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Mostrando postagens de novembro, 2013

Nara Leão: A Musa dos Trópicos

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Não é difícil ouvir, por aí, uma confusão entre os conceitos de Bossa Nova e Música Popular Brasileira. E da mesma maneira comum, não é fácil ouvir falar de Nara Leão, Elis Regina, da Bossa Nova e da história brasileira através da música, da boa música. Também não é razoavelmente encontrável uma obra que tenha tudo isso, raridades, e que ainda pareça um romance, que embala o leitor na vida e obra de quem é alicerce. Capa da Obra É assim que é Nara Leão: A Musa dos Trópicos , do escritor e jornalista Cássio Cavalcante . Na obra, Cavalcante torna a Nara, cantora, a companheira do leitor amante da música; torna Nara, a pessoa particular, um exemplo de querer o melhor, mesmo pagando os custos da fama ou do autoritarismo; torna Nara, a amiga, em um exemplo de amizade. Torna Nara em Musa, ou melhor, evidencia este fato. Nara Leão: A Musa dos Trópicos pode se entendida como meio biografia meio romance; meio Brasil meio Mundo; meio partitura meio letra – sempre canção. De tudo ...

Entrevista com Lízien Danielle

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Lízien Danielle A conversa de hoje é sobre literatura, erotismo e escrita com a escritora Lízien Danielle, que escreveu seu primeiro romance aos quatorze anos e não parou mais. Lízien é graduada em letras e especialista em língua portuguesa com ênfase do leitor, o que nos leva a concluir que é uma especialista em transportar o leitor ao mundo mágico da literatura. A baiana fala-nos sobre sua experiência na literatura e sobre suas visões acerca dos caminhos por onde anda.  Rafael Rodrigo : Lízien, o que escrever significa para você? Lízien Danielle: Transportar para o papel um mundo imaginário só meu que divido com meus leitores. R.R. :  Em seus livros, até que ponto está o personagem e até onde vai a Lízien, escritora, nas histórias? Lízien: Minhas personagens são todas fictícias, mas há um pouco da minha personalidade em cada uma delas. A personagem é sempre o núcleo de tudo. Eu entro quando começo a induzi-la a pensar como eu pensaria s...

Brasil

Meu rosto tem um olho que é tão negro quanto a pele dos trabalhadores vindos da África e uma visão tão aguçada quanto o olhar resistente do sertanejo nordestino em meses de seca. Tem outro globo ocular que cintila no azul turquesa dos colonizadores do sul cuja beleza valsa ao som do desenvolvimento e tecnologia vinda de outras nações. Um rosto de um país inteiro. País que verte em seus rios as revoluções e as lutas pela igualdade de gênero e de direitos; uma Nação que busca sua independência todos os dias, no mais límpido processo de evolução natural. Brasil. País que possui a história das cicatrizes do homem estivador que lutou contra a ditadura e da juventude que tomou o poder no Congresso. Dessa forma, a Nação que se reforma é um País unido e enriquecido pelas lutas e pela inaceitável condição de desrespeito do Poder Público, apesar de eleito pelo próprio povo, e pelo novo cenário econômico e social que se estabelece desde a primeira década deste século. O Brasil que está send...

O Rouxinol e o Imperador da China

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O que faz uma obra literária tornar-se um clássico da literatura universal? A resposta pode não ser nada fácil, entretanto pode ser bem entendida pelo leitor leigo que ao ler um dos clássicos e perceber a intensidade dos sentimentos através de palavras simples, colocadas no lugar certo, no momento preciso em que a emoção materializa-se em palavras, sente-se integrante da história, adaptada ao seu próprio tempo  e lugar. É em um caminho como esse que Hans Christian Andersen criou um das mais impressionantes e tocantes obras de todo o planeta: O Rouxinol e o Imperador da China . Nela, Hans constrói não apenas um amontoando de palavras nas quais o leitor pode desenvolver suas próprias conclusões, mas um lugar, literalmente, onde qualquer pessoa, de qualquer idade, pode compreender o significado de pessoas, animais e eventos realmente important es na vida de quem lê e na sociedade. Ilustração do conto Andersen ultrapassa o limite conceitual de infantil e adulto e escreve co...

Do Amor?!

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by Nokia Amor, dizem, é aquilo que faz sorrir quando a pessoa amada se aproxima.  É aquele riso involuntário que insiste em ficar no rosto, quando o ser amado vem, passa e fica. Um riso que constrange de tão alegre e aberto. Uma expressão do mais alto grau de denúncia. Paixão fluente Desejo ardente Do amor?! Nossa que horror E quem, ao ver chegar, aquele amor, não sorriu? Da lealdade?! Que maldade O amor que é um bobo Amor é prisão libertária, fase solta de um corpo que voa como folha seca do outono para o lugar seguro dos braços alheios, sempre presentes. O amor também é triste, sempre que o motivo do riso se vai. Sempre que a falta de motivos é um motivo para não existir mais a paixão, semente bombástica desse amor. Bobo seria perder-se-ia Se algum dia Amar iria Versos da Poesia, Amor?!, de Naillys Araújo. Prosa de Rafael Rodrigo Marajá  Sessão: Prosa e Poesia. Parceria.

Um domingo sincero

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A Cidade do Amor, Palmeira dos Índios, à noite “Então volta, traz de volta o meu sorriso” canta o Araketu em uma das verdades inexoráveis que o homem costuma acreditar, principalmente no domingo, quando a preguiça instala-se entre a porta e a cama. Uma verdade difusa, aberta a contestações. Dúbia. O indivíduo deixa o outro fazer consigo tudo o que ele mesmo permite. E aí, sem razões lógicas, ouve-se, de domingo a domingo, milhares de pessoas reclamarem de seus sorrisos perdidos por esse ou aquele alguém, por aquele ou esse motivo. Tudo uma mera ilusão que vivem por acreditar que outrem pode ser a razão da felicidade. E se o sorriso, que sempre vem junto com a figura de alguém, não mais aparecer? E se tudo acabar, sem aviso? E se uma mensagem de texto, atrasada, chegar revelando todo o trágico fim de uma felicidade? E se essa felicidade nunca existiu de verdade e o que acreditava ser um saudável relacionamento não passou de uma solidão vivida por dois? Da preguiç...

Vamos jogar, certo?

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Solenidades da Independência são ótimas. Lembranças dos Marechais também. E as notícias também foram agradáveis para a maioria da população brasileira no que se refere ao escândalo da corrupção dos mensaleiros. E já que é o feriado, um dos mais importantes para a história nacional, há uma sugestão interessante a ser adotada pelo Governo brasileiro: a volta dos cassinos! Os cassinos deveriam ser permitidos no Brasil, para os maiores de 60 anos ou/e aposentados, com pequenas participações para quem alcançar a idade de 50 anos. Por quê? E por que não?  - Cena de 11 Homens e um segredo Com casas de jogos presenciais, devidamente autorizadas, as casas lotéricas, em todo o território nacional, teríamos menos idosos inchando as filas apenas para fazer jogos, as pessoas iriam gastar menos tempo em filas e todos seríamos felizes  - com filas menores. E as lotéricas continuariam suas transações bancárias. Claro que alguns irão dizer que jogar é pecado. Depois dos 50/60 a...

Da semana

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A semana termina, antecipadamente, com as novidades, não muito agradáveis para uns, não muito ruins para outros. Obra e Troféu Na Princesa do Sertão alagoano, Palmeira dos Índios, a notícia de que a possível transformação do povoado Canafístula de Frei Damião em município foi o suficiente para animar alguns possíveis futuros munícipes. E como a alegria de pobre dura pouco, a Presidente Dilma Roussef não sancionou a loucura de aumentar a quantidade de municípios em todo o Brasil. A consequência imediata foi que Canafístula vai continuar sendo um povoado. A ideia aparentemente boa de transformar o povoado em uma entidade independente só geraria gastos desnecessários ao Estado, à União e ao Município de Palmeira dos Índios. Pois, em que se basearia a economia e o comércio da nova cidade? Em outro ponto, no ramo literário, o jornalista Audálio Dantas levou para casa o Prêmio Jabuti 2013, com o melhor livro As duas guerras de Vlado Herzog – Da perseguição nazista na Europa à ...

A garota que eu quero

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Capa da Obra O que se quer é um amor sem problemas, com um ser que adivinhe a mente, seja prático e totalmente desvencilhado do humanismo e romantismo exagerados... alguém que se encaixe perfeitamente no mundo particular, inteligente, portador de uma beleza singular e atraente, perfeito... Espere! Isso não e possível. Assim como ter uma família perfeita. As famílias têm lá suas inúmeras dificuldades internas, suas disfunções – quase anomalias. Associado a isso ainda tem as neuroses inerentes a cada estação etária dos indivíduos, a busca por reconhecimento, amor, bem-viver. Em um quadro pintado pela realidade de muitas famílias, em diversas cidades, a cabeça de Cam percorre ruas e janelas, vielas e estados emocionais na busca por algo que se encaixe perfeitamente na vida, de todos inclusive. Cameron, o protagonista de A Garota que eu quero , do autor Best-Seller Markus Zusak, é a representação fidedigna de como é viver no emaranhado de uma família grande, com as felicidade...

Passaturo: fale-me das lembranças

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by Nokia Louco é aquele tempo em que a gente vai à Padaria e se apaixona pela atendente, só pelo sorriso cortês e obrigatório de toda atendente. É o instante fundamental em que a desilusão toma conta do corpo e da alma, seja depois de um concurso – literário ou de moda – seja depois de um amor que acaba inexplicavelmente. Como eu queria de volta aquela inocência de criança Queria de volta aquele tempo Aquela “Velha Infância” A gente cresce e perde Aquela doçura, aquela ternura. A pureza do riso sincero Riso de criança que contagia. Riso que alegra e traz calmaria. Riso que traz certeza e uma pureza... Que simplesmente se esvai! O resto são propriedades naturais da vida, ou do momento exato em que de loucura todos se alimentam. Como queria de volta aquela inocência de criança! Sentir o gosto de um novo doce Doce gosto de infância Acreditar que “as nuvens são feitas de algodão...” De repente pequeno; não tão de repente, grande. H...

Entrevista com Zélia Macedo

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Zélia Macedo A entrevistada de hoje é a Professora Doutora Zélia Soares Macedo, Idealizadora e Coordenadora da Feira Estadual de Ciência, Tecnologia e Artes de Sergipe - CIENART -, que já está encaminhando-se para a sua terceira edição. Além disso, Macedo tem experiência na área de Física dos Materiais, com ênfase em nanomateriais, pigmentos cerâmicos, processamento a laser, cintiladores para imagens médicas e materiais bioconjugados. Participou da fundação do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia dos Materiais da Universidade Federal de Sergipe (P²CEM). Atua em parceria com empresas do estado de Sergipe, como a Cerâmica S/A, e é consultora científica da Casa da Ciência e Tecnologia da cidade de Aracaju. Sempre muito atenciosa, a Professora concedeu-me uns minutos para um bate-papo rápido. Rafael Rodrigo: Como surgiu a ideia de fazer uma feira como a CIENART? Zelia Macedo: A ideia surgiu durante uma reunião na FAPITEC/SE , em que estávamos avaliando a SNCT...

VI Bienal Alagoana

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Vista Geral, Bienal - 02 de novembro A Bienal Internacional do Livro de Alagoas entra em sua reta com uma ótima previsão de venda de livros e um público realmente interessado em comprar obras, dos mais diferentes gêneros. Alguns fatores incentivaram para esse panorama como o aumento do poder aquisitivo das classes emergentes e o incentivo à leitura através de preços baixos. Durante o evento foi realizado todos os micro eventos de praxe, como sessão de autógrafos, exposição de arte plástica, incentivo à leitura e interação entre autor e leitor dentro e fora de lançamentos. No entanto, a Bienal é internacional. E onde estavam os autores e editoras internacionais e boa parte dos nacionais? Parte da explicação encontra-se no fato de que a Bienal alagoana acontece junto com outras Feiras e Festas, no País, e depois de alguns eventos nacionais e internacionais que aconteceram e que desviaram o foco de Editoras e Autores para outros lugares. A impressão que dá é que Alagoas está em ...

Finados

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Foto: Amanhecer de 02 de Novembro. Rafael Rodrigo Marajá O Finados raiou ao som dos tiros de Don Corleone sobre seus inimigos, com janelas abertas ao sabor da rara brisa da madrugada, ao som da vida urbana que desperta para o último dia da semana – feriado, mórbido, desnecessário. Sob o Sol que surge milhares de pés irão perguntar-se o que fazem nesse mundo “injusto” sem os maravilhosos mortos, descarnados pela terra. Todo morto é santo.  Toda puta é religiosa depois de morta. Parece não haver pecado sob as poucas pás de terra que separam o mundo dos vivos do dos mortos. A morte é generosa para com aqueles cruéis espécimes humanos que foram aprendizes de demônios em vida, pois dar-lhes a possibilidade do não pagamento em vida de seus pecados. Também é uma justa oferta de paz a todos os que foram exemplos de vida a ser seguido. A morte, tal qual o ciúme, é uma arma branca de dois gumes. Amores que se foram cedo demais. Inimigos que demorarão a ir. Saudades que ficam, am...

Santos

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Dia de todos os santos. Santos. Santo tem graça, pureza, imácula. Esse é só um tipo de santo. Representação de Exu, de James C. Lewis Tem santo de terreiro, que foi gente também. Tem santo que faz festa em dias marcados. Tem Santo que tem dia. E dos vários tipos de Santos cada um tem o seu, cada qual tem suas características e todos possuem a unicidade das benfeitorias que podem ser feitas em prol do homem e da eternidade. Também pode existir, para alguns, a ausência deles. Santo é como uma Bíblia aberta em um móvel que ninguém nunca lê, pode até esquecer que tem, mas está sempre lá. Uns não aceitam que sejam tratados como brinquedos. Outros são santificados pelo querer da elite e acabam sendo perpetuados pela eternidade, mesmo que não queiram. O mar é Santo. A Natureza é Santa. Estátua é Santificada. O Trovão é Santo. Os pedidos também. O dia de todos os santos quer dizer justamente isso: o dia é de tudo aquilo que é santo, tenha vivido ou não, seja vivo ou não, r...