Invisíveis
Poucas vezes a vida nômade é retratada. E igualmente poucas vezes um
autor traça tramas que leva o leitor a fazer perguntas descabidas, com
respostas loucas e imaginar teorias que só mesmo um detetive poderia fazer – um
detetive realmente bom. Com uma trama intrincada e cheia de mistérios, morte e
espírito de sobrevivência – mesmo que seja a do puro sangue negro - Invisíveis
é um relato das desesperadas medidas que uma cultura é capaz de fazer para
garantir sua sobrevivência.
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Capa da Obra |
Stef Penney é autora de uma das obras mais realistas nessa época de
grande volume de compartilhamento de dados em que a identidade cultura acaba
sendo deturpada por vários elementos exteriores que destroem a riqueza cultural
de uma comunidade. Trazendo à tona a realidade cigana, que quase não existem
mais, nas décadas de 1970 e 1980, no Reino Unido e na França, Penney desenvolve
a vida dos personagens com a autoridade quem conhece o que está dizendo.
Para JJ, a autora capta o sentimento adolescente e exprimi-o de
maneira tão atual que é quase possível jurar que se passa no tempo presente.
Para o divorciado detetive Ray, Stef coloca o leitor frente a frente com a dor
da perda e a culpa de um relacionamento fracassado. E no acampamento cigano, na
última fração do puro sangue negro, Penney simplesmente mostra todo o seu poder
criativo e faz de personagens pessoas reais que podem, neste momento, estarem
igualmente desesperadas para salvar sua cultura.
Invisíveis é o relato de um povo, de uma identidade cultural, de
amores possíveis, de outros amores perdidos, inveja, traição, desespero. Um livro
com o qual a surpresa é casada.
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