Desdém Índio

O  diferente só assusta quem teme perder a comodidade assim como os Deuses de todo o mundo assustam os católicos que temem outros seres com igual poder e onipresença.
Outro dia estava andando pela destruída "Princesa do Sertão" quando dou de cara com as pequenas mudanças (para pior) que acontecem no diário palmeiríndio. Em uma esquina existe o MEI que trabalha de sol a sol e que os "ricos e bem-sucedidos" nativos não notam. Noutra negócios falidos seguem falidos esperando um milagre econômico que jamais desponta no horizonte.
No meio da rua carros novos e semi-novos desfilam em frente a lojas de móveis que se proliferam como coelhos em um município onde não há fonte suficiente de renda para o povo, com exceção da minguada contribuição da governança municipal.
Eu, na pouca sombra da calçada, penso com os meus botões que o melhor mesmo é não trabalhar, não fazer nada que me obrigue a vender a alma para um escravocrata moderno, apenas para ostentar o título ridículo de "trabalhador".
Olhando com desdém para esse quadro econômico e socialmente feio, o melhor mesmo é sair da rua, longe dos " ricos e bem-sucedidos" e seus carros e fotos de comida e partir para a vagabundagem, onde todos buscam o que fazer sem a obrigatoriedade de ser diminuto frente a um chefe instável.
Que os Deuses  guarde-nos e o dinheiro ajude-nos a aproveitar o que a vida tem de melhor, porque viver em Palmeira dos Índios é só uma questão de morrer mais cruelmente que viver.

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