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Mostrando postagens de agosto, 2019

O "concurso" Palmeirense

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O povo de Palmeira dos Índios anda que é só felicidade depois que a prática idólatra aumentou com o desperdício de dinheiro em mais uma estátua de uma santa católica (e não importa se a representação é da "padroeira"  da cidade) e, agora, com a publicação de um edital para concurso público. Estranho é que o prefeito, convenientemente, adiou a publicação do edital até estar a aproximadamente  1 ano do próximo pleito (os aprovados poderão ser convocados até o início do próximo ano). Diante da incapacidade de atrair novos investimentos capazes de promover emprego e renda no município de Palmeira dos Índios, o que restou à gestão foi publicar o edital - os pobres ficam gratos e felizes com a bondade do prefeito enquanto a classe média é também favorecida (é só olhar a distribuição de cargos e a disparidade entre o quantitativo de vagas entre os cargos de ensino fundamental e os da área médica). Sob toda essa alegria está um prefeito ameaçado de morte e um complô de g...

O mugido do Messias

Foi preciso um incêndio sem precedentes, durante vários dias e diversas críticas dos mandatários de países chave como França, Alemanha, Irlanda e Canadá para que o Messias brasileiro se dirigisse à Nação em um pronunciamento medíocre em que não informa o quê o governo federal fará para conter o incêndio cujas consequências já afetam o pantanal e as demais regiões do país. Um presidente que manda indireta à comunidade internacional ao invés de tomar conta do seu próprio território; um presidente que "doa" a base militar de Alcântara (MA) para os USA; um presidente de fake news; um presidente cujo desempenho sequer chega ao mínimo esperado. Esse é o residente de mais de 50 milhões de brasileiros.  A comunidade internacional precisa parar esse Messias citador de um único versículo bíblico antes que ele destrua o que o incêndio amazônico, os cortes nas verbas da educação, ciência e tecnologia, a reforma da Previdência e o aumento da violência em seu nome deixem passar. C...

Status quo

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Foto: Egyptian Sculpture. Charles Sheeler. Met. Embora saibamos que a vida, essa sucessão de acontecimentos aleatórios e descontrolados, seja para uns uma corrida contra o tempo para ver quem chegará primeiro a marte com uma melancia no pescoço montado em um unicórnio enquanto que para outros  ela é só uma maresia de má sorte. Independente de como se queira levar a vida, não se pode admitir a mediocridade ou a humilhação como algo normal e esperado oriundo da estrutura social e necessárias para o próprio desenvolvimento social/espiritual/econômico/intelectual. Não se pode aceitar que o homem, com qualquer  status quo, aceite trocar suas possibilidades por um medo irracional de parecer arrogante ou orgulhoso perante uma sociedade escravagista e injusta. Há uma hora que é preciso olhar para a vida, para os que condenam a arrogância, o orgulho e todos esses "sentimentos" e enviar-lhes os cumprimentos do FODA-SE. FODA-SE a vida. FODA-SE  dualidade entre o div...

Da dadivosa correção

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Escultura: God. Elsa on Freytag-Loringhoven. Met. O que fazer quando erros grosseiros são cometidos à sua frente e que a correção faz parte do seu escopo intelectual? O que fazer na delicada situação em que se deve mostrar a outra pessoa que ela não apenas não domina o conteúdo que ela mesma diz dominar e ainda mostrar-lhe cada um dos seus erros e evidenciar o que é correto? Em uma sociedade de pobres diabos como a nossa em que o ego fala mais alto que o bom senso e o desejo de progredir intelectualmente, a atitude de corrigir e apontar a direção correta nunca é vista com bons olhos pelos errantes e seus apoiadores. Esses insistem em perpetuar o erro e a ignorância e pouca coisa, ou mesmo nada, é possível fazer para converter esses pobres diabos em anjos do conhecimento. No fim, a situação determina se o pobre diabo, que pode ser um analfabeto ou um doutor, será corrigido. Correção, feita com a intenção de elucidar fatos errôneos e apontar o caminho correto, sempre é um p...

Raios indiferentes

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Foto: New York - Washington Square. Charles Sheeler. Met. Faz sol no mundo dos injustos e aqueles que não suportam um feedback estão assustados com a possibilidade de uma chuva de críticas. E tudo o que se pode acrescentar é que títulos acadêmicos não foram inventados para servir de anteparos diante de verdades trovejadas e a estabilidade financeira não serve como lastro diante da incompetência evidente e comprovada. Há aqueles sobre os quais o sol faz bem, mesmo quando o calor e a luminosidade são inclementes - são esses os justos? São esses os que dormem com tranquilidade quando a noite chega? São esses socioeconomicamente instáveis? O que se pode saber com certeza é que a luta não pode parar, assim como o sol, mesmo sobre os injustos, não para de brilhar.

Decrépitos virtuais

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Foto: Doylestown House. Charles Sheeler. Met.  A necessidade de tudo postar nas redes sociais revela mais que o início de uma patologia - revela um caráter fragilizado que, não fosse as redes sociais, travestiria-se de preconceitos para impor ideais nocivas não apenas ao meio que frequenta, mas até mesmo a aqueles que estariam fisicamente e virtualmente distantes. Indivíduos que se autoafirmam a cada passo estão tão longe de si mesmos que seria preciso reinventar a própria noção de espaço virtual e alongar as incapacidades humanas para que essas criaturas conseguissem enfrentar o espelho sem ter que impor corretivos imaginários a suas próprias deficiências. O que se tem, aos montes e nas mais diferentes hashtags, são seres que vivem na pós-verdade utilizando ora palavras antiquadas ora nenhum signo para expressar a inutilidade de seus corpos, suas mentes, suas vidas em um mundo que não precisa deles.  O mundo precisa de realidade - seja no subjetivismo da alma ...

Cultura lacrimosa

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Foto: Statue of Diadoumenos. Charles Sheeler. Met. Domingo. Como de hábito, o dia de arrumar-se, ir à uma igreja qualquer e chorar porque não se tem um "pai" ou um "filho", mas apenas a promessa escrita e incomprovada de uma vida tranquila após a morte. Histerismos. Cada um que vai a essas liturgias creem-se em domínio da verdade e de uma fé inabalável; crê-se tomados de uma religiosidade danosa, tal qual os fanáticos puritanos de Silent Hill (2006), que arrasta à lama o bom senso e a imagem da verdadeira fé. E agora que aderem ao culto da tristeza, do abandono, da perda e da morte paterna há muito pouco o que se fazer para mudar tal cultura. O remédio é viver. Os abandonados filias que superem. A morte que cuide dos seus mortos. Os vivos que aprendam a viver.

O vizinho e a doutora

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Foto: Cast of Giuliano of Médici by Michelangelo. Charles Sheeler. MET.  O vizinho da esquina que só ouve músicas de baixa qualidade não é muito diferente da doutora que leciona em universidade pública - é a falta de refinamento que os aproxima. Um ouve o que lhe parece cult; a outra não possui firmeza de caráter para defender suas próprias ideias. A humanidade é assim  - covarde em sua maioria e ridícula em pequenas ilhas de isolamento que cria sob a forma de humanoides deprimentes e serventuários do dinheiro. Não há muito o que discorrer sobre quem não quer melhorar-se e seguir sendo parte de uma massa que alimenta mercados populares. Não há muito a ser feito contra essa cultura danosa que faz das periferias reduto de dinheiro e mau gosto.  Não há muito o que fazer para melhorar doutores que pensam ser a cereja do bolo do conhecimento. Apenas lamentar que gente com tal status quo não tenha compreendido o próprio papel em nossa sociedade e na atual era do ...

Break Resun

Reabertura do Resun. 12/08/2019.  A alegria da comunidade acadêmica da Universidade Federal de Sergipe durou pouco. Ao som de uma orquestra sinfônica, o Restaurante Universitário  - Resun - retomou suas atividades já no fim do semestre letivo. Fotos e manifestações nas redes sociais chancelaram o fim de almoços em restaurantes com preços abusivos - para aqueles que têm dinheiro. Isso, na segunda, 12 de agosto. Na terça, 13 de agosto, a Universidade divulga uma nota comunicando a suspensão das atividades do Resun.  Os motivos alegados pela empresa foram: "(...) a contratada já arca com alto custo de pré-funcionamento do Resun, como manutenção de equipamentos, aluguel de contêineres frigoríficos, fora todo o gosto comum à abertura de uma filial." (Ofício: 043/2019 – MAO, p. 2). "(...) esta empresa teve sua conta bancária bloqueada judicialmente por fato que nos é estranho. Ainda hoje tenta-se apurar a origem do bloqueio que é de total desconhecimen...

Carta aberta aos discentes da UFS

Nos últimos dias vimos surgirem, como que brotando da terra como batatas, uma infinidade de indivíduos que estão muito preocupados com a reestruturação política estudantil da Universidade. Vimos folhetos sendo jogados em nossa mãos como se fossem subornos que compram nossa dignidade, processo bem semelhante ao que ocorre nas eleições congressistas. Ouvimos chapas defenderem a criação de redes sociais como se isso fosse a descoberta do ouro nas Minas Gerais de séculos passados. Ouvimos que a luta pela ampliação do Resun é uma pauta sempre presente e que a ampliação das bolsas de assistência estudantil e de pesquisa e extensão serão "retomadas". O que não ouvimos foram as razões que levaram tantos movimentos "atuantes" dentro da Universidade a se eximirem da responsabilidade de lutar quando as bolsas de assistência estudantil passaram a fazer parte de um processo segregador e injusto, regido por editais questionáveis e tão absurdos quanto os cortes do orçamento da...

O povo na luta

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Foto: Manifestantes contra o governo Bolsonaro. Aracaju 13/08/2019. A marcha para a desestruturação do Brasil segue sua trilha maléfica. Jair Bolsonaro, o presidente eleito sob uma espessa camada de mentiras e corrupção, tem mostrado que não vai decepcionar os seus mandantes. Fruto direto dos preconceitos, da xenofobia e da opressão, esse é o presidente que indica familiares a cargos públicos (nepotismo é culpa do PT?); que lê o evangelho de João e que foge à menção da verdade (irônico?); que ataca a biodiversidade nacional e que mantém um regime de alimentos à base de agrotóxicos (quanto mais, melhor). Mesmo sendo o centro de corrupções e atos não condizentes com o decoro esperado para um Chefe de Estado (será que ele se deu conta que é Chefe de Estado e não Chefe de uma Milícia Religiosa?), continua livre de atos de impedimentos e com o caminho pavimentado para as suas mudanças para um "país sem corrupção". O eleitores de Bolsonaro devem estar felizes - não tem ...