Os passos da Nova Ditadura

A geração pós-ditadura e a geração Nutella, que só ouviu falar de direitos humanos violados e que não conhece nada além das polegadas de uma tela de smartphone, elegeram um governo de militares.
Fake News, jogo de vitimismo e um marketing abjeto que misturou a religião e as forças armadas devolveram aos militares o Poder Executivo.  Agora, para os militares eleitos e indicados para o primeiro escalão do governo federal,  os civis são incompetentes (como já afirmaram várias vezes) para levar o Brasil ao desenvolvimento social, econômico e científico-tecnológico adequado frente os novos desafios que surgiram no cenário  político doméstico e internacional. Competentes são os militares, apenas. Honestos e íntegros são os apoiadores destes, apenas.
E em menos de trinta dias de governo os preceitos da outra ditadura militar brasileira voltaram com força e ideologia para "reparar os danos dos governos civis".
O governo militar eleito por essas gerações editou um decreto que joga às ruas armas de todos os tipos e para todo tipo de louco e desequilibrado (depois de anos de campanha de desarmamento e da redução,  ainda que parca, das mortes por arma de fogo); estuda maneiras de restringir o acesso à educação com a alarmante ideologia  de impedir que os jovens estudem em universidade distante do domicílio; edita decreto que esfacela a Lei de Acesso à Informação, o que impedirá que o povo exerça seu controle sobre o Estado e permite que a corrupção se aprofunde nas diferentes esferas do Poder Público tal qual ocorreu na ditadura militar brasileira do século passado.
Decorrente das ações governamentais e ocorrendo simultaneamente há parlamentar que foge do país com medo de ser assassinado; menosprezo pelas denúncias de corrupção,  mesmo com provas irrefutáveis, praticada pela família do presidente-militar eleito; insegurança jurídica, política e econômica. 
Caos.
O brasileiro, não todos, escolheram,  por ingenuidade ou ignorância,  aceitar a milícia como forma de governo, adorar a tortura como meio de interrogatório e exaltar a ditadura como forma de governo.
Os brasileiros,  todos, estão assistindo a recente democracia transformar-se, a passos lépidos, em ditadura, passivamente.
Um dia acordaremos com o congresso dissolvido, as liberdades e direitos individuais suspensas e a constituição em chamas na Praça dos Três Poderes. Nesse dia, os eleitores desse governo e os opositores estarão juntos na mesma linha de tiro, por ato omissivo ou comissivo.

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