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Mostrando postagens de março, 2019

O acachapante desemprego em Palmeira dos Índios

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Foto: currículo em via pública de Palmeira dos Índios. Acervo particular. Palmeira dos Índios é o exemplo de ilusão econômica e demagogia política que tem feito vítimas sociais diariamente. De um lado temos a gestão pública municipal enaltecendo uma suposta preferência geográfica pelos empresários através de lives  e postagens em redes sociais. De outro, além das idiossincrasias dos empreendedores, há o desespero de uma população semianalfabeta que cultiva o hábito de pedir favores a políticos e empresas como meio principal de encontrar emprego e de sobreviver. A Palmeira dos Índios na visão da administração  pública está tão perto da realidade quanto a existência de Nárnia.  A Palmeira dos Índios povoada por desempregados e semianalfabetos  desesperados por um meio de vida digno é  tão real quanto a fome e o aluguel atrasado.  Essa realidade, a vida pulsante e a ilusão política e econômica que vitimiza e oprime a população, quando está não...

As segundas e más intenções

Os invejosos estão soltos sobre a terra, utilizando os serviços públicos e indignados com a possibilidade de outras pessoas sentarem no mesmo banco de praça que eles; utilizarem  a mesma agência bancária ou o mesmo táxi. Os invejosos são velhos, jovens, homens e mulheres. São mesquinhos por natureza e de tudo fazem para manter seu imaginário poder. São sórdidos e fazem uso da religião para se passar por boas pessoas. São feios de dentro para fora. São incômodos e nunca bem-vindos. Suas mãos denunciam sua inveja e seu dinheiro, sua comida, suas roupas,  seus empregos, sua casa, seu carro, seus olhos, sua aparência, sua fé e seu Deus não serão capazes de salvar-lhes do fim ignominioso que os espera. Para eles, os outros são usurpadores de seus bens. Para o invejo, que se alimenta do desejo de ter o que não lhe pertence, nada é satisfatório.  E...

Exu Tranca-Rua

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Foto: Igreja bairro Eucalipto. Por Gabriela Santos. 2019. À meia-noite o galo cantou, a gira rodou,  Ogum que mandou. Vem chegando Seu Tranca-Rua, resolvendo as pendengas dos seus protegidos, defendendo os inocentes dos males e das injustiças. Estabelecendo ora a paz, ora a confusão. Deu meia-noite vem lá o homem que tranca as ruas, os caminhos e as vidas. Vem lá o homem que destranca as ruas, os caminhos e as vidas. O sininho da Igrejinha toca. O galo canta. Seu Tranca-Rua entra na gira. Fica quem é de Santo. De cara limpa. Coração sincero. O galo canta na porta da igrejinha. Seu Tranca-Ruas chega. Já é hora. Deu meia-noite vem lá Exu. E o sino da igrejinha chama para a gira. É a hora do conselho. Do acerto. Do pedido. Da festa.

Apocalipse

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Pôr do sol em Arapiraca. Foto: Gabriela Santos. Os cristãos se multiplicam como ervas daninhas em um jardim sem dono. Arvoram-se, os cristãos, em uma ilusória santidade e segregam, condenam, julgam, agridem e oprimem todos os que, por tolice ou inocência,  atravessam seu caminho rumo à bajulação eterna. Os cristãos,  esses cristãos,  saem à igreja aos domingos pela manhã com a bíblia no smartphone e a cabeça cheia de depravações para adorar um Deus indignado,  omisso e onisciente. À noite,  vão a um motel com a bicha enrustida da rua ou a um terreno baldio com alguma mulher "do mundo".  E se o sexo não é mais viável,  sentam-se às portas procurando motivos para  parecerem  santos às custas de fofoca sobre a vida alheia. Os cristãos modernos, à semelhança dos antigos, criam igrejas, dizem-se protestantes, fotografam-se com a família "perfeita" e criam a fogueira na qual, mais cedo ou mais tarde, também serão queimados junto com...

O que querem os empregadores?

O momento de crise econômica pelo qual passamos e que se arrasta há anos denota o despreparo daqueles a quem elegemos e a nossa completa incapacidade de escolher- até mesmo o pior. Não raro, nesses períodos surgem novos negócios, outros falem e toda a dinâmica do mercado precisa ser revista para que, em um futuro qualquer, tenhamos o mínimo para só sobreviver. É aí que entra a loucura dos empregadores no processo de contratação e que nem mesmo a tecnologia em Recursos Humanos é capaz de controlar. Mesmo sendo despreparados, e  justamente por isso, os empregadores querem candidatos com anos de experiência,  com inúmeras habilidades e uma carga intelectual incompatível com a idade destes ou com a proposta salarial oferecida. E se deixam essas exigências de lado, querem empregados que abdiquem do horário do almoço,  das férias,  do pagamento das horas extras e de q...

Sobrevivente amor

Quando os slides tiverem os signos embaralhados e o calor abraça-la em plena aula seus olhos procuraram o negrume dos meus, implorando pela revolução de outrora, pelo socorro contra a rotina, pelo amor que pouco a pouco escorreu por entre seus dedos. Haverá lampejos de argumentos contra. Haverá opiniões contrárias de apoio. Haverá novas e insuficientes  presenças. Haverá saudade. Haverá ausência. Haverá  vontade. Haverá lembranças revividas. Haverá o desejo de um abraço de retorno. Haverá o beijo de reencontro. Sua consciência flutua até mim entre jasmins e perfumes com o ardor de quem precisa viver sem as amarras de um mundo fastidioso. E eu,  já não esperando, concederei à recordação o valor do novo.  Com armas baixadas. Com alegrias infantis. E então haverá paixão. Então há amor.

As guerras comerciais de Palmeira dos Índios

Em tempos de crise são mais que bem-vindas as oportunidades, até então ignoradas. No entanto,  mesmo nesses tempos, quando a frágil estrutura comercial de certos municípios, como Palmeira dos Índios, é posta à prova surgem verdadeiras guerras comerciais que, vez ou outra, beneficiam os clientes.  É o que ocorre na " Princesa do Sertão ". A inauguração de novos empreendimentos destinados à comercialização de lanches e refeições tem deixado empreendedores mercenários com os nervos à flor da pele ante à concorrência. No ramo das pizzarias a guerra comercial beira o ridículo e em nada beneficia o consumidor. De um lado, um empreendimento kitsch acostumado a dominar os clientes através de preços e práticas abusivas vê-se agora ameaçado por inovações originadas em outros estabelecimentos e a inauguração de novas opções,  que já gera a divisão da clientela e obriga-o a fazer promoções duvidosas quase diariamente. Do outro lado, estão os clientes a questionar a qualidade ...

As várias faces

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Ilustração: Gabriela Santos. Faces de Um Marajá, 2019. Libertos dos rótulos opressivos de uma sociedade que cambaleia entre a decadência e a aspiração de um mundo melhor, uma utopia, conseguiremos pincelar nossos pensamentos sobre os outros e sobre nós mesmos.   Um dia, sem as correntes de um pseudo politicamente correto,  conseguiremos falar boceta, cu e  rola sem a capa da vergonha que cobre os santos viventes e frequentadores de bares e igrejas e iremos admitir que gostamos de sexo, pensamos em sexo e vivemos graças ao ato animalesco do sexo. Essa ilustração,  de Gabriela Santos, nada mais é que um retrato (meu) na paz de um sono tranquilo de quem trepa como um bicho e vive, muitas vezes,  pior que os bichos. A ilustradora deixou clara sua intenção.  Que os "puritanos" purifiquem-se.

Os passos da Nova Ditadura (2)

Quando se diz que a política influencia o  cotidiano do mais indiferente cidadão pode até parecer exagero para aqueles a quem se interessa apenas pela movimentação financeira diária ou muita pretensão para aqueles que se dizem estudiosos. Quase nunca há o meio termo, visto que este é muito difícil de ser alcançado pelo homem comum. Mas a política, independente da cultura ou da ignorância do cidadão, alcança a todos, de um jeito ou de outro. Em 2018 elegeram o Bolsonaro porque 1) defendia a família; 2) Era um não-corrupto; 3) Era um defensor da Segurança Pública; 4) Era um fiel fervoroso. Eleito, Bolsonaro mostra-se um pseudo defensor da família, um corrupto inveterado que ensinou isso aos filhos, um homem sem palavra e um ser antirreligioso. Sua política, que já havia feito vítimas fatais durante o processo eleitoral, continua matando com o aval de seus adeptos. Suas intenções de armar cada cidadão ( homens , mulheres e crianças) já fez vítimas escolares (como a chacina...