pode estar contemplando-a. E não precisamos estar no mar para lembrar-nos dela. No sertão ou no agreste, podemos também fazer as reverências a esse orixá. Hoje é seu dia. Já foi ao mar, pedir, agradecer e contemplar as belezas da espiritualidade e da natureza?

Roda Lítero-Musical Arte Contemporânea, Linguagens e Formação Profissional: Reflexões a partir da obra lítero-musical de Arnaldo Antunes

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Roda Lítero-Musical no V EIC IFAL - Palmeira dos Índios  (Texto na íntegra do discurso proferido durante a roda) A formação profissional oferecida pelas instituições de ensino, os Institutos Federais, por exemplo, são alicerçadas nos anseios da indústria, da construção civil, e das necessidades científicas e tecnológicas da sociedade brasileira e de cada fragmento comunitário local e regional que a forma. Nesse contexto, podemos separar as condições ideais em que são formuladas grades curriculares, testes avaliativos e experimentos laboratoriais que complementam a formação profissionalizante. A partir disso e das mais diferentes realidades em que nós, os alunos, estamos inseridos e que vivenciamos diariamente para ter condições físicas, emocionais e estruturais para cumprir as exigências de um futuro eminente, que cobra-nos responsabilidades até exacerbadas para uma idade de descobertas e aprimoramento daquilo em que somos capazes de fazer e que nos satisfazem, ...