Coragem a ser aplaudida
O bandido, aquele que comete atrocidades contra o
bem particular de cada um e contra o bem comum, atentando contra a vida alheia,
é um indivíduo digno de aplausos e estudo: claro que não há perdão ou
justificativa plena para o ato de banditismo, mas é plenamente entendível.
O homem, ou mulher, torna-se um marginal em
decorrência do desprezo social, da falta de oportunidades e do preconceito
dispensado a ele por miseráveis favelados ou ricos. Embora não seja
justificativa, porém satisfaz plenamente a questão: por que?
Se tiver nascido no nordeste ou em uma favela (ou
nos dois), tiver estudado em escolas públicas (ou nem ter estudado por falta de
condições0, não ser enquadrado como aceitável socialmente, se for pobre e se
tiver a cútis escura (o que torna tudo mais difícil, mesmo com o programa
federal de cotas), certamente será visto como um pobre diabo no mundo de
pseudo-moralistas que exercem honrosamente sua designação dada por Deus que
lhes oferece uma vida digna. Bons para quem é aceito, opressor para quem não é
bem visto. Esse mesmo Deus que não tem nada a ver com as decisões humanas fez
nascer o bandido e o “homem de bem”.
A verdade seja dita: não existe, na prática, essa
história de “homem de bem”. Todos têm a mesma capacidade para o roubo,
latrocínio, sequestro, corrupção e crime organizado. O que difere um “homem de
bem” de um bandido, favelado ou não, é a coragem. O bandido não cala esperando
que o bom Deus, que tudo fornece ao “homem de bem”, lhe dê atenção. Ele faz
acontecer, tira da sociedade o que lhe é negado sem remorso algum. Sai de sua
zona de conforto e enfrenta A vida e o Estado. Não pede, coisa humilhante ao
gênero humano, pega – é mais digno à humanidade.
São por todas as circunstâncias a que é exposto
esse indivíduo, que taxamos como bandido, e por sobressair-se de situações sem
saída com a cabeça erguida em meio ao preconceito e a marginalização,
provocados pela sociedade, que esse ser merece ser aplaudido de pé!
Ou você tem a mesma coragem que ele?
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