Crônica de uma vida insuficiente
Nada poderia interessar menos.
Amores que se vendem por um abraço, quando muito, são os que sobraram depois que todos os outros foram levados. Na esteira desses amores vieram dissabores os mais diversos e nada pode mudar o fato de tê-los como única fonte de uma humanidade vil, mesquinha e medíocre.
A humanidade e seus deuses, digitais ou medievais, enlouquecem e autodeturpam-se de tal modo que cremos ser normal a traição. Há quem viva minimizando essa falsidade. Justificando com argumentos insalubres a alienação do espírito, que resvala do corpo e sedimenta no fundo da mente.
Vivendo de traições em medíocres doses de uma subvida indigna do mais animalesco ser vivente; vivendo sob uma saraivada de palavras vazias; revivendo sempre uma vida inflada por miséria, pobreza e gratidões forçadas.
A vida é só isso.
E não poderia interessar menos.
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