Árvore de Panetone

Árvore de Natal de Panetones
De repente, em dezembro, em pleno calor do nordeste brasileiro, aparecem milhares de árvores de Natal – cada uma com um estilo e uma disposição física diferente. Dentre elas, a menos popular é a que se adequa ao nordeste, a que mais se parece com o nordestino e sua cultura. A mais popular é o pinheiro, árvore não nativa do Brasil, que só chega às casas dos nove estados através de uma imitação horrenda feita de polímero.
À parte essa importação cultural polimérica, outro tipo de arranjo quase igualmente comum é aquela que é confeccionada com o intuito de ser destruída para fins lucrativos e que podem ser encontradas em estabelecimentos comerciais de todo o País, atendendo as necessidades de todas as classes sociais; é a árvore de Natal de Panetones.
São enormes. Gigantescas até. E cumprem a mesma função: proporcionar ao pobre o desejo de ostentar, ainda que parcamente, a ideia de igualdade, e ao rico, a ideia de qualidade. São inúteis, sem graça e ocupam muito espaço – espaço de uma pequena livraria, de uma campanha solidária. São ineficientes, de cores nem sempre tão atraentes.
As árvores de Natal de Panetones estão desde o mercadinho da esquina às grandes redes de supermercados. Compostas por produtos de alta e péssima qualidade. Sempre presentes.
E quem se importa?
O empregado que passará horas organizando-a até o fim das festividades natalinas. O consumidor que é obrigado a vir o mal gosto. O Espírito deturpado do Natal.
Por que se importar?
Para que os empresários evoluam e saiam do comodismo de uma pilha natalina (árvore de natal) inútil; para que o Natal seja mais agradável a quem tem ou não dinheiro; para que o tempo seja melhor empregado; para que sejamos mais responsáveis e menos consumistas.
Para que o Natal seja estilizado com a cultura nordestina ( e de cada região onde ocorre); para que a festa seja uma festa, não apenas um comércio.
É nessa época que se prolifera o ridículo aceitável, mas também é nessa época que esse mesmo ridículo perde a noção de tempo e espaço.

Até quando?

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