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Mostrando postagens de janeiro, 2014

Sorria, Você está sendo filmado

A tecnologia contribui para a diminuição da criminalidade, para a parca diversão da mediocridade que assiste a programas de baixa qualidade nas tardes de domingo, principalmente, através das câmeras de segurança espalhadas pelas ruas e estabelecimentos de diversas cidades de todo o Brasil e do Mundo. No entanto, enquanto essas câmeras promovem a “diversão” e a baixa nas estatísticas da criminalidade, também provocam e aumentam a falta de privacidade de quem anda tranquilamente pelos passeios públicos, daqueles que procuram um lugarzinho para sexualizar a vida [ou o trabalho] ou dos que acreditam estar sob o anonimato para promover a alegria de outrem e a própria. As câmeras, meios acessíveis à tecnologia latente dessa nova sociedade ainda em formação, capturam as imagens que deveriam ser segredos e se tornam públicas para quem se interessar possa. As imagens, diferentemente dos aparelhos, passam a ser de domínio público. Destroem vida. Constroem pontes. Estabelecem paradigmas. E...

Oportunismo: E-NEM SISU

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O ENEM, seguido do SISU, em Sergipe, provocou a mediocridade de uns tantos que acreditam que todo pobre é injustiçado e o Governo e a Administração Federal, direta ou indireta, autárquica ou fundacional, são culpados por todo o infortúnio atual e futuro que os prováveis estudantes de graduação sofreram(ão) na vida. Foi com um pensamento similar que um possível futuro discente da Universidade Federal de Sergipe tornou-se um dos assuntos mais comentados nas redes sociais entre os sergipanos. Absurdos foram ditos, pouco foi feito. E o candidato, agora com matrícula efetuada, não passou de um meio fracassado que uma parcela “comunista” da sociedade local usou para tentar abalar a imagem dos órgãos constituídos. Enquanto o aluno supracitado era vetor da discórdia não levada a sério, outra estudante, com problemas similares, do Centro-Oeste, foi simples e declarou apenas que se mudaria para Aracaju e se manteria com a ajuda de familiares. Esta, ao que parece, não teve o infortú...

Precas

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Começa nesta sexta-feira, 24, a largada final do carnaval brasileiro. O Pré-Caju, que promete, mais uma vez, ser uma festa de rua de alto nível, aparenta todas as prerrogativas de uma prévia carnavalesca com honras inabaláveis ao Rei Momo. Tem moralistas sendo contra a diversão popular afirmando ser um ato de agressão ao bom senso. Ora, o bom senso... pergunte a Descartes o que ele acha sobre isso. Tem carnavalescos de carteirinha que não apenas apoiam como formam a imensa massa que promete mover as ruas de Aracaju durante as noites de todo o final de semana. O Pré-Caju é uma dos mais rentáveis eventos de toda a região metropolitana de Aracaju, quiçá de todo o Estado, e vai às ruas com a despedida de Bel Marques do Chiclete com Banana, com Ivete Sangalo abalando geral as Evas que procuram ou não pares. O “Precas”, como é comumente chamado pelos nativos, já anuncia  o grande carnaval brasileiro. Av Beira Mar, 24/01/2014, às 22:30. Fonte: Atalaia Agora

Bom dia

É preciso um pouco mais de ousadia para começar um dia. É necessário, quase que uma extrema coragem, para sair da cama, cair no chão e ir andando até a porta onde um até logo será dado ao conforto e conformismo da casa. E, como também é preciso trabalhar, suar, viver e morrer, lá vamos nós, em ônibus, táxis, bicicletas, amores perdidos e desiludidos para mais uma jornada de trabalho, no reapaixonamento por si e pelas causas perdidas que tanto nos encantam. Vamos com fé, sem ela; com alegria, e talvez entusiasmo; com quilômetros de bagagem nas costas, ou apenas alguns metros; com certeza, ou a completa falta dela. O resto é estrada, casas, pessoas, roupas, quinquilharias. A falta desse resto são cafés da manhã na estrada, risadas, histórias, causos, estrelas não contadas, segredos, confidências, o nada e mais um pouco. 

Mediocridade juvenil do interior

A vida no interior, com as facilidades das metrópoles e o bucolismo de uma existência um pouco mais saudável, é cada vez mais normal.  As casas, antes com antenas parabólicas, estão passando a ter aparelhos de TV Digital; antes com velhas crenças, os produtores rurais e as pobres fofoqueiras de fim de rua estão aceitando as novas teorias e a ciência para melhorar a qualidade da produção e a visão. Apesar disso, ainda é possível notar a mediocridade intelectual reinante, acredite se quiser, na mente de parte da geração século XXI, que acredita que atuar não é profissão, mas meio de “vida fácil”. No interior, na maior parte dele, nos Estados do grande Brasil, há uma legião de seres que vivem a modernidade da Ciência e da Tecnologia, do Show Business e da Universidade, e que, no entanto, mantém a mentalidade dos conservadores preconceituosos que era reinante na metade do século passado. O que os jovens XXI estão pensando? Estão vivendo a hipocrisia de duas existências: a virtu...

A falta de paz nos ônibus

Bom dia, amados irmãos!? E assim começa mais uma sessão de gritaria nos ônibus de Aracaju com o objetivo único de irritar os passageiros, na maioria das vezes cansados de um dia exaustivo (sim, a saudação de bom dia acontece mesmo à noite). Um dos outros objetivos é vender quinquilharia para uma certa Casa Manassés de reabilitação para dependentes químicos. E vendem de tudo. Até pen drive por R$ 5,00 já andou de mão em mão no transporte coletivo da capital sergipana. Os preços, claro, são irrisórios. O desprazer e o desconforto na pequena viagem, que deveria ser de descanso – quando possível -, torna-se um inferno sobre quatro rodas. E, parece, que os vendedores (reabilitados na própria instituição) são fixos para determinadas linhas. E, observando-os, parece que esse trabalho exaustivo de vender todo tipo de objeto para arrecadar fundos para a referida Casa é meio escravista, de acordo com o que falam entre uma venda e outra. A jornada começa às 3h, quando então oram e depois ...

Os segredos surdos

Nada de segredos no mundo dos surdos! A inclusão de deficientes nas Universidades e a implementação do aprendizado específico para a comunicação com estes torna o mundo de algumas classes um pouco difícil, e facílimo. Um paradoxo da inclusão e da vida moderna. Um exemplo é a Libras e a falta de privacidade para os segredos dos deficientes que utilizam esse meio de linguagem. Não há como manter segredos em um conjunto de símbolos que começa a se popularizar e que tem como plano de fundo o espaço no e à frente do corpo humano. Assim, ao mesmo tempo em que a comunicação com surdos e mudos fica mais fácil e popular, os possíveis segredos destes ficam à mercê daqueles que aprenderem os sinais. A Universidade está mais humana , continua pouco segura para uns e agora apresenta um paradoxo de resolução difícil que faz duelar a inclusão social com a intimidade de cada indivíduo. E, enquanto nada se resolve, o problema aumenta e continua nada de segredos no mundo dos surdos e mudos....

As Flores do Ruanda

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É extremamente fácil encontrar livros que nos remeta a um lugar distante do nosso, um espaço físico completamente diferente e muitas vezes o será para sempre – fisicamente. Nesses livros tudo acontece e nossa imaginação voa por histórias e dramas. Novelas que formam a vida real dos personagens. Difícil é encontrar um livro de autor brasileiro que tenha uma carga realista suficiente para colocar o brasileiro no estrangeiro, com direito a passaporte de nativo. Difícil, mas não impossível! Capa da Obra Em As Flores do Ruanda o leitor tem a oportunidade de revisitar a terra africana, berço de considerável parte da nossa cultura, acompanhando o drama de viver em uma terra em que a lei é constantemente reformulada para garantir os interesses dos poderosos. Poder que emana de uns poucos humanoides que detém a mentira convincente, o direito sobre uma propriedade privada, a mente de supremacia sobre outros humanos. Na obra, o autor explora a dualidade entre moralidade e o-mais-corret...

As relações de uma integral

Que existem relacionamentos complicados, existem. E que existem outros completamente simples, também é verdade. No entanto, outro dia encontrei um tipo de relação moldada na simbologia matemática e que corresponde exatamente aos significados destes na vida simples da matemática e na complexa relação humana. Nesse outro-dia descobri que ela tinha um Número Complexo que ora a irritava ora a animava, por vezes a decepcionava e em outras vezes deixava-a livre e leve. O i dela era algo de brincar, pois quase ninguém o tinha visto ou provado sua existência. Mas ela jurava que era sua paixão de verão. Um dia o Número Imaginário deixou de existir, ou de ser provada sua existência. Aí apareceu o Número Real, o Número Racional, o Número Irracional e o Número Fracionário. E apesar de todos esses componentes da reta real, ela preferiu o Gradiente de uma equação muito, muito distante. Se o relacionamento é estranho? Não, ele é matemático e ela é literalmente integrável!

Aumentos de morte, corridas de moto

Demorou, mas eles também entraram, ou estão aderindo ainda, ao aumento “justo” da prestação de serviço. Os moto-taxistas de Arapiraca, interior de Alagoas, estão começando a disseminar o pequeno aumento no preço da passagem entre os usuários municipais e intermunicipais da futura metrópole nordestina. Não é de hoje que se sabe que os prestadores de serviço, os moto-taxistas, são o exemplo de tudo o que não se deve fazer – com algumas raras exceções, como bem ressalta toda boa regra – sobre duas rodas e com passageiro. Há motociclistas literalmente imundos, abusivos na forma de dirigir, estúpidos no trato com os pedestres – e com o próprio cliente-passageiro - desagradáveis e inconsequentes. E toda a classe ficou conhecida por isso. Além desses atributos nada louváveis, não hesitam em reclamar e impor aumentos, sem a devida melhoria na qualidade do serviço prestado. E a dúvida sempre paira no ar: a culpa é do cliente que não se impõe, da Prefeitura que não fiscaliza de forma satis...

Os Mitos do Sertão

Tem no nordeste a fé e a destemida vida de um povo que inova ante os poucos recursos disponíveis para a sobrevivência – na maioria das cidades interioranas. Nessa região, ouve a seca de 1977, revoluções, fome, sede, produção de cultura através de movimentos, autores brilhantes, políticos muito habilidosos, vida que se metamorfoseia à adaptação das necessidades. Nesse mesmo nordeste, tem agreste, sertão, litoral e zona da mata; tem caatinga, umbuzeiro, juazeiro, pinheiro e xique-xique. Tem Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, Padre Cicero e Frei Damião. Tem Os Mitos do Sertão . Ivan Barros, escritor palmeirense, registra em livro a fé por homens santificados na mesma terra seca em que o medo carregado por Lampião faz vítimas ilustres. Constrói um relato em tom jornalístico dos mitos religiosos e seculares provocados por essas três personalidades que só poderiam ter surgido no Brasil, e no nordeste. Em Os Mitos do Sertão , Barros mostra aos novos leitores e a todos que não tiv...