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Mostrando postagens de julho, 2014

As "oportunidades" da Saraiva

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Saraiva, Shopping RioMar, Aju - SE Nas intermináveis horas em que passo esperando Marília, seja lá onde for e o que tenhamos marcado, acabo conhecendo pessoas que insistem em não concordar com minhas ideias e afirmações ou fico íntimo até do pó sobre os móveis, ou oque tenha de físico no ambiente. Da última vez, estávamos, considerando as milhares de horas de atraso, na Livraria Saraiva do Shopping RioMar olhando o que levar quando avistei um letreiro, com letras garrafais com o seguinte: OPORTUNIDADES. De longe parecia: a) oferta de emprego; b) mega promoção. Nenhuma coisa nem outra. Eram livros de bolso que não tinha nada de promoção tampouco de OPORTUNIDADE. Livros com preços elevados, posicionados ao lado do caixa das encomendas e que induzem o cliente a acreditar que os valores dos preços são compensatórios. Até a funcionária que nos atendeu não sabia que os preços e a propaganda não correspondiam – pois ela verificou muitos exemplares em busca de um preço just...

O Horror em Red Hook

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História de horror não é fácil de escrever. E ler é igualmente inebriante. O volume da coleção 64 páginas, da L&PM Pocket, O Horror em Red Hook , possui três histórias cujo horror está na psique dos personagens, nas entrelinhas de um olhar que passa de uma rua para um beco escuro e deixa o leitor em vidas socialmente perturbadas. O Horror em Red Hook invoca Lilith para demonizar o mundo. A história cristão excluiu-a da banalidade das conversas. O espaço de Eva é também de Lilith e o autor faz isso parecer o fim do mundo, cuja percepção policial foge à perspicácia policial. Ele torna o inimaginável possível. E nem toda glória, ou poder, é benéfico par ao homem. Seria um demônio ou um atormentado? A Tumba revela o quanto o homem pode ser criativo, suspeito e controverso. Faz-nos perguntar o que é real num mundo em que o olhar e a experiência é individual e se processa entre os segredos d’alma. H.P. Lovecraft só fez sucesso depois de morrer. E seu sucesso é merecido. ...

Falta-nos excentricidade

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Harlequin. Pablo Picasso(1881 - 1973) A matemática é cheia de grandes nomes e muitas das facilidades que desfrutamos são oriundas de estudos e perturbações no espírito de indivíduos que existiram e que não se conformaram com o mundo do jeito que era. Nem sempre o mais célebre gênio era, ou é, o mais feliz e bem resolvido. Alan Turing, precursor da Inteligência Artificial e a mente brilhante que destruiu o mistério da Enigma, tinha seu quê de amor não correspondido e terminou seus dias tal qual a Branca de Neve. Wronski (1778-1853)era mais filósofo que matemático e sua contribuição para a matemática foi o chamado Wronskiano, teorema que fornece a condição suficiente para definir se uma Equação Diferencial é ou não linearmente independente, e tinha crises de insanidade. Insanos e excêntricos, a matemática está repleta deles. E nós, não menos excêntricos e insanos, esquecemos como o devaneio e as asas da imaginação podem criar o impossível. Pode-se até argumentar que a s...

1 real de valor

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Girl at a Window. Balthus(1908-2001) O valor das coisas é variável e deve ser sempre! Para alguns o valor de um short é irrelevante, mesmo que este custe R$ 200,00.Para outros livros não podem mensurados em cifras. Sentimentos, mais difíceis de serem etiquetados, ainda podem sofrer com a variação do fluxo econômico e de parâmetros sociais. Pessoas têm valor. Objetos perdem valor. Pessoas também são objetos(?) e podem perder seu valor quando tratadas como tal. É necessário que se tenha a noção exata de seu valor, como ser humano e motivador de emoções alheias, para que a linha entre ser alguém e estar em condição de alguém não seja quebrada e o caos instalado. Objetos podem assumir o lugar de pessoas se vistos sob o olhar da importância que assumem na vida de seus proprietários. Mas são frios, inanimados, carentes do fluxo de indagações naturais ao ser humano. Não é uma questão de ter. Nunca foi. Possui-se etiqueta para que o valor pago pelas pessoas para ter a posse...

Ignorância pega...até nas residências universitárias

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Dividimos o tempo, de forma voluntária ou forçosa, com pessoas que, na maioria das vezes, em nada contribui para o crescimento pessoal, nosso e deles próprios. Indivíduos que têm em si a única e exclusiva mancha das telenovelas como índice cultural e que a maior fonte de notícias, locais e mundiais, ainda é a pauta dos telejornais – pois ou não tem destreza para ler um jornal impresso, ou eletrônico, ou a preguiça é generalizada. Conheço pessoas assim. E com o agravante de que são incapazes de pensar por si, ou quando o fazem, a força da opinião se desfaz ao mínimo ato de contestação. A bem da verdade, esses ícones da “sabedoria” não são maioria – graças a Deus –, porém, estão espalhados em todos os lugares, até na Universidade e em suas residências universitárias. Conhecimento só não basta. É preciso que as pessoas criem o hábito efetivo da leitura e da escrita; de fazer opinião – ainda que errônea ou pobre de argumentos; de estar e ser um indivíduo pensante de fato, e não...

Cienart 2014

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A Feira Estadual de Ciências, Tecnologia e Artes de Sergipe – Cienart - está com inscrições abertas para submissão de trabalhos até o dia 31 de julho. Podem participar professores e estudantes da Rede Pública (estadual, municipal e federal) e particular de Sergipe. A Cienart está no seu terceiro ano e segue em uma linha de sucesso na promoção da Ciência, Arte e Tecnologia; no incentivo à inovação; na valorização dos docentes e na criação de um ambiente propício para a criação de ambientes incentivadores em todas as escolas. Em 2014, as Oficinas da Feira, com o apoio da Secretaria de Estado da Educação de Sergipe  - SEED – percorreu as Diretorias Regionais de Educação orientando e incentivando os docentes em fazer e promover a ciência. As informações importantes bem como mais detalhes podem ser encontradas no site da Cienart ou em sua página no Facebook. Site

Oxente, Ariano!

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Foto: Balaio de Fatos “Cumpriu sua sentença e encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é marca de nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo morre. Que posso fazer agora? Somente seu enterro e rezar por sua alma.” Trecho de O Auto da Compadecida Ariano Suassuna  Dizem que Ariano se foi, passou para o lado do desconhecido, de onde ninguém volta, com exceção de João Grilo. Passou pela terra na orientação nordeste da rosa dos ventos brasileira e saiu deixando sua opinião com força e presença, Paraíba arriba, Paraíba abaixo. Suassuna foi carne, ossos e oxente! para dar e vender, na gratuidade daquilo que muda o mundo: a escrita – em prosa e poesia. Em 2012 Ariano este em Palmeira dos Índios e eu não estava lá, como ocorre nos 11 dos 12 meses do ano. E se estivesse acho pouco provável que os “entendidos” de literatura e política me dei...

FIG 24

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Até o dia 26 de julho Garanhuns recebe turistas e nativos pra o seu famoso Festival de Inverno, que está na 24ª edição. O que esse Festival tem de bom são as músicas, o frio típico, as ruas, o relógio de flores sob a penumbra dos graus amenos.  Fora isso, temos ônibus e transportes alternativos lotados, preços de imóveis alugáveis em órbitas esperadas e altas, filas imensas nos quiosques, uma Guadalajara no meio de Pernambuco que quase não aguenta de gente e uma cidade que ferve dia e noite. Alguns têm a sorte de companhia certa: namoros que são marcados pelo frio festivo, outros que acabam antes para as asas livres voarem entre braços e bocas nos parques e praças; desconhecidos que se beijam sob o post decorativo atrás dos quiosques e entre as árvores. Muitos entram nas redes sociais para acabarem lucrando curtidas e RT’s; outros nem ligam para as indiretas. Tem de tudo no FIG – Festival de Inverno de Garanhuns – inclusive o nada. E todos se divertem, e todos se ac...

Suíte de Silêncios

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Cada um, e todos,  carrega amores intensos nos mais recônditos escuros do coração. E há espaço para abandonos, muitas vezes simples e marcantes, que se acumulam durante toda a vida; para frustrações; para paixões; para palavras inaudíveis que são pensadas no trajeto para casa ou na ida para lugar nenhum, quando se pega um ônibus qualquer, sem destino e sem projetos iniciais. Duína é a representação dos inúmeros eus que habita os corpos que trafegam nos centros urbanos e na bucólica melancolia dos interiores. Um personagem sofrido por respostas que nunca chegaram, por dúvidas e imprecisões que arrebentam as emoções mais marcantes que moldam o caráter de um indivíduo. E que nunca foi abandonado? Quem nunca ficou sem resposta, sem aquela resposta? Quem nunca teve que se desfragmentar para sobreviver ao vendaval de sentimentos de uma perda? E cada um, em cada apartamento, casa ou fazenda herda, não se sabe de quem, uma arca de possibilidades em que o bem e o mal coexistem em silê...

Entrevista com Letícia Wierzchowski

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Foto: Rede Social de Letícia Hoje eu converso com uma gaúcha que ganhou a casa dos brasileiros e o mundo com obras memoráveis. Letícia Wierzchowski é a premiada autora do best-seller A Casa das Sete Mulheres e Sal. Letícia conversa sobre suas experiências literárias, sobre seus livros e nos brinda sua opinião sobre mercado literário e dificuldades de publicação. “Leticia faz parte de uma nova geração de escritoras brasileiras que dá seu recado com competência, coragem e emoção” Moacyr Scliar Rafael Rodrigo Marajá: Sua formação seria Arquitetura. Acredita que os cursos de ciências exatas são bons produtores de escritores, pela sequidão recorrente dos números? Leticia Wierzchowski: Olha, eu passei pela Arquitetura com a cabeça em outra coisa... Sempre fui muito criativa, inventando cenas e personagens, e, na Arquitetura, que é um caminho lindo e também criativo, durante um bom tempo, me senti esmagada pelas cadeiras de cálculo, porque, claro, se começa do mini ...

Manhã de domingo

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Praia de Atalaia, SE,  em 2013 Seis da manhã. O sol começava a despontar no horizonte de prédios, um deles caído lá na Coroa do Meio, e eu, debruçado na janela do terceiro andar, fazia ligações para o agreste e alto sertão alagoano. Adriana Calcanhoto falando-me de coisas que eu já sabia bem, e muito bem, em um volume alto e em bom som. Adriana, ótima cantora e intérprete. Domingo. Sol. Praia. Um mundo lá fora que começava a acordar para o sol, o chuvisco, uma normalidade que em nada me agrada. Pessoas longe. Lembranças perto. Falas suas. Verbos de outrem. Lista de tarefas. Fila de pessoas esperando um “dane-se”. A massa indo pra um lado, eu indo pra outro. Uma garrafa de vinho às seis e um. Queijo, pães, vinho. Um café da manhã próprio para altos pensamentos, para quem tem o peso de um passado apagado nas costas. Esquadros. Mentiras. Depois de ter você. Se o mundo que acorda soubesse, levariam-me para um passeio à beira-mar, um banho em uma piscina sob o sol que...

Dois gramas de amigo

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Na foto, da esquerda para a direita: Izadora, Eu, Rafa, Rafa e Rafa.  Eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê? Esquadros – Adriana Calcanhoto Amigo possui diversas definições e as formas de “fazer” amigos são amplas e tão diversas quanto à quantidade de pessoas que já viveram e viverão no planeta. Na prática são aquelas pessoas irritantes que aguentam a sua irritabilidade, com o usem motivos; são seres que podem em nada se parecer contigo e mesmo assim serem gêmeos; são pretos, pardos, brancos, amarelos, indígenas, pobres, ricos, bissexuais, homossexuais, pegadores, putas, ladrões, cafetões, escritores, leitores, cantores, estagiários, engenheiros, enfermeiras, professores, vizinhos, paixões e antigos desafetos – todos são amigos de alguém, seu, meu, de alguma forma imunes aos rótulos quando evocam a chancela amigo. Ex-amores também podem ser amigos que sabem demais e, por isso, mereciam um fim rápido, mas que insistem em serem e terem aquele olhar de “eu sei” ...

De momento

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Em frente a UFS O momento é a chave de tudo o que se pode criar de excepcional e inovador. O momento! Há quem não faz nada durante 23h e 45min e nos 15min restantes criam como se estivessem trabalhado um dia inteiro. Há quem pense e só execute no preciso momento em que todos pensam ter acabado tudo. Há quem se adianta e a coisa sai mal acabada. Não é o que fará. É como fará, em que momento fará. A fotografia de um movimento precisa de um momento específico ou para pegar os objetos estáticos ou o registro do movimento, não dos elementos – e isso requer acaso e paciência. É de se imaginar que todo mundo vê o que deseja apenas, pouco importando o que existe além da redoma em que vive. Isso é bom se a ideia é viver preso para sempre na falta de experiência. É preciso ousar, esperar o momento certo e atacar com todos os cavaleiros disponíveis, pois se o momento passar não haverá movimento, saída, chegada nem objetos a experimentar. Só o vácuo do ostracismo.

Neblina com viagem

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Rodoviária de Arapiraca, 4h da manhã. Viajar é muito bom. Mesmo que seja de ônibus e as horas sejam arrastadas por pneus que não ultrapassam um limite definido – devagar demais. O melhor que existe na viagem não é a partida: é o durante e a chegada. Nunca se sabe como estará o destino ao chegar e como será o transcurso. Quem viaja para a mesorregião de Alagoas, principalmente nos meses de inverno, encontrará, além do frio natural de Arapiraca, a neblina que vai escorregando sabe-se lá de onde e vai tomando o alto dos postes e o ar até tudo está turvo e molhado. Sobre casas, cabeças e carros o manto branco vai dando o toque final de fim de noite e início de dia que poderá ser frio ou quente, mas que sempre tem a saudade da noite e sua tranquilidade. Quem chegar durante a madrugada na rodoviária arapiraquense agora pode esperar um pouco mais protegido do frio intenso da plataforma de embarque/desembarque e ainda, se esperar o transporte alternativo às 4h ~ 5h, poderá vislumb...

A estrela que nunca vai se apagar

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Nem sempre a vida é fácil. Aliás, a vida não é fácil para ninguém! A onda de comoção injustificada que surgiu com A Culpa é das Estrelas turvou o “complemento verídico” de uma estrela que não se apagou, mesmo com o peso do túmulo, de uma dor, que creio ter sido desnecessária. Esse relato que justifica lágrimas e mereceria um documentário está ao lado da obra de Green nas livrarias e trata da vida de Esther Grace Earl, a estrela que nunca vai se apagar. A estrela que nunca vai se apagar é o título da obra que registra os pensamentos, a vida, os medos e as emoções de uma garota que descobre o câncer em seu corpo, como um monstro que rasteja nas sombras para esganá-la durante a noite. A estrela, Esther, passa por algo que considero desnecessário não apenas para ela como para todos os que se descobrem na mesma situação: sofrimento físico e mental excessivo – mesmo que as pessoas encarem a doença como Esther encarou. A vida não é fácil e pode ser suportável, bastar olhar o lado b...

Ação própria

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Estante particular A maioria espera pelo poder público para ler, entender leis e teoremas e ser alguém pensante. E isso é até razoável se entendermos que livros são caros, que histórias são desnecessárias e que é aceitável ser ninguém até o fim da vida. O poder público não faz nada quando o povo não se inquieta para promover o bem comum. A sociedade egoísta em que nos movimentamos exige que cada tenha seu próprio lucro, sua própria estrela nas paredes pintadas a cal dos muros públicos. Esse é o problema. Se cada um e todos, num conjunto coeso e sem individualidades mesquinhas, unissem forças para a construção de espaços comuns que atendessem a todos e promovessem a cultura e a educação grandes avanços poderiam ser alcançados. Enquanto isso não acontece, ou melhor, enquanto cada um não aceitar sua condição e lugar, as bibliotecas caseiras podem se proliferarem. Cada um pode ter seus livros e deles fazer uso. Livros ainda não são baratos como deveriam, mas estamos nos encam...

Para os outros, A Copa

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A Copa das Copas não foi A Copa para o torcedor brasileiro. Colômbia, Chile, Alemanha e Holanda foram problemas no caminho do estrelismo brasileiro. É, estrelismo! Foi uma seleção de estrelas, não de jogadores, que serve apenas para vender cerveja, cuecas e artigos esportivos. Fosse uma seleção de jogadores e o Brasil seria o vencedor do Mundial. O resultado foram jogos sofríveis e derrotas que ultrapassaram o limite da “vergonha alheia”. A torcida brasileira, sem saber perder, depredou o patrimônio público e coletivo, xingou e ameaçou torcedores, rebaixou-se ao nível de péssimos perdedores. Tudo acabado, vergonha recolhida, campeão definido. O que sobra? Uma seleção que não fez campanha, como a outrora seleção Canarinho. Um povo que aceita um culpado pelas derrotas. Um País que não pode ser chamado de País do Futebol. Um povo que vai buscar na política as justificativas a derrota e a vergonha. A história que se refez, que moldou novos futuros. vídeo via...

SuperLua

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Aracaju, 21h O romantismo, alguns aficionados, espalhou o boato de que a Lua é o símbolo de quem gosta de um segredo seguido de paixão. Nunca vi maior bobagem. Por outro lado a Lua é casa de Lilith, que, segundo conta a história, foi a antecessora de Eva e a causa da queda do homem do Paraíso, encarnando-se em Serpente para fazer o mal. O lado escuro da Lua ainda está sendo desvendado. A noite de hoje, 12 ~13 de julho, a Lua será uma SuperLua que apaixonará quem olhá-la, quem busca paixões sem motivo, quem ainda chora pela atuação vergonhosa da Seleção Brasileira na Copa do Mundo 2014. Quem está à beira-mar, a vista é linda. Quem está no campo, a sensação é perfeita. E quem não quiser olhar o céu, tudo bem! Haverá outras oportunidades, para quem viver até lá. Uma boa “lunada” para todos!

Reflexão enganosa

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Self-Portrait. Pablo Picasso (1881-1973) Vez ou outra cometemos pequenos enganos. Enganamos o cérebro errando na escrita e em suas muitas regras (que na verdade não são tantas assim, nós é que não estudamos direito e gostamos de reclamar). Enganamos os olhos olhando para coisas distantes e inalcançáveis como se tudo o que está próximo fosse irrelevante (esse ledo engano!). Enganamos o paladar queimando-o com refrigerantes. Enganamos as vidas com visões de mortes que escapam dos muitos amores que sequer chegam a acontecer. Enganamos a memória tentando esquecer. Essa “vez ou outra” é tão recorrente que é uma perda de tempo tentar acreditar que tudo isso é fantasia para um post de um dia qualquer. No entanto, quantas datas são insensíveis ao esquecimento? Quantas formas de depreciar a si e a outrem desenvolveu hoje? Quantas maneiras de errar foram sugeridas e cometidas? Nossas fantasias são frutíferas se empregadas para o bem comum, traduzido em arte, literatura e cinema. Fa...

Você entende, né!?

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                 Rain Drops - Alfred Stieglitz (1864-1946) Você entende, né!? Já notou que quando alguém usa essa frase o que na realidade ela está querendo dizer é: Estou subestimando sua inteligência e você vai fingir que não entende, certo? Algumas expressões são completamente absurdas, cujo sentido leva o ouvinte a uma aceitação eventual e que nem sempre reflete o real pensamento deste, e leva a decisões estranhas e equivocadas. Imagine se toda vez que alguém ouvisse a expressão “Você entende, né!?” a reação fosse de não aceitação da proposição os proponentes iriam pensar duas vezes em usá-la.  O que se entende não necessariamente se aceita. E o que se aceita precisa ser muito bem entendido para que não haja sentidos dúbios e prejudiciais no presente e no futuro. A inteligência alheia nem sempre está pronta para essa pergunta-afirmação que pode ser comparada a um assalto intelectual. Cuidado com o que anda indagan...

A Culpa é das Estrelas

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Quem não leu A Redescoberta do Mundo , Ouro , O Diário de Suzana para Nicolas ou o fim de O Pequeno Príncipe certamente ficará impressionado demais com a morte e a dor adolescente de A Culpa é das Estrelas . Nas obras citadas existem personagens que chegam ao túmulo, ou retorna à sua estrela - como Le Petit Prince -, por meio, se não do veneno de uma víbora, por uma doença terminal – com exceção apenas de Ouro, onde a esperança entra em remissão. A Culpa é das Estrelas não é o primeiro livro a tratar da morte e do amor, nem será o último, acredito. É bem escrito e o amor não convence. O romance de Green cumpre seu papel se for uma homenagem a todos os que sofrem com o Câncer, e só. Olhando pelo outro lado, a trajetória de Augustos e Hazel tem um quê de história fraca e uma certa falta de ousadia – talvez. As citações que percorrem os murais e perfis nas redes sociais nada mais é que coisas já citadas por outras áreas (isso que dá não ler muito) –com algumas exceções. Basicame...

Obra de arte: Dona Flor e seus dois maridos

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Em uma dessas madrugadas aí estava jogando conversa fora quando, de repente, começou no Corujão a adaptação cinematográfica de uma das obras de um dos maiores escritores do Brasil, quiçá do planeta: Dona Flor e seus dois maridos, do baiano Jorge Amado. O filme conta com José Wilker e a eterna queridinha das obras de Amado, Sônia Braga, entre outros grandes intérpretes. No entanto, a maior estrela do filme não são os atores, a trilha sonora perfeita, de Chico Buarque, nem a bela Bahia – é a história! Dona Flor e seus dois maridos , o livro, é a comprovação de que o amor é incandescência, fogo e vulcão que transpõe a moralidade e a pessoalidade do egoísmo. Dona Flor é a personificação da mulher que ama e que se doa, que quebra os preceitos morais que a prende aos dogmas sociais; Vadinho é o cafajeste com o qual a mulher, até mesmo nos dias de hoje, perde-se loucamente nos braços da “desgraça”, do amor, do sexo e da aceitação tácita que torna a vida ora feliz, ora difícil. Teodor...

Fim

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Um dia, quando a caminhada já está adiantada, a morte chega e arrebata a todos, um de cada vez, com a tranquilidade de uma brisa em dia de verão. E o que resta são lembranças de uma vida bem ou mal vivida. Lembranças apenas. Fim é um registro de lembranças, de vidas entrecruzadas pelos laços da amizade, do amor, da traição e da libertação. Cada um dos cinco personagens teve uma vida diferente, com amores que devassaram o conceito da própria vida, do amor, do cotidiano e convergiram para maneiras diferentes de ver e viver a vida. E, literalmente, cada um sabe a dor que carrega no coração – isso é muito claro nas páginas de Fim. Não só isso, Fim é a estreia de Fernanda Torres na literatura brasileira e deixa, sem sombra de dúvida, a marca de uma escritora divertida, irônica, arrebatadora escritora que promete muito nesse mundo das letras. Torres prende o leitor em capítulos que não só contam a história de um personagem, mas também a nossa à medida que temos como parâmetro as con...

A você que odeia as Fêmeas!

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Foto: Filhotes da Suzi, companhia de Rafinha Costa O maior drama de quem tem bichinho de estimação é a morte do tão querido companheiro(a). É triste e inconsolável – e nem adianta dizer que vem outro e fica no lugar por que não é assim que a coisa funciona. No entanto existe algo mais triste que a morte e mais deplorável para a raça humana: a discriminação/marginalização com as fêmeas de cães e gatos! As pessoas querem os gatos e os cachorros machos e rejeitam veementemente as fêmeas como se elas carregassem o mal do mundo dentro de si, como se fossem uma praga que o planeta não deveria abrigar. E sempre ouço, quando a Lis tinha filhotes: “Só quero se for macho”. Ora, essas pessoas não pensam direito! Não batem bem da cabeça! Se detestam tanto as fêmeas por que então simplesmente não jogam as filhas em caixas, ou amarradas em sacos à beira das estradas, em córregos e bueiros? Por que não as deixam nas maternidades para quem quiser adotar? Sim, pois suas filhas també...