Fantasiando estupidez

Obra: Garden at Saint-Adresse. Claude Monet. 1867.

“Estupidez fantasiar dificuldades.”
Insônia, Graciliano Ramos.

As dificuldades sempre irão existir. A natureza dual do ser humano, refletida em suas obras artísticas, nas megaconstruções, nos devaneios de amor e glória, exige, por si só, o elemento dificultoso para que a recompensa seja doce e todas as atrocidades realizadas com o propósito final para obtê-la sejam justificadas.
Há dificuldade na escola, nos relacionamentos, no corporativismo dos empreendimentos e no simples ato de levantar da cama. Agora imagine que se além das resistências e dificuldades naturais da existência humana passarmos a imaginar e criar tantas outras? Não teríamos mais o que fazer e tampouco viveríamos, pois as dificuldades, reais e imaginárias, pôr-nos-iam rédeas e nos prostraria para a morte em vida, que já arrebata milhões de pobres – materiais e espirituais.
E se chamam de otimistas ou sonhadores aqueles que não imaginam fantasias e tentam eliminar as demais dificuldades e problemas para ter uma vida tranquila e sem sobressaltos... o problema é dos que se prendem em efemeridades. Não dos que vivem sem barreiras.

A estupidez está à nossa porta, gritando barbaridades e criando dificuldades. E, no final, acabamos sendo estúpidos, por natureza e falta de opção.

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