Eu não sei

Como em tantas outras vezes, eu não sei.
Simplesmente finjo saber de mim, encontrar-me entre tantas versões desorientadas e limitadas de mim é o meu desafio, mas eu não sei qual é a certa. 
E embora o não possua uma conotação negativa, principalmente se repetida de tantas e diversas formas, nenhuma outra expressão é capaz de substituí-la. Eu, por outro lado, sou substituível, inexpressivo.
Alimentos, notas, títulos, desejos, faltas, ausências, sentidos, sentimentos - tudo em ameaça constante que me oprime como o peso das palavras sobre a bolsa de valores.
E eu não sei para onde ir, como ir, por quê ir.
O que eu sei é que meu tempo é contado, mesquinhamente pingado no meu vaso, com certos toques de abusos e reduções.
Como eu, quantos, neste exato momento, estão assim?
Eu não sei.
Eu não sei de mim.

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