O Mal

O mal, figura abstrata que dizem devorar a tudo e a todos, parece servir aos desejos de duas ou três pessoas em cada lugar onde quer que exista gente "feliz". 
O mal que quer destruir a vizinha, o colega de trabalho, o pastor, o coroinha, um empreendimento, uma carreira. O mal encoleirado e que existe à mercê da humanidade está preso e faminto em cada habitação. 
O mal, personificação do inimigo. Porém, qual inimigo? Inimigo de quem?
O mal, generalista e onipresente, são os outros e nós mesmos; é a nossa vontade invejosa, o nosso mal disfarçado preconceito, nosso sexo amedrontado, nossas armas religiosas e nossa pouca profundidade. 
O mal é a vergonha de si e a não aceitação dos caminhos e escolhas alheias.
O mal, o mal mesmo, existe porque o bem existe e toda dualidade exige, por definição, dois lados antagônicos.
O meu mal está aqui, babando, esperando para brigar com o seu.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Reunião de faces

Maníaco do Parque: entre o personagem e o homem

Nada além do que virá