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Mostrando postagens de março, 2014

Era uma vez as Praças de Palmeira

Em Palmeira dos Índios as coisas vão de mal a pior. E para entender precisamos regredir um pouco no tempo e ir até as cidades de São Paulo - SP e de Arapiraca – AL. Na capital paulista, lá pelos idos de 1970, a vida naquela capital se tornou um prenúncio do inferno sobre a terra – se o inferno realmente existir. Praças foram pisoteadas pelo “desenvolvimento” dando lugar ao concreto e à falta de bom gosto. Até hoje São Paulo não se recuperou das contínuas destruições que sofreu (e ainda sofre) em seus meios de promoção da qualidade de vida. Em Arapiraca, no interior alagoano, o processo foi inverso e o que se tem observado é um crescente na qualidade de vida, naquilo que se pode dizer sobre qualidade em uma cidade sempre em crescimento – inclusive na bandidagem-, refletido na construção de praças e meios de lazer para os munícipes. Em Palmeira dos índios, na contramão do que ocorre na vizinha Arapiraca, e muito próximo da destruição Paulista a partir de 1970 com a construção ...

Invisíveis

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Poucas vezes a vida nômade é retratada. E igualmente poucas vezes um autor traça tramas que leva o leitor a fazer perguntas descabidas, com respostas loucas e imaginar teorias que só mesmo um detetive poderia fazer – um detetive realmente bom. Com uma trama intrincada e cheia de mistérios, morte e espírito de sobrevivência – mesmo que seja a do puro sangue negro -   Invisíveis é um relato das desesperadas medidas que uma cultura é capaz de fazer para garantir sua sobrevivência. Capa da Obra Stef Penney é autora de uma das obras mais realistas nessa época de grande volume de compartilhamento de dados em que a identidade cultura acaba sendo deturpada por vários elementos exteriores que destroem a riqueza cultural de uma comunidade. Trazendo à tona a realidade cigana, que quase não existem mais, nas décadas de 1970 e 1980, no Reino Unido e na França, Penney desenvolve a vida dos personagens com a autoridade quem conhece o que está dizendo. Para JJ, a autora capta o sentim...

Até mais, e ....

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Até mais, e obrigado pelos peixes! Esse sensacional título da trilogia de cinco livros de Douglas Adams deveria ser a despedida elegante de muitas situações, para muitas pessoas, para ao passado e para o futuro sem graça. Até mais... para tudo aquilo que passou, que não volta, que perdeu a cor, que não tem mais a vivacidade, apesar das lembranças e quiçá da saudade. ...e obrigado pelos peixes. Na obra de Adams, os golfinhos se despedem de umas das espécies inteligentes, não a mais inteligente, e voltam para o lar na iminência da destruição da terra. Na vida de cada um pertencente a essa espécie não tão inteligente, a expressão titular pode ser um charmoso: Adeus, e foi bom enquanto tentei ajuda-lo(a) a sair da ignorância, mas agora preciso ir embora. Quem sabe um dia alguém diga para outro um até mais, e obrigado pelos peixes! e algo surpreendente não aconteça?!

Blasfemadores d'O Pequeno Príncipe

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Imagem da Página Oficial no Facebook Se O Pequeno Príncipe fosse sagrado, ou pretensamente sacro, como os livros religiosos, ele certamente seria o mais blafesmado de todo o planeta. Além, é claro, de mais mal interpretado de toda a história, ganhando até mesmo da Bíblia. A razão para tanto é que aspirantes a amantes, vagabundas, putos, cafetões, marginais, mocinhas de família, padres, pastores, donas de casa, estudantes e uma série de outras denominações quase religiosas do cotidiano empregam recortes do texto de Exupéry como verdades universais que justificam traições, palavras e atos rudes, desconfiança, descrença e as mais variadas maneiras de agressão ao outro. É evidente que nem toda mulher é uma rosa todo homem é um pequeno príncipe. Ou nenhum dos dois gêneros nunca é nem uma coisa nem outra. Nem moram no B-612. Embora seja um livro para adultos, com conotações infantis, aqui e ali, O Pequeno Príncipe dispensa reinterpretações, recolocações sociais e empregos na v...

Abraham Lincoln: o caçador de vampiros

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A realidade pode ser dura demais. Ou talvez precise de uns contos realistas para se tornar um tanto mais interessante. Entre um amanhecer e uma tarde sem muito o que fazer, a realidade precisa de vampiros, dragões, fadas, bruxas, médiuns, mundos paralelos e fantasias tão realistas que sejam tão verdadeiras e tão íntimas que faça qualquer um vivê-las intensamente... ou entre meias verdades sempre contadas, a nudez da verdade um dia seja revelada. Capa da Obra Seth Grahame-Smith, em uma obra magistral, incrível e sem precedentes, recria a origem dos Estados Unidos da América através de um olhar nuca antes visto. Surpreende ao mesclar história verídica com fantasia e propõe a reflexão sobre as incontestáveis verdades ensinadas nas escolas. E, desde Bram Stoker, nunca uma obra tinha sido tão instigante e tão realista quanto Abraham Lincoln: o caçador de vampiros . Lincoln, o décimo sexto Presidente dos EUA, tem sua vida recontada através dos olhos de Seth e ganha uma das mai...

Um amor de artificialidade

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Os relacionamentos começaram a ser medíocres, com pessoas dispostas a serem dominadas – se não pela outra pessoa, pela capacidade de ser submissa. E a culpa não é da falta de informação, educação, amor próprio... é só um reflexo natural da era da informação em que os indivíduos estão cada vez mais conectados, antenados com as novidades virtuais e cada vez mais solitários em suas casas, nas instituições de ensino, nas igrejas, na rua, na chuva e na fazenda. imagem extraída do Flickr Essa carência leva à aceitação tácita de uma dominação vergonhosa e acarreta na execução de regras sociais sem sentido – como informar, tal qual um GPS, a localização exata a cada cinco minutos à “pessoa amada”. Aliás, amor passou a ter uma conotação vulgar (e já não era lá tão bem conceituado visto do ponto prático, sem o romantismo habitual das poesias) na qual se não for provado passa a não ter validade nenhuma em uma realidade de “apaixonados” ou “amantes”. Geralmente, o homem desenvolve a carê...

EBSERH Sergipana

Apesar dos mais díspares argumentos em contrário, o concurso para provimento de cargos da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - EBSERH – acontece amanhã na capital sergipana e atrairá noventa mil candidatos para a realização do certame. Durante os meses anteriores, manifestações em frente prédio da Reitoria e de uma das entradas da Universidade Federal de Sergipe mobilizou uma quantidade ínfima de contrários à “venda da saúde pública”. E até recomendação do Ministério Público Estadual foi recusada. E amanhã será concretizada o plano governamental. É evidente que não houve muitos manifestantes que aderiram ao manifesto “contra a saúde pública” pela razão simplória que o certame oferece inúmeras vagas e uma gama enumerável de oportunidades para quem está desempregado. Diante de um emprego, quem irá falar contra o Regime? E , assim, mais um Estado entra para o hall da nova realidade brasileira no sistema de saúde pública. É torcer para que seja uma evolução, não um retroc...

Memórias de um Vendedor de Mulheres

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O homem pode ser medido por diversas qualidades e inúmeros defeitos, segundo o olhar de alguns mais pessimistas, ou de seus defeitos abundantes, de acordo com a visão de quem mais gosta do gênero. Entre tantas maneiras de classificar e denominar o gênero masculino nenhuma é tão depreciativa e mortal quando o objeto de sua virilidade é lhe tirado. Capa da Obra E com uma declaração de causar espanto que Bravo, o Vendedor de Mulheres de Giorgio Faletti, inicia uma das excepcionais obras. O Espanto, no entanto, está na descarada aceitação da condição nada agradável para o homem, cheio de segredos, rancores e medos que é o personagem singular do livro. Transportando o leitor até Milão, Itália, na década de 1978, Faletti revela o mundo de mentiras, poder, assassinatos, vergonha e dignidade em um enredo de tirar ar do espectador. Memórias de um Vendedor de Mulheres é uma obra literária com as características de uma época em que o Poder era expressado com mais descaramento que...