Um amor de artificialidade

Os relacionamentos começaram a ser medíocres, com pessoas dispostas a serem dominadas – se não pela outra pessoa, pela capacidade de ser submissa. E a culpa não é da falta de informação, educação, amor próprio... é só um reflexo natural da era da informação em que os indivíduos estão cada vez mais conectados, antenados com as novidades virtuais e cada vez mais solitários em suas casas, nas instituições de ensino, nas igrejas, na rua, na chuva e na fazenda.
imagem extraída do Flickr
Essa carência leva à aceitação tácita de uma dominação vergonhosa e acarreta na execução de regras sociais sem sentido – como informar, tal qual um GPS, a localização exata a cada cinco minutos à “pessoa amada”. Aliás, amor passou a ter uma conotação vulgar (e já não era lá tão bem conceituado visto do ponto prático, sem o romantismo habitual das poesias) na qual se não for provado passa a não ter validade nenhuma em uma realidade de “apaixonados” ou “amantes”.
Geralmente, o homem desenvolve a carência exigindo absurdos da mulher “amada”. Esta, por sua vez, faz da sua carência as respostas às exigências do homem “amado”. No fundo, o resultado evidente são casais artificiais que sem internet não coexistem com a realidade do relógio, da confiança e daquilo que dizem ser amor.

Para não cair nesse poço sem fundo, cheio de conexões e milhares de amigos e check-ins é melhor apegar-se a métodos mais antigos como preferir falar pessoalmente, ir ao cinema, matar o tempo na praça, sair. 

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