Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2015

A 14ª Festa do Pôr do Sol

Imagem
Imagine: Sol, brisa marítima, escritores, atrizes, artistas plásticos, colunistas, professores e a fina flor da graça maceioense; o sol dando "até logo" e muita água de côco para aplacar o calor - essa é uma forma de descrever os elementos principais da 14ª Festa do Pôr do Sol, que aconteceu na Ponta Verde, em Maceió. Na ocasião  teve: o lançamento do livro Cachorras , de Claufe Rodrigues, e a premiação do 10º Prêmio Notáveis da Cultura Alagoana. E mais: música, declamação de Poesia, encontros e muita risada. Em uma tarde agradabilíssima, Carlito Lima fez de três eventos um só e não deixou passar nenhum detalhe. A Festa é sempre aberta a quem quiser chegar, sentar e se divertir. É de graça, como o é a poesia, a música, a interpretação e a leitura.  E como tudo o que é bom dura pouco, a próxima edição só no ano que vem - mas não precisa esperar tanto para fazer a arte e a cultura acontecer. Até lá, produza! Este blog, o Clube de Leitura Passarinhar e a Profª Vanus...

Cachorras em Alagoas

Imagem
A 14ª edição da Festa do Pôr do Sol foi um evento prime da tarde alagoana dessa quinta-feira, 29 de janeiro. Quem passou próximo ao Alagoinhas, ali na Ponta Verde, viu pessoas reunidas para saudar mais um fim de dia, a literatura, a arte plástica, a música, a blogosfera e a todos os tipos de entretenimento que faz de Alagoas ser Alagoas.  Uma festa para todos, de qualquer idade, com todo tipo de disposição e imaginação - o que importa é saber viver! E vivendo chegou-se a essa edição; 14 anos de divertimento fazendo história. Nessa tarde agradável tivemos o prazer de receber Cachorras , o mais novo livro do poeta, jornalista e compositor Claufe Rodrigues. Já lançado nas terras cariocas, Cachorras pisou pela primeira vez em Alagoas justamente na Festa do Pôr do Sol , em um cenário mais que adequado para uma recepção.  Com autógrafos, gargalhadas, encontros e reencontros o autor desse interessante enredo fez chegar até aqui as novidades de sua criação. A Festa, como...

Taxas de embarque

Imagem
Bilhete de embarque da rodoviária de Arapiraca-AL Não é novidade para ninguém as dificuldades para viajar pela mesorregião alagoana, seja pela incapacidade de gestão dos Prefeitos, seja pelas arbitrariedades exercidas pelos sindicatos de transporte alternativo. Depois da onda de "melhoria" (que jamais aconteceu de fato) nas rodoviárias de Palmeira dos Índios e Arapiraca, a moda agora é a elevação dos preços das taxas de embarque. Em Arapiraca a taxa está a R$ 3,15. É quase o valor de uma passagem no transporte público de alguns estados do sudeste/sul. É uma taxa barata se você viajar esporadicamente. Caríssima se você precisa viajar regularmente.  A contrapartida não é notada. Aliás, a mesorregião alagoana anda com impostos e aumentos destes sem a devida retribuição para a sociedade. Até quando essas "taxinhas" vão oprimir visitantes e nativos? Quando algum órgão de controle vai desbaratar a farra nas rodoviárias?

As Cariocas

Imagem
A mulher é o intento do Brasil, seja no sabor salgado do litoral ou nas cidades perdidas do interior. E em cada lugar em que se tenha uma mulher, um homem e barreiras ao encontro destes haverá histórias a serem contadas. Sérgio Porto, em 1967, já escrevia sobre a revolução feminina na cabeça do homem, no ódio de outras mulheres e no tão sossegado bairro de cada quarteirão. As Cariocas , de Porto - ou S. Ponte Preta -, é o que se pode chamar de livro de todos os dias, onde o cotidiano nada mais é que o cômico sendo dramático. As novelas de Porto foram muito bem apresentadas por Jorge Amado e, recentemente, adaptadas para a televisão.  Uma carioca que é esperta demais para ter um carro exclusivo, outra que é a "santinha" dos bastidores de TV, ainda uma assassinada por querer um pai decente para o filho e uma que sofre por ser desquitida são exemplos das muitas mulheres que percorrem as ruas do Rio e do restante do Brasil, ainda que não estejamos na década de 1960. O l...

De estima

Imagem
Camaleão em Cacimbinhas-AL Animais de estimação não precisam ser fofinhos, felpudos e "quase humanos" para serem animais de estimação. Cobras, répteis, roedores, felinos e toda sorte de ser vivente pode ser um animal de estimação, pois o que importa é a estima, o cuidado e o valor agregado que o "dono" tem. Até mesmo outra pessoa pode ser um desses animais simpáticos. A escolha da compainha pode variar. As razões podem não agradar a todos. E o mais importante continua sendo a relação homem x bicho. Se você tem um gato, um pitbull ou uma píton, o problema, a solução e as pequenas alegrias são suas, ainda que muita gente não entenda. Animal  de estimação já carrega na própria classificação tudo o que se é preciso para ter um - estima.

A maior invenção da humanidade

Essa história toda de amor, traduzida em corações, canções e poesia é a invenção mais ridícula da humanidade. Acreditamos que alguém nos ama. E com isso vivemos. Crescemos divididos entre transar e amar, misturando os dois atos, algumas vezes. Passamos a vida procurando a quem amar com o objetivo único de não viver a solidão. E quando não encontramos espontaneamente, fabricamos o amor através de ilusões e passamos a amar.  Que perda de tempo! Que maneira desesperada de viver! Já vi gente terminar o relacionamento porque a distância fisica era demais ( e menos de um mês depois já estava chupando outro). Já vi gente que morou dez anos com outro e a única maneira de viver aprendida como experiência foi a de ser submissa. Vi gente que rodou e morreu de câncer sem os amores tantos. E vi gente que escolheu não amar, ou ser esquecida pelos amantes, mesmo aos 90 anos. Essa história de amor é longa, chata, cansativa. O amor é uma mentira muito bem contada e que insistimos em acr...

Conhecimento infeliz

O conhecimento, ainda que pouco, é uma praga que constrói e destrói esperanças, crenças e paixões. Ele é a máxima expressividade de um indivíduo, quando associado ao autoconhecimento. Nem sempre somos capazes de apontar nossos erros e aceitá-los como parte relevante da nossa história; e nem sempre somos capazes de escolher, aceitando e enfrentando as consequências dessas escolhas. E assim você vai encontrar quem, certa vez, disse que era impossível amar à distância (e que agora o faz com muita tranquilidade); quem sabe com muita certeza o que quer fazer da vida; quem nasceu sonhando e quem morre na infelicidade alheia. Erros são tentativas que não deram do jeito certo que queria. E acertos são os golpes de sorte que espelham os erros. E saber disso, tomar ciência disso, é o que chamamos, também, de conhecimento. E isso ora constrói a felicidade, o sonho, o amor e a esperança; ora destrói tudo isso e acrescenta perguntas idiotas sem respostas. Ainda assim há quem viva década...

Ou eu que quero demais?

A boemia parece ter morrido. As brigas dos vizinhos parecem ter menos baldes e farrapos. As putas parecem estar mais virtuais. A cachaça parece ter um gosto mais fraco. A pobreza parece estar envergonhada com toda essa conversa de ascenção. Ou eu é que vivo em outro mundo? E mesmo conhecendo gente pudica, aspirantes a putas e putos, mundiça e marginais, há algo que não bate, uma latência de vida que falta. E ninguém parece se importar. Ou eu é que quero demais para um mundo em que a regra é ser adestrado, orientado?

Amor de vitrine

O instagram tem um coração. O Facebook um polegar e o twitter tem o RT.  Em tempos de "amor de vitrine", onde tudo tem que ser publicado, visto e curtido, não se importar  com tais banalidades, incluindo o tal amor, é ser rotulado como sociopata, no mínimo. E o que importa!? Há amores eternos que são indestrutíveis no 1 de janeiro. E até o dia 5 de janeiro são pó que nem o vento leva.  Há desejos que só ficam nas fotos. Há promessas que nenhum comentário adivinha. Então não me venham com essa de que a vitrine virtual pede exposição. Expõe quem é inseguro, tragicamente.

Se nem os Xás...

Os planos - fazer exercícios, ler mais, estudar mais, ser mais humano (seja lá o que isso signifique), viajar, transar em um hostel vagabundo em Salvador, subir a serra gaúcha e beber muito vinho... E Deus e o Diabo mexendo os dedos com rostos incompreensíveis - a humanidade e seus planos. Os Homens e suas mesquinharias. Para quem não acreditar, em Deus ou no Diabo, ainda tem a possibilidade de criar fantasmas para colocar a culpa quando algo sair errado. Algo sai errado e o modo como encaramos esse erro é o que define sucesso, diversão e pesar. Apesar de tudo, e sobre todas as coisas, planejar é preciso! A Pérsia não foi um território dominador sem planos; O imperador da China e do Japão não foram homens comuns sem planos. E se Xás não resistem a um bom planejamento, nós é que não seremos. Fazer planos é uma ação gratuita. Deus e o Diabo fazem e riem quando querem. E nós, mortais, temos é que sair se esquivando contra risadas, iras e tiranias para não se pó.

A breve segunda vida de Bree Tarner

Imagem
Os personagens de um enredo nem sempre têm o espaço que desejam, ou precisariam, para contar suas histórias e expor suas emoções. Nem tempo, ou espaço, o autor é capaz, às vezes, de dispor para tanto e o mundo acaba, vai-se saber quantas vezes, perdendo uma boa história. Meyer, ao terminar a Saga Crepúsculo, lançou a breve segunda vida de Bree Tarner, que é o outro lado do ataque de recém-criados comandados por Victoria, e aprovado pelos Volturi, em Eclipse . Através do olhos de Bree o leitor pode vislumbrar a vida e o azar de ser um vampiro jovem feito para matar e sem a proteção que Bella teve, mesmo quando humana, dos Cullen. Bree amava, descobriu o amor que como humana lhe foi negado, sentiu a dor da perda do ser amado, a angústia da descoberta da solidão e da busca pelo inatingível. Uma personagem que deveria estar incluída na Saga, e não em linhas avulsas. Stephenie Meyer, nesse volume extra, foi melhor escritora que nos demais livros da história vampiresca de Bella e ...

Mira o Coração

Atingir o coração é uma pretensão; um desejo de escritores, artistas, putas e compositores. Muitos querem. Todos querem. E quase ninguém consegue. Atingir o coração é fácil - uma bala, uma faca, uma pedra ou uma mão consegue.  Cativar uns olhos, prender umas mãos, conquistar um coração é outra história e o buraco nem sempre está embaixo. Às vezes nem buraco tem.  E quando o coração não consegue sentir, quando a superficialidade é tão constante que não agride a sensibilidade fica-se a mercê da rotina e de falsos amores, que brilham com o tom de palavras vãs.  E assim o sucesso beija alguns. O fracasso outros tantos e a vida vai passando.

Poeira dual

Seu perfume               [Pimenta e verão] Agora é  poeira              [Morte e esquecimento] Você             [Amor e desejo] Eu            [Desprezo e nojo] Nós que somos a vida Abismos e memórias Não somos mais nem acasos.

água estranha

Tem dia que amanhece nublado. Abafado. E não chove. E tem dia que chove, tornando o meio-dia tarde, a luz vacilante. Nesse dia que chove o asfalto fica encharcado, motoristas engraçados tentam molhar os pedestres e as nuvens não costumam perdoar ninguém. Isso todos já sabem. Entretanto, com tantos atrasos, tantas olhadas ao relógio, ninguém presta atenção a quem não tem onde se abrigar da água, seja um guarda-chuva, seja por opção ou destino. Esse monte de ninguém não ama nem sabe o que realmente fazer. E quem se molha, no dia que chove, talvez saiba menos ainda e tenha esquecido o significado desse verbo - amar - mas só em ter água estranha na pele, uma gripe à noite e a falta de pressa dos molhados já é um passo em direção ao abismo das reviravoltas, que só acontecem em dias de chuva.

O outro é dólar não entendido

Não entendem. Simples como o raiar do dia, não entender o que se passa com o outro é, muitas vezes, escolha para não sr envolver demais com problemas alheios. Alheios!? Ter R$ 8,00 para uma mobilidade urbana que exige um mínino de R$ 50,00. Estar saudosista por algo que ainda não aconteceu. Ter a sorte e o azar de não ter saudade. Abrir caminho para a solução dos problemas conversando e não ter ninguém para tal - são problemas alheios que fogem ao fato de que a boa vontade pode ajudar. O outro pouco importa. O outro é mercadoria de valor variável e tal como o dólar, nem sempre está em alta. Não entendem nem procuram entender. Depois, com a tragédia feita; com a situação irreversível, vêm querendo saber os porquês. O outro é mina de fofoca e recriminações. E se não entendem, não levem flores para o funeral.

A Pedreira

Imagem
Vista da Pedreira. Palmeira dos Índios-AL Quem passar pela outrora cidade da pinha mais saborosa de Alagoas, Palmeira dos Índios, vai acabar se deparando com a 'pedreira'.  Na realidade a 'pedreira' é uma área de extração de pedra, óbvio, que foi desativada dada a proximidade com os loteamentos da cidade. Com a desativação a região tornou-se um lugar pútrido e sacana, em vários sentidos. Casais que transam sobre as rochas, ou no chão. Cidadãos que jogam lixo próximo, colaborando com o fedor de carniça (ao jogarem animais mortos na proximidade). Apesar disso, é na rodovia que liga o centro de Palmeira dos Índios à Palmeira de fora, passando em frente a 'pedreira' que se pode observar um espetáculo de pôr do sol, raramente apreciado pelos nativos(ou visitantes desatentos). Entre prós e contras, ao passar pela cidade, atente para as serras e veja a ferida em uma delas e aí verá a 'pedreira'.

Detestáveis

Pessoas que fazem sempre as mesmas atividades acabam se tornando detestáveis. Pessoas que sempre bebem a mesma cachaça. Pessoas que sempre comem o mesmo prato (mesmo mudando de restaurante). Pessoas que só leem um gênero. Pessoas que só querem entender uma linha de raciocínio. Pessoas que só querem um mesmo grupo de amigos e conhecidos. Pessoas que só querem suas redomas são indivíduos detestáveis pelo ostracismo e pela falta de ambição em ser mais que um sobrevivente.

Amanhecer

Imagem
O último volume da Saga Crepúsculo, Amanhecer, é sensivelmente melhor que seus antecessores. A incapacidade de Stephenie Meyer em manter o ritmo de uma aventura inesperada e a dualidade latente entre manter o romance no campo da fantasia e a propagação de lendas medievais atualizadas torna as linhas do enredo igual aos demais nos quesitos "originalidade", "tédio" e "interessante". Com uma Bella imortal, linda e irresistível, Amanhecer torna-se levemente melhor com a trama deslocada do foco original e tedioso - a Bella frágil e quebradiça. A apresentação de vampiros-fada de todo o mundo, a revolta contra o Poder constituído do mundo dos vampiros, o imprinting de Jacob e odesenvolvimento das habilidades de Bella incrementam o enredo de Meyer. O final, no entanto, é complicadamente ruim! Espera-se que, quatro volumes depois, a autora presenteasse o leitor com um desfecho marcante e não como uma banalidade. Várias máximas entre as páginas poderiam serv...

Paradoxo

Imagem
Encarte do álbum da Mônica Montone Falam de amor como se fosse algo tangível e sobre a qual pudéssemos fazer alguma coisa. Às vezes dão a impressão de que o amor pode ser criado do nada e para o nada se encaminhar como se fosse um fluxo natural e incontrolável. E acabomos no mesmo ponto - pessoas que se conhecem, se "amam" e acabam nas agressões físicas e mentais, num verdadeiro desastre psicológico. Daí, andando pelas ruas durante a madrugada, conclui que sobre esse sentimento não temos nada que possamos fazer, exceto respeitá-lo e tentar cumprir as promessas feitas durante o romance (aquelas que não agridem o direito e a liberdade do outro). Seu Jorge, em Pessoal Particular , já interpreta a verdade de que a relação acaba, não o amor. Mônica Montone, em Te amo de amor, mostra que sobre amar não há nada que se possa fazer, nem contra ou a favor.  E ainda assim seguimos querendo dobrar ferro frio. E a verdade é que amar é um saco; e amar forçadamente é uma to...

Os olhos

Imagem
Os olhos de Ariane - incríveis Então eu paro e começo a ouvir a pessoa conversar sobre a notícia quente do NYT ou do Financial Times; sobre o medo trazido pelo aquecimento global, pela perda de amores problemáticos ou pela inexistência de uma paixão violenta. Vejo olhos que não são acostumados a olhar diretamente na profundidade de outros olhos; observo cílios que podem delinear mundos invisíveis - castelos surpreendentes. E me perco. O som das vozes somem. A luz revela as cores ocultas nas íris e o globo ocular é um um globo de outros tantos mundos que existiram e foram despedaçados, que simplesmente surgirão no calor do futuro. E acabam chamando-me de ousado, ou pedante, quando ouso dar atenção aos olhos, não à boca e às idiossincrasias.  E mesmo que gostem do pôr do sol, dos verdes mares, das flores tantas - só isso não reflete a beleza. A beleza é vista quando o espelho dos olhos de alguém vê o vermelho-alaranjado do sol no fim de tarde ou o mar dentro dos mund...

O péssimo gosto por DVD pirata

Imagem
CD's e DVD's piratas Os dvd's piratas de filmes e espetáculos musicais ainda são razoavelmente consumidos pela população sem acesso legal à internet. E os mais esdrúxulos discos são propagados pelo mundo de forma ainda mais insidiosa e maligna que antes já que os consumidores não são lá muito instruídos e de bom gosto. Filmes com dublagem com "meter no seu rabo" não podem ser levados a sério se você conhece o mínimo do mercado cinematográfico e da arte da dublagem - afinal de contas o brasileiro deveria ser obrigado a falar português e espanhol, ninguém tem obrigação de saber o inglês. E assim, com capas desbotadas, coloridas, os dvd's pirateados seguem seu rumo, que seja curto, em casas, bares e quiosques na tarefa árdua de propagar o mau gosto e a criminalidade.

mulheres - analfabetas e vagabundas por escolha

As mulheres na casa dos 45-50 anos, com baixa escolaridade, têm uma tendência natural a ser submissa, a ser a empregada do homem - seja qual for. Andando pelo interior alagoano vejo mulheres que se conformam com pedir migalhas de atenção de homens escrotos e igualmente rudes e analfabetos. Vejo cidadãs abrindo mão de sua igualdade, teórica, com o gênero oposto para suprir suas necessidades emocionais e financeiras. Vejo a perpetuação de um quadro em que a mulher adora ser puta, baixa, portadora da vagabundice eterna a ser independente. Por sorte as gerações mais novas não estão assim, talvez graças à internet. E é o que poderá romantizar as mães e avós de hoje. A vida, se dita como realmente é, espantaria até à Divindade, seja lá qual for a que acredite.

Na conta Dele

"Que Deus lhe pague!" E assim vão jogando todo tipo de pendência e pendenga na conta de Deus. É a vizinha que faz um favor para a outra. É o vendedor de leite que deixa para cobrar a conta depois. É a professora que não espalha a fofoca do filho de um conhecido. É um crente que sabe o que dizer ao receber um favor. É um velho que só sabe pedir e repetir "Deus lhe pague". E assim Deus vai ficando devedor de anjos e demônios, cães e gatos, sem saber ao menos onde essa história toda de fiado a Ele começou. E se é mesmo pecado falar o nome Dele em vão, então que " Deus o pague e absolva " já que ser contra essa tradição é ser anticristão.

O Ralf

Imagem
Há alguns anos uma turma de alunos de eletrotécnica foi reunida em uma fazenda nos arredores de Belém-AL para uma confraternização. Fotos, porcos, cavalos, currais, banho com direito a lama e muita preguiça. Nesse tempo todos eram mais novos e com certa predisposição a um show à parte, mesmo que fosse só arruaça. E no fim do dia uma certa alma 110rizada CARREGOU, mas ela jura que ganhou, um filhote. O cansaço veio. Todos em suas casas. Os dias, meses e anos passaram e o esquecimento dos detalhes também marcou ponto. Recentemente, uns 6~7 anos depois do dia da reunião bucólica, o filhote apareceu, ainda sob os cuidados da alma 110rizada. Grande, forte, da cor tipica das "baleias", Ralf continua impávido lembrando a todos daquele dia divertido nos arredores de Belém-AL. A vida vai seguindo, caminhando e enchendo de surpresas os dias. Ralf também vai seguindo seu rumo sem saber da turma doida qimpregnadasceu e ignorando as razões que originaram seu nome. E que alegri...

Eclipse

Imagem
Em Eclipse fica evidente que o enredo, até esse ponto, poderia ter sido editado de maneira a cortar muitos eventos desnecessários que só serviram para "encher linguiça". Seus antecessores, Crepúsculo e Lua Nova , poderiam muito bem serem misturados e se tornado um único livro. Meyer, no entanto, começa a acertar o tom no penúltimo livro e entedia menos o leitor, embora ainda tenha como modelo a indefesa Bella e o "bom em quase tudo" Edward. O que tem de novo que pode gerar um sentimento de repulsa, o que significa que a história rumou para o acerto? A piranhice de Bella. Sim, Bella comporta-se como uma verdadeira piranha em Eclipse , apesar de já ter demonstrado, nos volumes anteriores, sua disposição para tal. Um modelo e tanto essa Bella! Praticamente uma chateação, esse volume da Saga Crepúsculo não possui grandes novidades e nem algum comburente capaz de incendiar o desejo do leitor por Amanhecer, contando apenas com uma discórdia que poderia ser enc...

A Rodoviária

A rodoviária de Palmeira dos Índios é um desastre da Administração municipal. Um recinto sem a mínima condição de ser chamada de 'rodoviária'. Não que rodoviária seja um local refinado, mas também não precisa ser um desastre-elefante-branco. Lá só tem o transporte alternativo intermunicipal, com linha até a Capital, a Jotude, a São Geraldo e a Real Alagoas (essas últimas sem grande serventia). Quem quiser ir a outro estado precisará ir até Arapiraca. Uma vergonha.  Mas o povo deixa. O povo gosta. O povo quer. Os preços da taxa de embarque são reajustados, aplicados (muito mal) e o serviço continua, desde sempre, a ser péssimo.  A rodoviária é o exemplo da péssima administração que os governos fazem desde que foi fundada. Se puder, com medo, viaje e pare na terrível e temível rodoviária de Palmeira dos Índios.

O verão Palmeirense

Não se engane com as serras, os resquícios de mata, as parcas lagoas be os riachos pelos caminhos - Palmeira dos Índios é quase o mármore do inferno durante o verão. E não chegue pensando que a água encanada é disponível os sete dias da semana - será no máximo três (parece até uma combinação com os dias em que Jesus passou morto, e não duvidaria se fosse) A compensação, no entanto, é durante a noite, quando a temperatura cai, o povo se recolhe com.medo do bicho papão e as ruas passam a ser ventiladas pela brisa das noites se verão. A cidade do amor, que por vezes só ama a vida alheia e o assassinato de gatos r cachorros, parece ter chegado na menopausa - então não se iluda com amores r paixões de verão. O verão, sem ilusão, é quase o inferno na terra outrora governada pelo Graciliano [Ramos].

A Fera

Imagem
A Fera Os ignorantes têm preconceito com gatos pretos. Na realidade, os ignorantes têm medo dos olhos penetrantes e do tamanho gigantesco do gato preto. Quando a Fera nasceu acreditei que ninguém iria querer adotá-lo por ser negro como a noite. E ao contrário do que se imagina, a Fera ficou por força do destino. E a Fera cresceu, ficou maior que os irmãos, mais calmo, mais tranquilo e silencioso como a madrugada. A Fera atravessou meu caminho e não trouxe azar; trouxe a sorte dos melhores dias e a força de um bom dia. Os ignorantes perdem muito em não topar com um gato preto, seja nascido em casa, seja adotado.  O pior mesmo não são os ignorantes. O pior de tudo é o vizinho que envenena gatos r cachorros pelo simples prazer de destruir a vida alheia. E espantando o agouro de vizinhos demoníacos, a Fera enfrenta a vida, a rua, os dias e o futuro. São os olhos da Fera que mudam a rota dos ventos e a colisão dos átomos.

Sobre a madrugada da Virada ( e de todas as outras do ano)

Se há uma maneira de conhecer a si e organizar os pensamentos essa maneira é caminhando, à noite - e melhora se for durante a madrugada.  Esses dias de festas em que existe uma ilusão de recomeço e amor ao próximo estava caminhando no ar refrescante da madrugada alagoana quando me deparo com pessoas reunidas em uma igreja comemorando a passagem do ano, sob a tristeza habitual das capelas e "da vontade se Deus". Um quadro deprimente no qual eu escolho jamais participar, quando em posse das minhas faculdades mentais. Como ninguém enxerga que é a alegria o maior dom que uma congregação pode ter? Mais adiante vi a reunião de pessoas bebendo e bebendo e bebendo, igualmente comemorando a Virada, sem alterar em nada a forma de comemoração executada na Páscoa, nas festas juninas, no dia da independência e nos feriados que aparecem. Seria falta de criatividade ou deficiência intelectual? E, fora isso, nada mais resta que silêncio e vazio nas ruas e nas casas. Nada de felicidad...

O gato

Eu sou o gato preto que cruza o seu caminho Na noite de luar E no meio do redemoinho Eu sou o olho amarelo Que consome sua carne E seu sangue É meu o pelo que aquece sua pele Sua cama e seu caminho E no limiar da lua Na vida Eu sou as unhas que te protegem.

Virada de circo

A virada de ano, se dissesse sobre a cidade em que é comemorada, diria que as cidades alagoanas têm a oportunidade de ficar quietas e que desperdiçam sem menor pudor a oportunidade. Palmeira dos Índios tem uma praça, de projeto arquitetônico medíocre, que reúne a nata dos "caipiras" ao redor de um parque de diversões em terreno irregular e inseguro. A queima de fogos da viradas sequer foi notada e os munícipes nem se deram ao trabalho do habitual cumprimento de felicitações à 0h. Arapiraca esteve mais apagada que cemitério decadente E a capital do estado, como é hábito, recolhe os interioranos em suas sujas praias e ruas para a Virada "elegante". Ou seja, a mentalidade provinciana não poupa nem os " avançados " da Capital. Se a Virada falasse, diria que o circo alagoano está em expansão - morro abaixo.