Amigo, não! Quase dois em um!
Então o sono vai
embora e seus olhos, antes de abrirem, pensam em quanta coisa você podia fazer,
em quantas oportunidades você jogou fora, em quantos abraços você negou ou
negaram a você. E aquele desejo de querer fazer, de estar inerte diante do
mundo e este correndo como um louco para lados opostos àqueles planejados. E
vê, ao abrir as pálpebras, que tudo é meio verdade e meio mentira e que de meio
em meio, o caos foi instalado e o descontrole é o controle remoto da TV.
Nas buscas diárias
por acertar um alvo, acabamos acertando onde e como não queríamos, sem ao menos
causar o efeito desejado. Metendo os pés pelas mãos, fazendo uns chorarem e
outros sorrirem, caindo tentando levantar, levantando sem saber que horas vai
cair. E, assim, vai caminhando a humanidade.
E quando entra em um
recinto repleto de pessoas, enfileiradas como animais de corte, pergunta-se a
razão de ninguém sair e procurar um lugar melhor, sem filas, sem esperas, sem
tédio, sem provocações, sem humilhações. E ninguém percebe que se olhar para o
lado vai ver que tudo é simples, que nada é tão complicado ou que precisa ser
tão cruel, apenas simplesmente bom.
E sai. Olha as
músicas que vendem para lembrar-lhe um amor, um acaso, um caso, uma briga, um
desentendimento, um momento e percebe que tudo aquilo é decadente,
desnecessário. Não é preciso comprar para lembrar, nem lembrar para gostar.
Basta, apenas, deixar-se levar pelas situações que marcaram cada lugar antes
estado.
Enfim, entra em um
lugar fácil, sem filas, sem obstáculos e pede uma raspadinha. Atrás da “poeira
da sorte” muitos esperam encontrar um carro, barras de ouro, prêmios
instantâneos e pequenos. Esperam abrir um sorriso ao gosto da “sorte”. E esses
muitos vão raspar e se decepcionar porque não encontraram o que esperavam,
aquilo que os fariam felizes por um breve e efêmero instante.
Instante é um detalhe
para aqueles que irão voltar para casa, ou continuar trancadas no quarto ou na
frente de uma tela brilhante enquanto o mundo gira, as pessoas amam, as
estações passam e a pele envelhece. E, sem perceber o quanto são amados e o
quanto fazem falta, irão iludir-se no vão entre o “tudo bem” e o "estou
feliz assim”. Não vão perceber que tem uma legião esperando na hora em que a
energia acabar, em que a tecnologia faltar.
A esses estranhos
irritantes dão o nome de amigos, classe difícil de se livrar e rara – cada um
tem aqueles que cativa, quando cativa e não os abandona. E são gordos, meio
gordos, chatos, estranhos, irritantes, feios, lindos, bonitos, inteligentes,
amante, ignorantes, lutadores, viciados (em drogas ou café), pornográficos,
ricos, miseráveis, ex-amante, talentosos, destrambelhados, companheiros, fiéis,
leais, religiosos, demoníacos, românticos... Poderão não estar junto
quando você cair e precisar de uma mão amiga para limpar sua sujeira e soprar
suas feridas, secar suas lágrimas e te acompanhar até um lugar seguro, te
abraçar e dizer: Tudo bem, estou aqui! Poderão não te entender quando você
estiver com raivar e você poderá, e será em algumas vezes, ser cruel e injusto
com os poucos e bons que tentam te querer bem. Poderão te ferir e mentir.
Poderão te fazer cócegas até você rolar no chão e não poder mais respirar.
Poderão ser tão chatos que nada poderá fazer você SORRIR para eles. E poderão
tantas coisas.
E entre poder e ser
você PRECISA lembrar que não é necessário mudar de amigos se compreender que os
amigos mudam, a fisionomia, as roupas, as palavras e os modos. Que você tem que
dar-lhes o que tem e aceitar o melhor o que eles podem oferecer, pode ser
pouco, mas pode ser a única coisa que possuem. E não se esconda dos raros
selecionados que o universo fez questão de te dar, eles não tem culpa de gostar
de você; e você deles.
Então deixa de
achismo, de comodismo!
Corre até o telefone
e liga para aquele amigo que você quer falar ou se abrir e note que ele espera
para te acalentar. Corre até a casa daquele seu amigo de infância e mostre-lhe
que não o esqueceu, apenas a vida insiste em levar-lhe para o abismo dos
adultos infelizes, mas que vocês são amigos, independente do que aconteça. Abrace
a si mesmo e diga, em bom som, que seu primeiro amigo é você mesmo, só que tem
outros que também merecem um abraço tão forte e igual.
E não prometa nada,
as mensagens de texto podem não chegar a tempo e causar um tipo de
desentendimento. E sabe aquele amigo que você fala o nome sem querer ou
que não deixa de pensar? Também merece a absolvição e seria uma pena que o
tempo, sempre tirano, passasse, matasse vocês, e nunca, nem um nem outro,
soubesse o que o outro gostaria de dizer e fazer.
Vai, chama todos e
deixa que digam o que quiserem!
A vida é curta, é uma
só, os amigos, verdadeiros, são poucos e vai querer que todos se vá só por que
você não gosta de um detalhe de um ou da forma de pensar de outro?
Poucas coisas
realmente importam e seria uma pena se deixasse isso acontecer. Se deixasse que
eles ficassem em fotografias em portas, em ícones de disponível na tela de um
computador. Se fizer com que se afastem.
Feliz dia do Amigo, Amigos!
eu li (: rsrss
ResponderExcluircaprichou hein!