A destruidora de casamentos
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Foto: cena do filme Assédio Sexual |
A ironia da situação é que o
baluarte da moral e dos bons costumes, como frequentemente deixava claro entre
indiretas e olhares, é que é pior do que aquelas pessoas que julgava.
_ Dora vai precisar faltar hoje –
o colega avisou.
_Por quê? – sua voz estridente
exigiu.
_Porque o namorado dela está no
hospital e ela precisou ir de repente ao hospital – o colega explicou.
_E ela é médica, por acaso? – a
honrada personalidade no exercício do dever público ironizou, apenas para fazer
graça aos colegas de trabalho.
Quem a visse em seu habitat de
trabalho, irônica, sentindo-se proprietária da própria moral e da ética, jamais
poderia imaginar a podridão que é sua história. Quando confrontada por mentes
fracas, tão rotineiras em seu trabalho, julgava cada uma por seu modo de
vestir-se, falar e portar-se à sua frente.
Em uma situação assim, quando o
colega de Dora explicou-lhe a tragédia pessoal da amiga, esse ser humano tão
respeitável discursou sobre uma fama injusta que ela mesma criara e nutria
sobre Dora. E enquanto falava, estridentemente, todos a olhavam, pasmos porque
a própria história dessa mulher tão honrada é uma tragédia anunciada a todos os
infelizes que a cercam. Ela critica as outras mulheres porque seu objetivo não
é só receber a atenção dos machos próximos – ela quer ser “virtuosa” aos olhos
de todos enquanto prática ações abomináveis.
Em um passado recentíssimo, ela
destruiu um casamento. Conheceu o noivo, fez-se de pura e virtuosa enquanto
cravava as garras nas costas do noivo e gemia em seu ouvido. A noiva, inocente,
seguia nos preparativos do casamento. E só depois de transas homéricas com o
macho alheio foi que, ao som da marcha nupcial, a noiva descobriu-se sem noivo,
sem futuro e sem explicações. E como essa honrada personalidade silvícola é
parte expoente da comunidade em que o caso ocorreu, as fornicações passaram sem
muitos comentários.
E depois disso, seguiu seu
romance com o homem-quase-casado.
Vieram outros. Vieram vários. E a
pose nunca passou, mas ficou pior a cada macho que passou por sua vida.
E ainda assim, mesmo roubando os
noivos, namorados e amantes das outras, tem a audácia de apontar o dedo para
inocentes moças e acusa-las de piranhagem. Até onde eu sei, segundo as
fofoqueiras da rua, piranha mesmo é quem toma o homem alheio. E piranha evolui
para puta, de acordo com as fofoqueiras, quando a piranha rouba o homem alheio
e tenta se passar por “mulher direita” quando todo mundo sabe das fornicações e
nudes.
É um caso de hipocrisia crônica
porque, mesmo toda a sociedade sabendo de sua nada louvável vida, tenta educar
a próxima geração. Com essa, os machos e as fêmeas que se cuidem!
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