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A beleza do Candomblé

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A beleza do candomblé está no relacionamento entre homens e Deuses e no fato de que estes nunca estão suficientemente longe para que não cuidem dos seus filhos. Uma religião que mostra que o respeito e a delicadeza podem estar de mãos dados com a força. Uma religião cuja história revela a história do povo brasileiro e que, por essa razão, é vítima de ataques e de preconceitos daqueles cuja raiz é negra e religiosamente candomblecista.  Tal sentimento do belo decorre da dança, da música, do respeito, da comida, da tradição, do idioma e da deferência entre os próprios Orixás e entre homens e Orixás.  Que o amor que Oxalá sente por seus pares e por seus filhos se estenda a todos aqueles que demonizam o que é diferente fazendo com que as barreiras que impedem o crescimento espiritual de todos nós sejam vencidas por esse amor. Que sejamos negros, na alma e na força do nosso axé.

Festa no São José

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Foto: Procissão da Festa da Senhora do Desterro. Serra de São José. Fonte: FB/MariadoAmparo Junho passado sentei-me no banco do carona do carro da Edilene, envolto em meus andrajos e muito à vontade, e rumamos para em direção à neblina que encobria as serras de Palmeira dos Índios. A cada curva tinha, a Edilene, histórias e causos para contar, desde os tempos em que ela brincava na rua, quebrando os paradigmas dessa sociedade machista.  Tal uma guia aplicada, não houve lugares, fatos e pessoas que não fossem lembrados até atingirmos a Serra de São José, berço da Família Torres e de cuja terra forjou-se minha cicerone. Na ida topamos com uma arapiraca de 100 anos, de onde raízes perfuravam a terra até muito depois que a tecnologia fez do sítio um lugar globalizado.  Quando enfim adentramos as porteiras do tempo e do espaço, onde mais histórias surgiram e de onde desce regularmente minha guia, pude ver as crônicas nas cascas das árvores, a poesia do inverno na serra...

Nosso Sertão, nosso Litoral, nosso povo!

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Que falta faz nossos escritores! Que falta faz nossos cantores! A grandiosidade da literatura brasileira é tamanha, que o possível não é capaz de suportar as maravilhas, traduzidas em palavras, de nossos mestres. A Bahia de Jorge Amado e suas  magníficas histórias envolventes em cada vírgula, cada ponto do Pelourinho e do Tabuão, da Baixa da égua e da Baixa Sapateiros, de Tabocas e do Mata Gato. Os gostos, o suor e o Cacau, o Carnaval e a religião, tudo é explicitado com o mesmo sentido e intensidade que no ato realizado, em dias passados. O sertão de Guimarães Rosa, latente, vivo, ocupante do espaço físico e cultural capazes de sobrepujar os limites fronteiriços do Goiás, das Minas Gerais, do Brasil. O diabo e Deus nos caminhos incertos de personagens destemidos, mas medrosos e dispostos. De Jorge a Guimarães encontramos Diandorins, Jucundinas, Miguilins, Manuelzões, Jagunços, Dinheiro e Morte.  Luta após a morte, duelos antes da ida definitiva, mulheres mil e c...