Despedidas: nem sempre suas, nem só minhas


Tem a despedida um sabor tão intenso que não se pode dizer se é doce, amargo ou salubre. Tem essa forma de chegada, a partida, uma dor no estômago, uma lágrima escondida no canto dos olhos, um sorriso extravagante tão grande que o corpo, por si só, repele todas as emoções.

A tristeza
pela despedida
E a emoção 
pela sensação
do dever cumprido
realização.

E parece que quanto mais tempo permanece em um lugar, mais a terra se torna sua, mais o ar se torna seu cheiro, mais as paredes são suas.

Os guerreiros 
sobreviventes
dos quatro anos
Anos de luta e muita dor de cabeça
Anos de risos e lágrimas.
Risos pelos bons momentos
com os amigos

Mas sempre há as lágrimas. Aquelas que deixam cair entre o labirinto de laboratórios que ninguém frequenta, entre os amores trocados a cada ano – ou a cada estação. Entre tantos risos, as lágrimas têm seu valor.

E lágrimas por muitas noites
em claro, na busca pela aprovação.
Mas guerreiros não desistem
E, por fim, conseguiram o tão almejado 
conhecimento
Chegaram até o fim
Venceram o trabalho árduo
E agora passam a uma nova etapa
Deixam saudade
e levam o grande tesouro
o aprendizado...
Guerreiros continuem 
e jamais desistam.


E o fim, assim como tudo na vida, sempre chega, com a implacável mão de quem não pode esperar para um último suspiro, uma última olhada para trás. Tão sábio quanto o tempo, o Silêncio sabe o peso de uma última despedida, de um novo começo, de uma nova jornada onde tudo terá que ser reconstruído, refeito sob os pés pouco experientes e cansados (talvez) daqueles a quem o mundo se descortina. 


Versos de Naillys Araújo, sempre na parceria.

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