Sob o olhar invasivo do tempo

 Um resto de coca-cola em uma xícara branca, um sanduíche frio ainda na embalagem, um ventilador barulhento a roda de um lado a outro, músicas ao fundo. 

Sou eu em um vórtice de um cansaço enquadrado em limites impostos sobre argumentos dispensáveis, refutáveis, incoerentes. O chão, branco, está limpo, ao menos. 

Lá fora, mais ventilado que cá dentro, há rumores de uma vida pausada e nunca pensada, jamais observada de lado, como os gatos fazem quando estão curiosos. 

Ouço Chico Buarque e o tempo parece pular pela janela meio aberta deixando uma sujeira sutil na parede onde se apoiou. 

O tempo chegou. Hora de partir sob o olhar do tempo. 

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