Os boçais transformadores do outro
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Arte: New York Daily News, William Michael Harnett, 1888. Met. |
É engraçado.
As pessoas entram na sua vida - e, às vezes, você só que instrumentalizar antigos dramas para revivê-los ou superá-los - com a arrogância de serem as únicas. A transformação que pretendem operar em você ou no seu estilo de vida é o objetivo da relação e serve apenas para mostrar que podem fazer - não que, necessariamente, seja o melhor.
Então, um dia qualquer, tudo degringola e você acaba sendo o que sempre foi, limpando não os cacos de si, mas a sujeira de ter se misturado com os porcos para saber como estes vivem. E segue a vida como se a estrada fosse um detalhe e o importante é não ter ou ver importância nas pequenezas dos relacionamentos e do pós-venda desses relacionamentos.
O tempo vai fluindo, você vai se limpando e os resíduos sólidos e líquidos são recolhidos pela limpeza pública. O tempo, sempre o tempo, julgando a todos e sendo impiedoso, para o bem e para o mal.
De repente, dia qualquer, você descobre que ser resistente às mudanças impostas pelas pessoas, por mais dificilmente resistivo que seja, será sempre o melhor caminho. As pessoas são burras, geralmente, e a satisfação de uma vaidade ignorante, chula, baixa, não compensa a perda da própria identidade, mesmo que esta identidade seja moralmente duvidosa.
Essas criaturas, arvoradas em bastiões da mudança positiva, jamais compreendem a própria mediocridade. E os que se deixam levar jamais saberão como a resistência à boçalidade das mudanças dos relacionamentos é recompensadora.
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