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Mostrando postagens de maio, 2015

A casa é sua, também

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Imagem: Clip de A Casa é sua, com Arnaldo Antunes. Em dias como hoje, quando a Tancredo Neves fica praticamente intransitável por algum problema de engenharia de tráfego, e os vizinhos do grande cortiço Eucaliptos (que ainda não se decidiram completamente se a escrita é eucaliptus ou eucaliptos) não conseguem escolher entre o brega e o rock, entre um final de semana em paz ou um regado à cachaça e discussões, o mais correto é abrir uma coca-cola, de preferência com um pote de sorvete, e ouvir o som do Arnaldo Antunes, em leve contraste com as demais melodias que reverberam pelos corredores de concreto formados pelos prédios do cortiço. Não há muito o que fazer. Talvez pensar na vida (miserável) ou nas inúmeras impossibilidades que se apresentam à janela; de repente ver o que os vizinhos andam aprontando em seus apartamentos, igual ao que ocorre em Ó paí Ó; ou, quem sabe, só beber e tentar ver o mundo sob a perspectiva expansível e filosófica de um bêbado sábio.  Seja lá q...

Vamos falar sobre essas férias (greve)

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Em 2012 a promessa era de o mundo acabar em várias catástrofes onde todo o conhecimento, o avanço tecnológico e cultural da humanidade seriam dizimados, junto com toda a espécie humana. Isso, para decepção de alguns poucos pessimistas e fatalistas, não aconteceu. A Segunda Vinda também não e a Igreja (independente da denominação) pôde dormir em paz sabendo que seus pecados estariam, por mais algum tempo, seguros da terrível ira/justiça divina - que parece não saber tudo, segundo dizem nos púlpitos. O que ocorreu, e de forma desastrosa, foi uma greve nas Universidades e Institutos Federais - como sempre exigindo uma autonomia, um reajuste salarial e, em último tópico, melhoria na infraestrutura.  Meses depois o Governo Federal calou os docentes com uma porcentagem diminuta, parcelada e um chute na bunda para voltar ao trabalho - sem barulho e feliz pela migalha. Foi nessa ocasião que o Andes-SN sofreu uma cisão e surgiu outro sindicato. Igual ao primeiro, mas disposto a ceder se...

Pequenas tragédias

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Ilustração: Soupe à trois sous. James McNeill Whistler. The Collection OnLine Sem querer, comecei o período de greve docente mais cedo e não muito feliz com a ideia de passar mais um tempo ocioso apenas para suprir a necessidade gananciosa de alguns docentes. Comecei esse lapso temporal terminando a leitura de Primeiro Amor , um romance de James Patterson e Emily Raymond. Uma ficção baseada na vida de Patterson. Enquanto lia pensava sobre as inúmeras tragédias que se passa na vida de algumas pessoas e de como as nossas tragédias, embora muitas vezes pequenas e sem a mesma profundidade de algumas que viraram romances, acabam por nos tornar isolados de nossas próprias emoções e aspirações. E quando digo tragédia não me refiro apenas à morte, à uma doença terminal ou a algum tipo extravagante de tragédia. Refiro-me a amores que vão embora depois de jurarem não ir (e que não estão com doença terminal); a pais que não conseguem ver nada além de necessidades básicas por medo de enc...

As memórias do livro

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As memórias do livro , de Geraldine Brooks, é um daqueles volumes em que o leitor vagueia pela história e pela realidade através da ficção e da invenção, sem saber exatamente o onde se situa a fronteira do imaginário e do verídico. Com muita delicadeza e sem perder o fio da meada (ou das tragédias humanas), Brooks relata-nos a origem e o caminho histórico e temporal da Hagadá de Sarajevo (que não é de Sarajevo, mas espanhola). Personagens tão intrigantes quanto os caminhos do destino fazem parte da história fictícia da Hagadá e da humanidade. Um livro sem precedentes no que se refere às mazelas pelas quais parte da humanidade infligiu e sofreu, aos incidentes históricos que marcaram os continentes e de como o homem pode ser dedicado e fiel a uma causa, a um povo e à cultura. Geraldine, em As memórias do livro , mostra-nos como um livro guarda, antes de tudo, a memória e as lembranças de um povo através de páginas manchadas, vendidas, usurpadas. Uma obra realmente surpreende...

-ismos do cotidiano

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Não é difícil ouvir reclamações sobre individualismo, egoísmo e todos os -ismos que promovem a vida solitária, apesar do grande esforço das redes sociais em criar ambientes comuns e de "boa convivência". E a grande ironia é que quando o contexto em que a crítica é feita situa-se em cidade metropolitanas são os próprios críticos quem promove a segregação, em seus mais variados níveis. Um exemplo irrefutável da promoção do individualismo e combate à vida coletiva são os condomínios.  Há condomínios pedantes onde é expressamente proibido dividir a churrasqueira e o salão de festas com pessoas diferentes (ainda que morem no mesmo edifício) àquelas que os reservaram; em outros é proibido, igualmente, o som musical; em outros existe o cúmulo da etiqueta que diz que é falta de educação ou indelicado não possuir carro e, assim, ter que cumprimentar o porteiro. Quando não é esse extremo elitista, os condomínios são a representação do descaso dos moradores com suas áreas comuns...

Snapchat

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Ter um smartphone implica ter uma série de aplicativos destinados ao compartilhamento de foto, vídeo e localização. E isso é muito importante, nessa era digital, para quantificar o quanto somos importantes, populares e bem sucedidos. Entretanto, não é ter só um aplicativo que, de imediato, estamos bem colocados. O mercado de aplicativos e compartilhamento de dados depende do quão satisfeito o usuário fica em relação às novidades da interface baixada e como ele pode utilizá-la em seu dia a dia e na sua autopromoção. Muitos APPs já saíram do mercado por falta de criatividade e outros tantos estão fadados aos fracasso por simplesmente oferecerem o óbvio em um design cansativo e repetitivo. Os usuários, a grande maioria deles, simplesmente baixam, utilizam e depois, de acordo com a experiência, abandonam por falta de incentivo para continuar ou não desinstalam por preguiça, ainda que jamais o acessem. Um exemplo de aplicativo cansativo, chato e sem sentido de existência é o Snapchat,...

Inquietação pelo motel

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Estava voltando do conjunto Eduardo Gomes, olhando pela janela do ônibus o resultado de uma tarde e uma noite de chuvas intensas, refletindo sobre a solidão de milhões de pessoas, que às vezes cabe dentro de uma só e às vezes não cabe em lugar algum, quando o ônibus para em um ponto sem qualquer indicação, como parecer ser muito frequente no conjunto. Levanto a vista com a mesma animação que um cachorro acordando e dou de cara com um motel esfarrapado, bem chulo.  Foto: Linha 031, Aju-S. Cristóvão Quem, em juízo perfeito, teve a ideia nada genial de colocar um ponto de ônibus em frente a um motel? Isso ninguém há de saber. O que fica claro, no entanto, é que é o pior lugar do mundo para os clientes do motel que queiram discrição e agilidade na entrada/saída. Para o proprietário, deve ser bom visto que os pobres que não tiverem automóvel próprio podem esperar umas duas horas, em média, para um mero sexo rápido e depois passar pela humilhação de esperar mais duas horas à port...

A Cidade do Sol

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Cabul, uma capital em que a disputa pelo poder, pela supremacia de um regime ou/e de uma religião fez suas vítimas; seus mais atormentados testemunhos. Uma cidade em que várias histórias deixam de existir, na queda inesperada de uma bomba, e que outras tantas resistem, inseguras em casas, orfanatos e ruas. Essa cidade, com cidadãos evadidos, com casamentos arranjados, com mulheres espancadas e maltratadas, é o cenário para a vida  - a mesma vida que se justifica ao fazer florescer uma flor, e ao assassinar milhares. A vida das mulheres afegãs, representadas por Laila e Mariam, vitimadas por dogmas sociais e religiosos que impedem a igualdade entre os gêneros; que justifica a mulher ser apedrejada, agredida, xingada, estuprada. Mariam, bastarda, vítima desde cedo de uma sociedade em que um homem pode ter várias esposas porém nunca uma filha fora da poligamia. E é essa mesma Mariam que ama Jalil, seu pai, e que ignora essas vicissitudes sociais que passa a humilhação de dor...

Os Quatro Grandes

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Em Os Quatro Grandes o leitor se deparará com uma nova forma de crime, ao menos com o plano de fundo e audácia naturais o romance policial. Agatha Christie antecipa em décadas o que James Patterson pretendeu em O dia da Caça – uma intriga criminosa internacional capaz de abalar os pilares das sociedades democráticas, independente do regime. Agatha Christie, literalmente, resgata os mortos e faz de Hercule Poirot, mais um vez, um ícone da inteligência e do romance policial. No entanto, nem tudo são flores. A leitura chega a ser chata e entediante quando se trata do ego de Poirot no caso dos quatro grandes. O que revela, mais uma vez, a genialidade da autora ao criar um personagem dotado não só de vida própria como de todo o subjetivismo natural aos seres humanos reais. A trama de Os Quatro Grandes envolve as maiores mentes da época, da ciência, dos negócios da praticidade e da manipulação política, nos Estados Unidos da América, na Inglaterra, na França e na China. Com uma...

Misturas de conhecimentos

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Quando digo que gosto de ouvir MC Catra, Valesca Popozuda, Leoni, Nando Reis, Vinicius de Moraes, Tom Jobim, Legião Urbana, O Rappa, Ana Carolina... as pessoas têm a reação mista esperada de surpresa e constrangimento como se ouvir apenas um estilo musical fosse o suficiente para alimentar a criatividade e saciar os insigths necessários para boas ideias.  Sim, funk, pop, rock, forró e os demais estilos são capazes de dar boas ideias para as mais diferentes situações. E ideias sem precedentes! O problema é que as pessoas acostumaram-se às limitações que se autoimpuseram e acabam sendo vítimas de suas próprias restrições. Acabam por ser medíocres e sem criatividade, sem assunto para qualquer hora e sem visão. Acabam sem imaginação, o que é ainda pior. E se fosse só na música isso seria razoável. Porém se estende à literatura, aos estudos acadêmicos e à cultura geral. O resultado imediato é um conhecimento adquirido pobre e sem muitas aplicações, limitado desde a gênese. Pou...

A ponte, as "mães" e as mães.

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Ontem um animal e mais quarenta e seis quadrúpedes, incentivados pelo animal, passaram sobre uma ponte interditada, derrubando-a e e deixando um milhão de aracajuanos sem água. Pouco mais de uma dezena de quadrúpedes morreu.  Adutora/Ponte danificada. Laranjeiras-SE E como se isso não fosse o suficiente as pessoas, nas filas do Mercantil, logo atrás de mim, reclamavam dos "inginhêro" que não previram a queda da ponte. Uma ponte construída há oitenta e seis anos e que agora, interditada, cai. Realmente, foi muito mal construída para durar só 86 anos. Deixei passar sem uma breve explanação sobre frequência ressonante e resistência dos materiais só porque meu sorvete estava derretendo e porque discutir com ignorante é gastar saliva à toa.  Agora a água acabou e ainda vão construir a adutora de emergência. Solução: tomar banho de mar. Como se só isso não bastasse, hoje é também dia das mães. Diga-se mães e não parideiras. Sim, tem diferença. Toda mulher pode parir (...

Playlist

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O poder de uma playlist é incalculável. E esse poder se torna ainda mais intenso quando a lista é esquecida em algum aparelho celular (ou reprodutor musical qualquer) - muitas lembranças, sentimentos e encrencas são relembradas. Uma playlist pode relembrar amores passados, repintar antigos quadros, romantizar antigas brigas e desentendimentos. Em último caso, ela pode revelar o quão bom e o quão ruim era o gosto musical em um passado que pode nem ser tão distante assim. O que uma playlist não pode fazer é melhorar os serviços que o Estado oferece aos cidadãos, nem resolver o problema de uma ponte-adutora quando esta desaba inexplicavelmente e prejudica o abastecimento da região metropolitana de Aracaju. Ela não pode levar o ouvinte ao passado nem consertar o que deveria ter acontecido. Uma playlist não pode limpar os olhos depois de uma leitura porcaria nem os ouvidos depois de escutar certas palavras. Uma playlist tem muito poder, muitas lembranças e revela muito sobre quem a fo...

Show de Horrores do Gugu

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Ser pobre não basta, tem que dar audiência para o show de horrores da rede Record no horário nobre. Nem todos possuem uma boa conexão com a internet ou podem pagar por uma assinatura de canais que oferecem porcarias melhores e o que resta para essas pessoas que não têm opções? Assistir ao Programa do Gugu, três vezes por semana, em horário nobre. Se antes esse programa explorava a esperança do pobre sobre a possibilidade de adquirir uma casa própria, realizar um sonho fútil de viajar para visitar um parque de diversão ou voltar para seu Estado de origem, agora a atração, ainda tediante, continua explorando os "sentimentos" dos pobres de maneira ainda mais sensacionalista para atrair a atenção dos telespectadores do horário nobre e competir com as atrações Globais e SBTistas. E o resultado está sendo um show de horrores como há muito não se via na televisão aberta - já que era exclusividade dos circos. Um dia é um homem com enxertos nos músculos - cujo objetivo dele no p...

Inutilidade social

Outro dia conheci uma garota que almejava, como presente de aniversário de 18 anos, que alguém, qualquer um, tirasse sua virgindade. Listas e mais listas de candidatos foram feitas, de vizinho a completos desconhecidos, e só o tempo não passava. Ela experimentou estratégias de embelezamento, o que não funcionou muito, e maneiras de sensualizar vulgarmente, que funcionaram muito bem e que lhe rendeu muitas ligações e muita putaria falada ao pé do ouvido e, suponho, concretizada. O dia finalmente chegou e não foi festa que houve e sim uma escapadela que lhe possibilitou a tão esperada perda e com o mais próximo que conseguiu. Daí sua vida foi um completo bacanal, de cama em cama, sobre e sob homens dos mais diferentes tipos e ideias. A graça acabou apenas quando ficou grávida. Esse primeiro filho não nasceu - é mais fácil abortar que parir -; mas um segundo sim e pôs fim a divertida vida. Hoje ela vive sob o manto da baixa escolaridade, da desocupação e da responsabilidade de criar ...

Punição para a inocência

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Até onde vai a conveniência na elucidação de um crime? O que estamos dispostos a fazer por "amor"? Como matar? Em Punição para a inocência a Rainha do Crime envolve o universo familiar  em uma trama criminosa em que o "melhor para todos" foi a  acusação do problemático Jacko. Entretanto, Jacko morre na prisão e uma testemunha surge de repente para bagunçar as certezas e os sentimentos de todos os envolvidos. O Dr. Calgari é a testemunha chave capaz de inocentar Jacko e que, por uma sucessão de acasos e coincidências, acaba ficando fora da realidade por tempo suficiente para tornar os eventos irremediáveis. Porém, busca a verdade e descobre, além desta, um amor. Os envolvidos - filhos adotados pela vítima, a sra Argyle, que, cada um com seus medos e ambições, não conseguem sentir amor ou afetividades pela assassinada; um marido relegado à passividade de uma posição social; uma secretária que ama o patrão; uma gorvernanta misteriosa - não conseguem...

Sua vida não interessa

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Quadro: Queen Esther Approaching the Palace of Ahasuerus. Claude Lorrain. 1658. Sempre ficam com desgosto quando ouvem que suas vidas não interessam e que nada do que fizerem é de relevância para a vida de outrem, na maioria dos casos. As pessoas não gostam de ouvir isso ou, pior, de verificar, na prática, os resultados desse tipo de afirmação.  Indivíduos que se resumem à superficialidade das redes sociais, das telenovelas, dos notícias resumidos e com um nível de instrução que varia do ruim para o muito pior não se dão conta que suas vidas representam, na melhor das hipóteses, força de trabalho para o Governo e um número nas eleições, de quaisquer níveis. E quando são defrontadas com a implacável realidade que suas ações e discursos não significam nada nem mesmo para aqueles que participam dos seus círculos familiares e amigáveis, acabam reagindo da maneira esperada - com xingamentos, tentativa de descrédito de quem lhes abriu o fato indiscutível e com palavras que tenta...

Segunda virtual

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Vivemos uma época de transição, e nem todos se dão conta disso, entre a ampla utilização de recursos tecnológicos e virtuais para trabalhar e estudar (e não só para socializar) e o tradicionalismo onde a burocracia, os estudos e o trabalho insistem em não receber ajudar do mundo on line. Esse emprego do mundo virtual e do hardware necessário para esse acesso torna-se mais evidente quando a energia acaba ou o usuário viaja para uma localidade onde a conectividade não seja minimamente boa.  E apesar de o Brasil ser um país em desenvolvimento, onde a conexão com a internet é cara e muitas vezes precária, é notório que a educação à distância e o home office estão cada vez mais ganhando espaço, no setor público e privado, ainda que os trabalhadores/usuários não se deem conta disso. Reclamamos da segunda-feira e não notamos que desde o domingo trabalhamos, em casa, na praia ou em viagem, para adiantar o trabalho da semana ou por em dia o trabalho acumulado. E quando fazemos isso esta...

A noite de sábado

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A noite de sábado pode ser passada atrás da tela de um computador ou em uma boate com um som bem alto e bebidas das mais variadas. Pode ter o escapismo dos problemas da semana ou a obviedade daqueles que não gostam de se divertir. Pode não ter nada e mesmo assim ser muito produtiva. O sábado é a prévia do marasmo do domingo e a noite de sábado pode salvar ou piorar o primeiro dia da semana. Ainda assim existe sempre a opção de X - e que pode ser o plano alternativo para sair da balada ou de casa. Essa opção pode estar entre lençóis, planos ou nudez e mesmo assim ser a mais sensata apesar de não ser a mais fotografável. Em noites de sábados são criados milhares de vídeos amadores ( e não me refiro aos de E.T.'s)  que vão fazer a companhia de diversos reclusos sociais ao longo dos próximos anos enquanto a nuvem de dados puder salvar esses vídeos.  E ninguém, com exceção daqueles que possuem prazos apertados, venha dizer que a noite de sábado é feita para estudar que nem ...

Músicas (jorgiana)

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Essa madrugada estava assistindo Seu Jorge no Programa do Jô, e entre a tremedeira do Jô e o encarte de Músicas para Churrasco Vol. 2, ocorreu-me que o tempo saltitou grandes distâncias enquanto o tempo fazia sua corrida desabalada para frente - sempre para a frente. E que a música, ainda que a da pior qualidade, como a da Raquel e seus teclados, acaba sendo marcos que registram pequenas aventuras da vida. São Gonça, Tive Razão, Pessoal Particular, Burguesinha e A Doida são exemplos de composições que Seu Jorge imortalizou na pele, na memória, nos sorrisos e na malandragem de outrora e que agora, tempos saltitados depois, são cantadas com uma malícia particular.  E quanto sono deixamos para depois em madrugadas intensas ao som da consciência? E quanto batuque fazemos a mais leve lembrança de uma pretinha? É irrelevante afirmações, interjeições e indagações; o importante é: se nenhuma música o abala, o relembra, então volte várias casas e comece a viver novamente.  ...

Novas Profissões

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As formas de ver o mundo mudaram. A ciência e a tecnologia descobriram maneiras melhores de produzir bens, duráveis ou não, e a humanidade deixou de se preocupar com lendas urbanas e passou a preocupar-se em não esquecer o carregador do computadores portáteis e smartphones. O mercado de trabalho tornou-se maior enquanto a tecnologia difundia-se e os pobres ascendiam ao nível de portador de eletroeletrônicos da moda e, apesar do poder de informar-se e formar-se nas mais diversas áreas do conhecimento, muitas delas novas, continuamos enfrentando o pensamento inflexível, por parte de uma parcela razoável da população, de que o trabalho, para ser de fato um trabalho, precisa provocar calos nas mãos e ser desenvolvido sob o sol ardente dos trópicos.  A tradição de o trabalho ser árduo, nocivo e  extremamente danoso ao corpo humano leva-nos a ouvir pais repreendendo filhos por escolherem profissões modernas como web designers, social media e blogueiro; ou por escolherem pr...