Em trânsito reverso

Parado em Estância.
A cidade mãe continua sendo o ponto de parada obrigatório do qual nada me livra, nem mesmo minha pressa ou sono fingido. A luz da precária rodoviária fere meus olhos e abala a minha forçada necessidade de dormir.
De novo, parece até que Belchior compõe ao meu lado, penso em uma rede branca e um cachorro (mas sem mulher companheira, eu mesmo me basto, de tantos e variadas formas). 
Estou voltando, não para ficar, porque mais de 400 anos depois de fundada São Salvador merece algumas chances de superar velhas-recentes e pessoais arestas. 
E mesmo correndo o risco de parecer um repetitivo e cansativo clichê preciso admitir que volto igual, mas não o mesmo.
Tenho ideia do meus branquíssimos fios de cabelo; das minhas limitações físicas (mais orçamentárias) e das minhas superações (que muito aumentam meu valor de mercado). 
Não tenho ideia, ainda, do que poderei me tornar se os eventos aleatórios da vida me fizerem retornar apenas com outro ano de diferença. Não sei quase nada (outro clichesismo). 
Porém, muito diferente do outro eu, enterrado em cova funda sob o mar.

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