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Mostrando postagens de dezembro, 2021

Mandar os malditos embora

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Xilogravura: A Sibila Tirburtina contando ao Imperador Augusto sobre a vinda em Cristo, após Parmigianino. Sec. XVI. Metmuseum.   Decisões são necessárias. Livrar-se de indivíduos que se divertem ao provocar prejuízos e malefícios a outrem não é uma mera decisão, mas um ato de ousadia que sempre será rechaçado por esse tipo maldito de indivíduo.  É necessário afirmar-se e criar o próprio ambiente seguro não como necessidade apenas de ego e sim como forma de autopreservação e amor próprio.  O não deve ser jogado em suas faces, sem piedade e de forma direta e incisiva.  O repúdio a esses seres não nos torna iguais a eles e nem piores que suas ações, apenas sobreviventes em um mundo cuja decadência encontra abrigo em casas de porcelana.   E bani-los é um ato de amor e caridade, ao eu interior que a tudo suporta com medo da rejeição social - um medo paralisante que tem origens nas feridas abertas de famílias e caracteres pessoais de, outrora, crianças rejeitad...

Emoções em signos

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Xilogravura: A competição entre Apollo e Marysas. Niccolò Vicentino. Metmuseum.  Meus vizinhos amam músicas sertanejas e bregas que exaltam as dores emocionais. Do meu ambiente home office eu as ouço e silencio a minha trilha sonora de modo que consiga ouvir a letra, a melodia, os gritos e as tentativas de cantarolar o hit do momento.  E sempre fico avaliando não a letra cafona ou o ritmo inexpressivo, mas a capacidade de auto identificação com a composição, com as situações da vida que nos impulsiona a traduzir em signos todas as emoções que nos alegram e afligem na montanha russa brasileira que é viver em condições difíceis e com pessoas não menos complicadas. E se não é possível mudar, de imediato, a situação que ao menos consigamos embriagar o corpo, o intelecto e o espírito com música, álcool e paixões requentadas e lembranças adocicadas pelo tempo.   Meus  vizinhos vivem uma vida pobre, que beira a miserabilidade material e imaterial, e parecem não se impo...

À Senhora dos Ventos, dos Raios, dos Oruns

 Minha Senhora, o entardecer hoje foi nublado, com brisas frias que embalam sestas em dias quentes e pós trabalho intenso. E seus pontos ecoaram por entre meus pensamentos e minhas mãos, tecendo quadros de gratidão e revoadas alegres.   O teu braço estendido, acalentador, é a minha direção; a minha baliza na desordem e a força que me mantém no caminho.  O teu raio sou eu. A minha força és tu. O teu florim sou eu. O vento que me protege e acalma és tu. Porque nas tempestades eu estou em casa, flanando com a calma e a agilidade de uma borboleta; e em meio a áridos terrenos eu estou em tranquila caminhada, como o búfalo em seus ciclos migratórios em terras distantes.  Os meus inimigos ficam à margem do caminho e o horizonte tem as cores da tua dança. E diante disso eu só consigo bradar EPARREY!