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Mostrando postagens de abril, 2014

Mídia e Carnaval: Uma representação midiática do Bloco Mudança do Garcia em 1930

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A Bahia e o Rio de Janeiro representam o Carnaval. O nordeste a revolta que abre alas para a alegria e a diversão sem deixar esmaecer a luta classista, o sudeste que transforma o homem em deus em eventos apoteóticos. Carnaval, mídia e sociabilidade são os regentes do País quando fevereiro chega. Em uma análise sobre o processo midiático baiano que remonta a origem e evolução do carnaval do Garcia, Ivan de Almeida expõe a possível razão original que motivou o Bloco Mudança do Garcia e as lutas sociais e políticas que ocorreram em Salvador. Capa da Obra Almeida convoca o leitor às entrelinhas de Mídia e Carnaval: Uma representação midiática do Bloco Mudança do Garcia em 1930 , uma obra que não pode ser encaixada na literatura diária de milhares de leitores, porém compõe, junto com outros elementos, a ferramenta para desvendar certos meandros da capital soteropolitana e do atual percurso carnavalesco, nas ruas e na sociedade. Mídia e Carnaval: Uma representação midiática do Bl...

Sem apoio aos Professores

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A educação é sempre pauta numa terra em que os docentes não têm culpa de nada, os pais são ausentes das escolas [públicas na maioria dos casos] e o povo tem ideias duvidosas quanto aos conceitos de “manifesto” e “correto”. E a “pauta educativa” é indicativo de greve, forçada, indecente, sem motivos suficientes para convencer a sociedade que realmente pensa. Amanhã os Institutos e Universidade Federais decidirão pelo futuro de uma paralisação em que os beneficiados são uma minoria [que ironia].  Servidores que não desempenham eficazmente suas atribuições, protela e rechaça seu dever enquanto agente público e professores que são incapazes de desenvolver uma metodologia minimamente eficiente para promover o conhecimento são os primeiros a levantarem o braço em uma Assembleia onde só “inocentes” estão presentes para lutar pelo bem da educação brasileira. À parte as amenidades e frivolidades de umas categorias que olham apenas para o próprio umbigo, jamais para seu estatuto e dev...

O Caso do Cavalo Probo

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O Brasil só é bom justamente pelas razões que faz dele um País singular na educação, na segurança, na diversidade e na adversidade do povo e poucos autores conseguem escrever colocando as mazelas sociais em um patamar de criatividade cômica em que a diversão do leitor está associada à crítica social sem deixar que o fanatismo pela esquerda, ou direita, atrapalhe a arte da escrita. Obra O Caso do Cavalo Probo , de Ovídio Poli Junior , é um premiado conto transformado em livro que emprega esse jogo de crítica e ironia. A provocação ao leitor e a omissão da sociedade ante tão graves problemas sociais como o descaso, com homens ou animais, a educação deficitária, a repartição do poder que não tem lado, o povo que pode sobreviver com muito pouco são temática que o pobre cavalinho representa e vive no seu tão amado município. No entanto, o leitor deve considerar a complexidade das palavras ao descrever tais situações e é aí que a história torna-se real: talvez nem todos os discente...

Dia da Terra

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Fonte: http://ciencia.hsw.uol.com.br/fim-vida-na-terra.htm Vamos jogar lixo nas ruas e entupir bueiros! Mais que isso, vamos usar nossos carros e poluir o ar e quando estes ficarem velhos, compremos outro e mandemos o antigo par ao ferro velho! Também não há nada demais em consumir plásticos, matar animais silvestres, escoar o esgoto nos rios e mares. É dia da Terra e ninguém, ou a maioria das pessoas, está nem aí se amanhã uma nuvem de poeira e fumaça cobrir a superfície terrestre matando todos os seres vivos – não até começar a acontecer. Terra. E daí? Precisamos de ações que dignifiquem a espécie humana. Precisamos de saneamento básico efetivo em todas as ruas e casas de todas as cidades. Precisamos que todos se alimentem. Precisamos que todos tenham um teto e direito à educação, à segurança e ao exercício sua voz opinativa. E precisamos de tudo isso na prática para que todos vejam que cada um é importante e essencial no grande organismo que chamamos de socie...

Entrevista com Marcio Takenaka

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M. K. Takenaka Hoje conversamos com o Administrador e escritor Marcio Koity Takenaka, que lançou Demônios da Noite   pelo Selo Novos Talentos da Literatura Brasileira. Takenaka conta-nos como foi escrever sua obra publicada, as dificuldades enfrentadas por ele  (e que é tão comum para os novos escritores) e sobre sua participação no Prêmio Jovem Escritor/ Clube de Leitura Passarinhar. Rafael Rodrigo Marajá: Demônios da Noite é seu primeiro livro publicado. Por que publicar agora? Takenaka: Demônios da Noite fala de um vampiro que domina um morro carioca e se torna traficante, eu quis aproveitar o interesse jovem por temas de vampiros, como temos visto no cinema, TV e literatura. R.R.M: Durante sua vida, quais os fatos que o impulsionaram a escrever? Takenaka: Sempre gostei muito de ler, sou fã de Stephen King, Anne Rice, André Vianco, Edgar A. Poe entre outros de gêneros literários diversos, um dia resolvi que também iria escrever. Dei iníci...

Caju Bike: A enganosa propaganda

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A Prefeitura de Aracaju - SE e a NET instalaram na orla da cidade o sistema de aluguel de bicicletas, gratuito e pago segundo as informações disponíveis no site oficial e nas placas nas estações. O que não quer dizer que seja verdade e que configura propaganda enganosa promovida pela administração pública municipal. A possibilidade de utilização das bicicletas poderia ser feita de forma gratuita aos usuários aracajuanos e turistas, desde que cadastrados no site, por sessenta minutos, quantas vezes quisessem ou de forma mais segura adquirindo um passe que pode ser diário ou mensal. No entanto, o usuário que tentar utilizar gratuitamente não conseguirá, pois apesar das informações o aplicativo de utilização não permite a opção de retirada de forma gratuita - a opção de autoatendimento ou de ser atendido através do telefone não é realizada com sucesso -  e os atendentes do Projeto confirmam que é impossível: “É preciso adquirir um passe. É a única forma”. Então, a propaganda da ...

Um pouco de sangue

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A semana é dita santa. Mas onde está a santidade no homicídio? No assassinato? Nas desprezíveis mazelas da humanidade que mata e morre por uma fé que não se justifica? Adoramos adorar um corpo que jaz eternamente crucificado em algum ponto distante, no tempo e no espaço, enquanto esquecemos de viver adequadamente. Bebemos, figurativamente na falta de uma denotação almejada, o sangue de um homem que se tornou um deus e tentamos, a todo custo, profanar essa santidade através de recriações teatrais de um sofrimento necessário. São espetáculos a céu aberto que satirizam e divertem quando a intenção, por mais remota, deveria ser outra. Na tentativa de esquecer um pouco o derramamento de sangue de um homem que dizem ter existido e que ressuscitou após três dias, criamos coelhos que botam ovos de chocolate e cobramos preços exagerados por eles. Que negócio lucrativo! A morte e o sofrimento que justificam a “bondade” humana é a mesma que cria coelhos anormais. E encerramos co...

Cem anos de Solidão

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A solidão é o pilar das ações, da vida comum e das extraordinárias façanhas que o homem já fez, e continua realizando. Solidão que constrói histórias, casos, amores, dissabores, hierarquiza o tempo e os acontecimentos e nos governa com mãos de ferro, braço nostálgico e muita força de vontade de criar raízes em lugares, mentes e corações. O sentimento de solidão é cortante e opressor nos Aurelianos e Josés Arcádios durante os Cem Anos de Solidão . Gabriel García Márquez registrou em papel e tinta como o homem parte para uma jornada sem retorno, ainda que volte ao ponto inicial, em que o amor, o desejo, a loucura e a determinação que move os indivíduos a resistirem, ou não, ao tempo e às aspirações são elementos oriundos da casualidade que serve à solidão. Uma obra que marca a solidão do próprio autor é também o marco na vida dos leitores quando suas emoções passam dos olhos ao papel e reflete o isolamento íntimo e fatal que o persegue. Talvez Macondo exista em todos os lugares e...

Grevismo

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O ano não é dos mais favoráveis para o Governo que tanto lutou por direitos e Greves. Além das constantes denúncias contra a Petrobras e o Cartel do Metrô de São Paulo, o Governo ainda tem que lutar conta a greve que se espalha pelas Universidades e Institutos Federais de todo o País. Primeiro foram os técnicos administrativos paralisando diversas atividades e impedindo o início [ou a continuação] no prazo certo das aulas. Agora é o corpo docente que se mobiliza para fechar o cerco e pedir, pedir, pedir... É evidente que é mais uma atitude política que propriamente pelos direitos da classe, que, convenhamos, só enxerga direitos, quase nunca deveres [com raras exceções]. Ainda sob as consequências da greve de 2012, essa, que se anuncia e já provoca paralisações, como na Universidade Federal de Alagoas e na Universidade Federal de Sergipe, vem para prejudicar ainda mais os discentes, a sociedade e os próprios docentes. Embora seja a única arma, o que o período de greve tem de...

Entrevista com Ovídio Poli Junior

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Ovídio Poli Junior A entrevista de hoje é com o Escritor e Doutor em Literatura Brasileira (USP), que invadiu Palmeira dos Índios e região com o Cavalo Probo (Políbio). Ovídio Poli Junior mora em Paraty, onde dirige o Selo Off Flip, que neste ano lançou a 9ª edição do Prêmio Off Flip de Literatura. E em meio a tantos afazeres Ovídio conseguiu um tempinho e  conversou sobre qualidade literária de livros, de como se tornou escritor e sobre produção literária nesse novo mundo tomado pelas redes sociais.  Rafael Rodrigo Marajá: Como é trabalhar com literatura e morar em uma das mais belas cidades do País? Ovídio Poli Junior: Aqui se convive com o arcaico e o moderno, o cosmopolita e o provinciano: na rua vemos carros, bicicletas e carroças, no mar podemos ver velhas traineiras e iates de luxo. Paraty é uma síntese do Brasil e de suas contradições e ainda precisa dar atenção a problemas sociais profundos, inclusive no que se refere ao acesso à leitura. Mas é ...

A carência alheia

A carência é muito complicada. Não por existir nas almas de tantas pessoas, mas por atrapalhar a vida alheia com conversas depressivas. Geralmente pessoas carentes de atenção, amor ou seja lá o que for que as façam acharem que são ou crianças ou adultos privilegiados pelo déficit de atenção é tão irritante quanto uma pedra no sapato. É por essa razão que indivíduos que namoram incomodam menos – pessoas felizes deixam os outros felizes apenas por não serem incômodos na vida alheia. Aliás, esse é um ponto que deve ser levado em consideração aos desavisados que tentam sanar a carência alheia: ela só existe por um motivo óbvio – ninguém aguenta o ser e o abandonou para ser consumido pela falta de atenção necessária para torna-lo um tanto mais sociável. Assim, a primeira coisa a ser dita para curar esse mal é o quanto o indivíduo é irritante com essa história de carência e, depois, procurar o remédio uma vez que nem todo(a) carente é passível de atenção. A beleza é fundamental, há de n...

O Jogo

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A eterna batalha entre as duas principais forças antagônicas que regem o universo - o bem e o mal - é base para muitas obras de arte. É desse antagonismo que o concretismo do cotidiano revela as mais belas maneiras de inovação, seja para uso do bem ou do mal. Capa da Obra E é com a batalha celeste que define o bem e o mal, os mocinhos e os vilões, nem sempre só um nem sempre só outro, que Danny Marrks escreve O Jogo , onde um tabuleiro é capaz de revelar os caminhos sinuosos da humanidade e a eterna disputa pelo coração dos homens. Entretanto, os leitores mais chegados ao cinema vampisresco – monstruoso há de notar uma certa semelhança com Van Helsing: O caçador de monstros. A narrativa de Marks, ora parece a visualização da obra cinematográfica ora parece a descrição do livro bíblico. O que pode deixar o leitor com dúvidas e instigá-lo a terminar a leitura mais rapidamente. De uma forma ou de outra, em o Jogo é possível refletir e fazer analogias, tal qual o autor, sobr...

Estrelas da academia

O mundo acadêmico é repleto de indivíduos que brigam por um lápis, um giz ou uma folha. E não estou falado de discentes. A glória, criada e cultivada na imaginação de cada comunidade é suficiente para fazer com que haja brigas – por motivos banais – e discussões insólitas para quem acreditar ser um espaço ao sol – que sempre está ocupado e que necessita de discussões vergonhosas para ser conquistado. Não é difícil entender a razão pela qual muitos docentes acabam no psiquiatra – aqueles que podem pagar, é claro – ou em uma sepultura, assassinados ou por colegas ou por alunos, seja direta ou indiretamente. É muito estresse para pouquíssimas glória ilusória. De repente, se as loucuras para suprir essa necessidade de pseudo-glória e as carências individuais fossem resolvidas fora do ambiente de trabalho poderia ser possível que existisse certa normalidade. As manifestações dos distúrbios acadêmicos são diversos e notados sempre por aqueles menos “avuados”. E, no fim das contas, pre...

Arte de morrer

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Não é uma questão de “se”, mas de quando vamos morrer – ter o rosto espremido pela terra ou carbonizado por uma boa ação para com o corpo de quem foi para o muito além da mesquinhez humana. Há de se considerar que morrer é somente ruim pelo fato irremediável de que quem morre não pode voltar para fazer lamentações ou exultar de alegria. Não rever os parentes – nem sempre tão amados -, os bichinhos de estimação ou um amor romântico – que em geral só ocorre nas produções cinematográficas é o que há de aterrador e inconsolável. Morrer devia ser um ato quebrável, unilateralmente, por qualquer das partes e sempre no interesse mesquinho, ou seja, a bel prazer do desejoso. Talvez as maneiras mais inusitadas e banais de morrer sejam desagradáveis, inglórias, sem graça. O ato de perder o sopro da vida devia ser tão monumental quanto os noves meses de gestação em que tudo é comemorado. Morramos. Com glória. Com altivez. Com dignidade.

O Cristo da Princesa

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O Cristo da Princesa A aproximação da Páscoa e da chamada semana santa desvenda os mistérios da contrariedade da fé humana, ou daquilo que a gula pode descrever como fé.   Dentre os eventos e fatos mais inusitados que aparecem está a estátua , que supostamente seria de Jesus, no alto da serra da Palmeira. O que o monumento tem de pitoresco é a babilônia de imagens que usaram para criar o Cristo dos Palmeirenses. A tal representação do mais popular profeta da humanidade tem um cordão de são Francisco na altura do peito, é atarracado e de um quadradismo de rosto que é assustador. É um misto do santo vizinho – Frei Damião – e de um Jesus que nunca existiu e de alguém considerado bonito. No fim das contas, é estranho e temível. O que é legal para quem só tem medo de um Deus cruel. No resto, ele serve de testemunha para todo tipo de sacanagem e uso de drogas. É um marco onde todos os segredos se escondem.