Crônica de uma vida insuficiente III

Já somos milhões.
Desgraçados por escolha própria e de outrem, por vezes manipulados em nossa rasa opinião sobre política, religião e medicina. E, escondidos entre aplicativos, viramos poeira de civilização - escória que se contenta com vil elogio de quem mais desprezamos.
A fome que agora bate à porta é a mesma que vitimou nossos antepassados. 
O desemprego que aguilhoa nossos sonhos e desejos mais simples é o mesmo que fez surgir grandes cidades e desaparecer pequenas vilas.
Hoje somos apenas números compráveis, meras fotografias que ilustram aplicativos, boatos de existência. 
Sempre fomos milhões. 

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