A conveniência do assistencialismo climático

 A conveniência da ajuda em situações de desastres socionaturais serve à manutenção da ideologia política e dos diferentes projetos de poder e dominação que se quer implantar em uma área. No Brasil, país altamente racista e com um modelo de viver escravagista, isso não seria diferente. 

Na polarização entre aqueles do sul e aqueles do norte, entre a direita e a esquerda, entre pobres e pobres-que-se-sentem-elite-social há um abismo de venenos e oportunismos. E não custa muito para perceber a seletividade do "amor ao próximo" e da "empatia". 

Segundo o DW, o nordeste do Brasil também sofre com enchentes e desastre socionatural. 


No outro extremo do Brasil, no estado do Maranhão, pelo menos 30 municípios já decretaram situação de emergência devido às chuvas que atingem o estado desde abril, de acordo com informações confirmadas pela Defesa Civil.

Mais de mil famílias estão desabrigadas, e quase 3 mil pessoas, desalojadas. Até o momento, foi registrada uma morte.

A Defesa Civil trabalha para retirar moradores de áreas de risco, enquanto o governo do Maranhão tem fornecido alimentação aos atingidos pelas cheias por meio da rede de restaurantes populares.

Fonte: https://p.dw.com/p/4fhN4


Porém, como sabemos, a seletividade social, ajustada aos eventos climáticos avisados preteritamente, faz com que o turismo da tragédia enriqueça e projete subcelebridades e celebridades em decadência e pavimente o caminho dos candidatos às eleições próximos dos governos subnacionais e, em um futuro próximo, do governo nacional. É nessa linha futurista que os meios de comunicação das nações colonizadoras começam suas campanhas para a manutenção da polarização brasileira com a finalidade de alcançarem seus objetivos. 

Fonte:  https://www.bbc.com/portuguese/articles/c90zxeqj342o

Os ingênuos, os idiotas e os ignorantes seguem criando e reproduzindo o assistencialismo tão condenado por aqueles que hoje, ironicamente, precisam. E os representantes do povo, aliados de ideologias religiosas danosas e de "influencers" de oportunidade, continuam corroendo não apenas o intelecto de um povo colonizado, mas também a própria identidade do Brasil. 

Os eventos climáticos não são tragédias. São fatos anunciados e escarnecidos que se mostram alheios ao achismo de humanos sem compreensão de fatos e movimentos abióticos e bióticos. 

Enquanto isso e apesar da recorrência, sob o espetáculo de um pseudo assistencialismo, a política está se fazendo em mais de um campo.

 

 










Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Reunião de faces

Maníaco do Parque: entre o personagem e o homem

Nada além do que virá